A cidade de Fortaleza aparece entre as capitais com pior desempenho no ranking nacional do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), ocupando a 43ª posição entre os 100 municípios mais populosos do País, com 6,16 de pontuação, ante 8,67 do líder São Paulo.
Das 27 capitais, 16 aparecem à frente da cidade cearense, embora apenas duas delas estejam localizadas na região Nordeste: Aracaju e São Luís. Elaborado pela Escola Nacional de Administração Publica (Enap), o ICE leva em consideração sete parâmetros: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso ao capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
Nesses quesitos, o melhor desempenho de Fortaleza é na questão do ambiente regulatório, em que ocupa a 24ª posição, com índice de 6,56. Por outro lado, o maior gargalo é a questão do capital humano, na qual a cidade aparece na 87ª colocação, com índice de 4,94. Esse último parâmetro é também o maior entrave para o empreendedorismo em Caucaia, o outro município cearense avaliado, que tem índice 3,04, ocupa a lanterna no referido quesito e a 91ª colocação geral.
“Um dos grandes avanços que a análise econômica passou nas últimas décadas foi o reconhecimento da importância do capital humano para o desenvolvimento econômico”, destaca o consultor do ICE Luciano Rossini. O parâmetro avalia, ainda, a oferta tanto de mão de obra básica quanto de qualificada. Já o quesito ambiente regulatório, no qual Fortaleza aparece bem posicionada, o relatório do Enap cita como itens observados o tempo gasto com questões burocráticas, bem como as alíquotas de impostos.
No caso da infraestrutura, outro parâmetro em que a capital cearense pontuou bem, o pesquisador Arnaldo Mauerberg destacou que foram levados em consideração “as condições urbanas e os custos de cada cidade”, que segundo ele, são itens “fundamentais para a decisão de o empreendedor abrir ou não um negócio na região”. De acordo com a presidente do Enap, Betânia Lemos, o ranking permite identificar “os gargalos existentes e o que precisa ser feito para estimular e garantir maior competitividade às nossas empresas”.
Ao analisar o ranking e a posição da cidade de Fortaleza, a presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Empreendedorismo (Idese), Desirée Mota, enfatiza que “custos mais altos para criação e operação de empresas estão associados a uma menor quantidade de novos entrantes, ou seja, menos negócios sendo criados, níveis mais baixos de emprego e produtividade, além de um alto nível de corrupção e informalidade”.
Apesar de reconhecer os desafios a serem enfrentados pela capital cearense para subir no ranking nacional, a economista avalia que “investimentos voltados para as transformações urbanas e a redução da desigualdade têm como resultado uma cidade mais atraente para o turismo, além de uma gestão mais eficiente, transparente e integrada, com um bom ecossistema de negócios”.
Cidades
Dentre as 10 melhores cidades ranqueadas, apenas duas não são capitais: Joinville (SC) na 3ª colocação e Niterói (RJ) na 5ª colocação
Índice de Cidades Empreendedoras
Fortaleza
Posição geral: 43º / Nota: 6.16
Ambiente regulatório: 24º /Nota: 6.56
Infraestrutura: 30° / Nota: 6.36
Mercado: 83° / Nota: 5.10
Acesso ao capital: 26º / Nota: 5.98
Inovação: 36º /Nota: 6.35
Capital humano: 87º/ Nota: 4.94
Cultura empreendedora: 26º / Nota: 6.45
Caucaia
Posição geral: 91º / Nota: 4.68
Ambiente regulatório: 58º /Nota: 5.87
Infraestrutura: 94° / Nota: 5.92
Mercado: 69° / Nota: 5.43
Acesso ao capital: 99º / Nota: 5.35
Inovação: 81º /Nota: 5.05
Capital humano: 101º/ Nota: 3.04
Cultura empreendedora: 85º / Nota: 5.34
Desempenho das capitais
São Paulo: 1º
Florianópolis: 2º
Brasília: 4º
Boa Vista: 6º
Curitiba: 7º
Rio de Janeiro: 8º
Macapá: 9°
Goiânia: 10º
Porto Alegre: 14º
Palmas: 15º
Belo Horizonte: 18°
Manaus: 22°
Aracaju: 24°
São Luís: 27º
Porto Velho: 32º
Cuiabá: 41º
Fortaleza: 43º
Teresina: 44º
João Pessoa: 46º
Salvador: 47º
Natal: 49º
Recife: 51º
Maceió: 55º
Campo Grande: 58º
Belém: 60º
Rio Branco: 69º
Vitória: 73º
Fontes: Enap/Endeavor/ICE