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Ceará vai iniciar transformação de 60 municípios em cidades inteligentes até fim de 2022
Economia

Ceará vai iniciar transformação de 60 municípios em cidades inteligentes até fim de 2022

| Exclusivo | Iniciativa faz parte do Programa Cidades Empreendedoras que aposta na modernização e interligação sistêmica de pequenos negócios como base de construção de cidades inteligentes no Estado
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CENTRO de Negócios do Sebrae no Ceará (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação CENTRO de Negócios do Sebrae no Ceará

Os pequenos negócios vão se tornar o foco da interiorização de empresas no Ceará por meio de uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Estado e a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet). Neste cenário, 60 municípios já estão cadastrados para assinar, até maio, contratos para se tornarem cidades inteligentes. Outras 20 cidades são sondadas e também devem assinar contratos até o fim de 2022. 

Ação irá integrar as políticas de desenvolvimento regional do Estado com os centros de empreendedorismo de inovação mantidos pelo Sebrae. Iniciativa faz parte do Programa Cidades Empreendedoras que tem como pilares modernização, sustentabilidade e interligação sistêmica de pequenos negócios como base para a construção das cidades inteligentes.

A informação foi repassada com exclusividade ao O POVO pelo diretor técnico do Sebrae, Alci Porto. Ele explica que o intuito é assegurar que todas as ações de desenvolvimento regionais tenham consultoria e sejam articuladas com os centro de inovação para pequenos negócios mantidos pelo Sebrae.

"Já estamos com o convênio estabelecendo premiação para as startups que solucionem o problema dos regionais. Com a Sedet nós já temos agora uma trilha de atendimento para o crédito para quem deseja acessar o crédito e também com a Sedet nós acabamos de assinar o programa pra estimular os prefeitos a implantar a cultura da cidade empreendedora no nosso Estado como um todo", revela Alci. 

Já Kennedy Vasconcelos, secretário executivo do Trabalho e Empreendedorismo do Ceará, destaca que o programa concentra e alinha as ações de todos os projetos de desenvolvimento econômico e de incentivo à inovação e ao empreendedorismo por parte do Estado e do Sebrae. 

"Queremos fazer com que cada município e seus respectivos gestores promovam e incentivem o empreendedorismo no Ceará como alternativa para alcançar o máximo das potencialidades econômicas de cada região do Estado considerando as atividades de destaque de cada localidade."

Ele revela ainda que para além do empreendedorismo, ao articular as demais ações de desenvolvimento, o programa Cidades Empreendedoras prevê iniciativas de desburocratização, urbanização planejada, educação empreendedora, redução das desigualdades sociais, aumento da renda e geração de empregos, bem como um maior cuidado com o meio ambiente. 

"Nos unimos para definirmos todas as possibilidades de desenvolvimento no Ceará e então trabalhar em parceria para alcançar toda essa potencialidade. O Cidades Empreendedoras tem uma dimensão empresarial, econômica, mas também política, social e científica", afirma ao destacar que, na última fase do programa, parcerias com entidades de ensino serão centrais para assegurar o desenvolvimento sustentável e a modernização tecnológica proposta pela iniciativa. 

Neste contexto, o diretor do Sebrae frisa "altas expectativas" com relação à integração das ações governamentais e as iniciativas de desenvolvimento econômico e social mantidas pelo Sebrae no interior do Estado.

"O Sebrae já está com 40 municípios participando do programa cidades empreendedoras e em breve nós vamos selecionar mais cinco para as quais será destinado financiamento de todo o processo de um sistema de cidade inteligente com os instrumentos, ferramentas", complementa. 

Com relação a verbas, o Sebrae destaca que tem como papel construir uma "trilha para que o empreendedor tenha capacidade de lidar com capital financeiro" e que conta com uma cartela de 25 parceiros capazes de ofertar e operacionalizar financiamentos para esse intuito.

Pela Sedet, Kennedy destaca aporte inicial de R$ 200 mil para este ano a serem utilizados nas primeiras ações de interligação completa das ações estaduais, municipais e do Sebrae. 

O valor, porém, deve ter um "aumento muito significativo" nas demais fases do programa, que irá se apropriar de estruturas de iniciativas já em funcionamento para minimizar os custos.

"Vamos interligar todas as ações, tudo que já vinha sendo feito. O valor deste ano é o início da construção de algo que será a perfeita união do exercício de instituições públicas, privadas, científicas e aos empreendedores que tem impacto ímpar na nossa sociedade", acrescenta o secretário.

Como vai funcionar o projeto

As Cidades Inteligentes, resultado final das ações do programa Cidades Empreendedoras no Ceará, são reconhecidas como espaços urbanos caracterizados pela utilização generalizada de tecnologia em prol de melhora do contexto político, social, econômico e ambiental para reduzir as desigualdades e problemáticas sociais e assim aumentar a qualidade de vida de seus cidadãos.

O projeto prevê a articulação com lideranças locais e a proposta de negócios que tenham impacto social positivo, com soluções para as demandadas de cada localidade. Toda iniciativa será articulada em três fases distintas.

A primeira, chamada de básica, trata do processo de imersão do município no projeto por meio de pedido da gestão municipal, e da montagem de um plano de modernização, formalização e profissionalização dos negócios locais e investimentos na conexão deles com as cidades do entorno e demais polos de desenvolvimento no Estado, sendo o Sebrae o principal gerente desta etapa.

A segunda fase, a intermediária, terá protagonismo maior do poder público estadual. Uma das intervenções estaduais propostas pelo secretário Kennedy é de que a legislação do Estado seja alterada para facilitar a regulamentação de negócios locais.

