Dois anos depois da última edição, a Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece) projeta a movimentação de R$ 4 milhões em negócios a partir das vendas dos cerca de 100 expositores. Em atividade desde 30 de outubro, a feira ainda reflete sobre as vendas dos participantes meses após o último dia, em 6 de novembro.
"Porque, na realidade, necessariamente não se fecha o negócio durante a feira. A feira vira vitrine para prospectar negócio", explica Braga Almeida, organizador da Expoece e presidente da Associação dos Criadores do Ceará (ACC).
O montante revelado por ele corresponde a outros números que despertaram a surpresa da organização da feira para esta 66ª edição. Foram 40% mais expositores cadastrados, o que trouxe mais custos para a feira, que precisa de algo entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão para acontecer.
"A gente tinha uma expectativa porque pós-pandemia tudo era dúvida. Mas a gente se surpreendeu. Reunimos criadores fiéis, tradicionais e muitos outros, que nunca vieram, estão aqui. O número de animais também surpreendeu e vi que as pessoas estão com mais vontade de participar, fazer negócio e viver", ressalta.
Braga informa ainda que os médios produtores são cerca de 70% dos expositores. Para garantir a vinda deles à Fortaleza, uma vez que a Expoece reúne o setor agropecuário de todo o Ceará, a organização banca o transporte e também a alimentação dos animais durante os dias do evento.
Ao todo são cerca de 4 mil animais no Parque, dos quais 600 são bovinos, mais de mil ovinos e caprinos e 150 equinos, além de, aves, peixes, pôneis e outras espécies em exposição.
Com presença entre 30% e 40% dos expositores, a agricultura familiar também marca presença na Expoece, trazendo desde animais até produtos beneficiados, segundo destaca o organizador.
Para dar conta da logística de montagem e exposição, o evento gera 500 empregos diretos, além do pessoal contratado pelos comerciantes, sejam os ambulantes - entre um ou dois funcionários - sejam os grandes restaurantes que montam tendas e barracas no espaço e empregam até 15 pessoas.
Na edição de 2022, a Expoece ainda é palco da primeira etapa nacional da competição do gado Jersey, uma raça leiteira reconhecida em todo o País. É a primeira vez que o julgamento dos animais acontece no Nordeste.
Mas, apesar da importância para o setor, a competição disputa a atenção do público com o passeio de pôneis para crianças, o engenho, a casa de farinha e também a feira de artesanato, além do parque de diversões montado à noite.
Esses espaços devem atrair entre 15 mil e 20 mil visitantes diariamente até o domingo, 6 de novembro. O volume deve somar 250 mil pessoas no Parque Cesar Cals, de acordo com as expectativas da organização.
"Essa é uma exposição que tem um custo muito alto e só tem condição de fazer se tiver bastante público que nos ajude a fazer o evento. Mas sempre foi sucesso. As pessoas que ainda tem o pé no interior gostam muito. É o saudosismo do sertão", diz Braga Almeida.
Crédito
O supervisor da Boisa observa que a Expoece ainda não conta com bancos focados no crédito para financiar a compra de animais, o que ajudaria os produtores a aumentar o volume de negócios