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Primeira molécula de H2V coloca Ceará na vanguarda no Nordeste e atrai mais investidores
Economia

Primeira molécula de H2V coloca Ceará na vanguarda no Nordeste e atrai mais investidores

| Pioneirismo | Feito da EDP, que cumpriu o prazo do projeto piloto, foi comemorado por especialistas do Estado e do setor produtivo
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H2V foi gerado em usina a carvão no Pecém (Foto: Antonio Azevedo/Divulgação)
Foto: Antonio Azevedo/Divulgação H2V foi gerado em usina a carvão no Pecém

A primeira molécula de hidrogênio verde (H2V) do Ceará - e do Nordeste - foi produzida no último dia 15 pela EDP Brasil. A empresa aplicou R$ 42 milhões no projeto piloto localizado no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), cumprindo prazo anunciado no fim de 2021 quando assinou memorando com o governo estadual, e colocou o Estado na vanguarda desse novo combustível na Região, além de servir como atrativo para novos projetos, segundo avaliam especialistas.

O projeto não-comercial deve ser utilizado, segundo a empresa, para "desenvolver um roadmap com análises de cenários de escalabilidade, considerando todos os elos da cadeia de produção do hidrogênio." A capacidade de produção é de 250 Nm3/h (Normal Metro Cúbico por Hora) de H2V feita por um eletrolisador alimentado por uma usina solar com capacidade de 3MW (megawatts).

"Elegemos o complexo de Pecém para abrigar nossa primeira planta de hidrogênio verde no Brasil porque reconhecemos que o Ceará reúne características estratégicas para protagonizar o processo de introdução do hidrogênio verde no País, seja por seu excepcional potencial solar e eólico - fundamental para a produção do gás -, seja por sua localização e excelente oferta de infraestrutura para o escoamento desse produto ao mercado internacional", afirma João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil, em nota.

Jurandir Picanço, consultor de energia que liderou os estudos para o hub de H2V no Ceará, comemorou a produção da molécula ao destacar que o mundo todo busca o que está acontecendo no Pecém.

"Essa produção é o prenúncio de grande projeto que está acontecendo no Ceará. São vários empreendedores que decidiram fazer o investimento aqui. Esse primeiro concretiza esse movimento que vai transformar o Ceará em um grande hub de hidrogênio verde."

Picanço lembrou ainda que a UTE Pecém, onde foi gerada a molécula, tem como combustível principal o carvão mineral e que o projeto piloto desenvolvido pela EDP sinaliza uma possível conversão da planta industrial no futuro.

O assunto foi motivo de falas também no almoço com a governadora, promovido pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) na tarde de ontem. O presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), Luis Carlos Queiroz, comemorou o feito e foi acompanhado pelo presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.

"Isso é uma sinalização de que tudo vai chegar numa velocidade muito grande. Vai ser o início de uma nova virada na situação socioeconômica do Estado do Ceará", afirmou Cavalcante, ressaltando ainda a projeção de obras pela Fortescue no Complexo do Pecém até a metade do ano que vem.

O secretário Maia Júnior (Desenvolvimento Econômico e Trabalho), responsável por liderar a formação do hub e atrair os investidores, considerou o feito da EDP como uma realização da sua gestão, que ele deixa no próximo dia 28.

"Eu tenho muita certeza que temos aqui uma oportunidade histórica, compreendida pelo governo e a Fiec, que diz respeito à transição energética, de energias renováveis pois isso representa a qualificação da mão de obra cearense e aumento da produtividade", afirmou o governador eleito Elmano de Freitas (PT).

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