O representante do governo local destaca ainda que nesta fase, caberá ao Estado garantir pleno acesso do negócio em desenvolvimento à todas as ações de incentivos, fiscais ou financeiros, em vigor no Ceará.

Para além da interligação com a cadeia produtiva já consolidada em cada uma das dozes regiões do Estado, prevê a atração de novos investimentos, incluindo de capital estrangeiro, capazes de alinhar suas ações com o ecossistema a ser criado pela interligação dos polos de inovação de cada futura cidade inteligente no Ceará.

Por fim, na fase avançada, com a base tecnológica, a rentabilidade e a conexão empresarial do negócio assegurada, o foco será a interligação deste com a sociedade local, com oferta de soluções para as mazelas sociais. Neste momento, a captação de novos investimento e parcerias de pesquisas científicas com instituições de ensino serão fundamentais.

Alci Porto, diretor técnico do Sebrae Ceará, no lançamento do programa do Selo de Qualidade Empresarial de 2022, no Hotel Gand Marquise, em Fortaleza
Alci Porto, diretor técnico do Sebrae Ceará, no lançamento do programa do Selo de Qualidade Empresarial de 2022, no Hotel Gand Marquise, em Fortaleza

Sebrae amplia alcance do Selo de Qualidade Empresarial no setor de serviços

A edição de 2022 do Selo de Qualidade Empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae), lançado oficialmente nesta quarta-feira, 20 de abril, conta com dois novos setores. A ampliação do programa, que antes se restringia a turismo, eventos e alimentação fora do lar, busca impulsionar a retomada econômica dos segmentos de destaque no setor de Serviços no Estado. 

A expectativa é de que sejam alcançados entre 250 e 300 negócios com a metodologia de mentorias, avaliações e intervenções dos técnicos do Sebrae. O programa busca aliar ações de inovação e sustentabilidade no crescimento coordenado dos negócios no Ceará, com aumento da qualidade do serviço prestado, da competitividade das empresas locais e ainda com aumento da lucratividade dos negócios.

Na edição deste ano, podem participar pequenos empresários e empreendedores relacionados aos setores de Alimentação (restaurantes, serviços de buffet, barracas de praia e bares); Turismo e Eventos (agências de viagens, hotéis, pousadas e organizadoras de eventos); Saúde e Bem-Estar (salões de beleza, academias de musculação e ginástica) e Reparação Automotiva (manutenção de veículos e oficinas de automóveis).

"São vários segmentos bastante castigados pela pandemia e o selo de qualidade, além de ter esse foco e propósito na melhoria da qualidade do serviço prestado e na operação da empresa, nós inserimos alguns eixos para que o empresário faça uma gestão adequada", reforça Sílvio Moreira, analista de competitividade do Sebrae Ceará e um dos gestores do selo.

Com três níveis de excelência (prata, ouro e diamante) o programa prevê acompanhamento de 6 a 7 meses com capacitação técnica e planos de aperfeiçoamento do modelo de negócios. A partir deste ano, o acompanhamento incluíra módulos de gestão financeira, de pessoas e princípios de desenvolvimento sustentável com foco em inovação tecnologia e diferenciais de mercado. 

"Esse escopo atual vai dar mais capilaridade para o projeto, fazendo com que a gente contribua ainda mais para economia do Ceará, fortalecendo a competitividade dos pequenos negócios", reforça Sílvio ao pontuar uma "grande demanda" de empresários por informações de como participar do projeto. "Estamos até fazendo reuniões específicas com representantes de cada setor para alinhar e apresentar ações que podem beneficiar essas áreas por meio da adesão ao selo", complementa. 

Presente no evento, o empresário José Wahnon, diretor do hotel Laguna Blue, em Aquiraz, comenta que a reformulação do selo será benéfica para todo segmento de serviços. A empresa que ele representa acompanha as ações do selo há cerca de uma década e para 2022 espera que as orientações de Sebrae sejam decisivas para o processo de retomada econômica. 

"Somos nível ouro e é um instrumento que nos permite sempre estarmos atualizados e buscando aperfeiçoar nossos negócios da melhor forma possível. O selo ajuda a ter esse novo olhar para o mercado, com base no que os clientes querem, especialmente porque o negócio não está fácil, os custos estão muito muito altos e nosso cliente não consegue acompanhar esses valores", relata com tom incerto sobre a crescimento do negócio este ano. 

Como as empresas podem conseguir o selo de qualidade empresarial do Sebrae?

O programa é gratuito e a adesão das empresas pode ser feita por meio de inscrição online no site do Sebrae. Além disso, para dúvidas no processo de inscrição, os interessados podem procurar os canais digitais de atendimento do Sebrae ou ainda ligar para central do serviço no número 0800 570 0800. As inscrições ficarão abertas até o último dia deste mês

A seleção dos interessados é feita mediante avaliação do perfil empresarial descrito no ato da inscrição, considerando "critérios reconhecidos mundialmente para excelência de gestão e do serviço. Em um primeiro momento a avaliação é feita por um consultor que aplicará um questionário para avaliar a estrutura e o modelo do negócio", pontua Sílvio. 

Após essa etapa, será solicitado evidências das ações feitas pelos empresários e após um diagnóstico, a equipe de consultores do Sebrae irá elaborar um plano de ação e as empresas terão 90 dias para implementar as mudanças necessárias. "Depois teremos uma segunda avaliação robusta, mas em todo o processo, o Sebrae estará ao lado dos empresários como uma empresa que pode ajudar no desenvolvimento daquele negócio com consultoria, capacitação, orientação ou formalização", finaliza. 

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