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O que vamos construir em 2023: da habitação popular ao mercado de luxo
Economia

O que vamos construir em 2023: da habitação popular ao mercado de luxo

Setor da construção civil teve crescimento de pouco mais de 10% em 2022 e projeta, pelo menos, manter o índice neste novo ano; sem saldos de vendas, construtoras apostam em novos lançamentos em todos os nichos
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Vendas de imóveis em Fortaleza captam alta de até 20,3% em 2023
 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Vendas de imóveis em Fortaleza captam alta de até 20,3% em 2023

O que vamos construir no Ceará em 2023 faz parte de uma cotinuidade do que vem acontecendo ao longo dos anos. E se vamos de mais de “arranha-céus” ou mais de “habitação popular”, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, afirma que há espaço de expansão para os dois nichos.

O dado é que o mercado da construção civil no Estado cresceu pouco mais de 10%, em termos de vendas, em 2022. Para 2023, a previsão da entidade é de crescimento pelo menos equivalente ao do ano anterior.

Questionado sobre como seria o mercado, Patriolino comenta que o mercado imobiliário de habitação popular está com um grande déficit. “São pessoas que precisam ter onde morar. Então, vai continuar aquecido. Até porque, é o grande incentivo que se tem do Governo Federal, com taxas mais atrativas.”

Depois da pandemia, a possibilidade de se ter uma segunda moradia, já que algumas profissões não precisam, necessariamente, estar todos os dias presencialmente nos seus locais de trabalhos, também aqueceu o mercado. “A segunda moradia já é uma realidade e as pessoas também enxergaram que, quando não estão utilizando, podem locar e ter uma nova renda.”

Patriolino destaca que a classe média, após a instabilidade, também vem muito forte, agora, em 2023, por conta dos estoques muito baixos para esse público. “Apartamentos dos seus 90 a 120 metros quadrados, nos bairros Aldeota, Meireles, o estoque é zero. Não tem estoque pronto.”

Já o mercado imobiliário de alto padrão e luxo, para a entidade, vendeu muito bem de 2020 a 2022, “apresentou grandes volumes de vendas” e deve se manter aquecido em 2023.

Das novidades que a pandemia trouxe e que vieram para ficar na construção residencial, Patriolino destaca o espaço de “coworking” presente em todos os lançamentos, seja do padrão de construção que for, incluindo os empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela do Governo Federal.

Abordando esse assunto, do programa de habitação nacional, ele afirma que a construção civil voltada para esse segmento aguarda uma definição do Governo Lula sobre a faixa que era subsidiada no então programa Minha Casa, Minha Vida, que se transformou em Casa Verde e Amarela e que não contemplou essa população de baixíssima renda.

“Essa é a única incógnita que se tem, que é, se vai ser retomada essa modalidade, que é uma espécie de arrendamento para a população mais carente e que ocorria no Minha Casa, Minha Vida”. Por ora, o que sinalizou o discurso de Lula no Congresso é que o investimento no programa vai ser um dos focos da restruturação.

Crescimento fora da curva

Sobre o mercado de imóveis de alto padrão e luxo no Ceará o “crescimento fora da curva”, em 2022, deve ser mantido e continuar em evolução, de acordo com empresas do setor, neste novo ano. Para se ter uma noção, na relação de 2022 para 2021, o crescimento chegou a ter uma média de 24%.

Representando uma das empresas que trabalham neste nicho do mercado imobiliário no Estado, a construtora Mota Machado teve um crescimento, na “casa dos dois dígitos”, em 2022.

Para 2023, está previsto o lançamento de pelo menos quatro empreendimentos, que devem ser comercializados em 36 meses e gerar cerca de R$ 450 milhões em vendas.

Com mais de 50 anos de mercado, segundo o diretor Comercial e de Incorporação da Mota Machado, Wallace Soares, 2022 foi “o melhor resultado da empresa nos últimos 5 anos”.

Quando se fala em imóveis de alto padrão, são os que possuem valor de venda em torno de R$ 1 milhão. Já os de luxo tem valor de comercialização que variam entre R$ 2 e 4 milhões. Os lançamentos, somados, possuem 370 unidades comercializáveis.

Soares cita os bairros Cocó, Aldeota, Meireles e Fátima como os que receberão investimentos da construtora. Ele ainda revela que o cenário é promissor, com relação à economia, já que a projeção das taxas de juros favorece os financiamentos.

“Sentimos que o cliente tem pensado um pouco mais, mas tem investido. Buscamos, intensamente, suprir propósitos e estar em sintonia com a geração de qualidade de vida. Um exemplo é que devemos entregar um empreendimento com o Selo de Sustentabilidade do Banco Mundial, que vem ao encontro com aquilo que as pessoas querem”, pondera. 

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