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Água de reúso no Pecém virá de esgoto tratado
Economia

Água de reúso no Pecém virá de esgoto tratado

| HUB DE HIDROGÊNIO | Segundo o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueiredo, já existem negociações com a Cagece para que empresa destine a água obtida do tratamento de esgoto na Região Metropolitana de Fortaleza para os projetos de H2V
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De acordo com a Cagece, existe a capacidade de vazão de 2,4 m³ efluentes tratados por segundo para atender a demanda do Complexo do Pecém. (Foto: Divulgação/ Cagece)
Foto: Divulgação/ Cagece De acordo com a Cagece, existe a capacidade de vazão de 2,4 m³ efluentes tratados por segundo para atender a demanda do Complexo do Pecém.

Principal matéria prima para operação do hub de hidrogênio verde, a água deve ser obtida por meio tratamento de esgoto e transportada por tubulações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), afirma ao O POVO o presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), Hugo Figueiredo. A ideia é que cada empresa contrate individualmente uma empresa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para que demande uma fatia de água de reuso.

Segundo as negociações em andamento, o fluxo ocorreria através de um duto já existente e que, originalmente, serve para transposição de águas. A Utilitas, uma empresa criada a partir da união da Cagece com a Vicunha Serviços, formando uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), é a empresa da qual a Cagece é sócia e que deve liderar esse projeto de utilização de água de reúso.

Um acordo prévio chegou a ser assinado em novembro de 2022 envolvendo as partes em que ficou previsto que a parceria utilizará água de reúso proveniente dos esgotos tratados do macrossistema de esgotamento sanitário de Fortaleza, que também engloba as cidades de Maracanaú e Caucaia. O fornecimento de água bruta para fins de reúso nesses moldes seria o primeiro da história do Ceará.

O POVO apurou com a Cagece que existe a capacidade de vazão de 2,4 m³ de efluentes tratados por segundo para atender a demanda do Complexo do Pecém. Cailiny Medeiros, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Cagece, enfatiza que essa capacidade será expandida a partir da atuação da Aegea, empresa vencedora da PPP de saneamento básico para a Grande Fortaleza. O projeto está no "gatilho", somente aguardando o sinal das empresas para que corredores de distribuição de água do Eixão das Águas seja utilizado.

"Nós estamos discutindo com eles as possibilidades de fornecimento para as empresas do Complexo do Pecém quando elas tiverem o consumo já estabelecido", diz o presidente da Cipp.

Hugo acrescenta que a intenção deles neste momento não é gerar uma demanda para a gestora do Complexo, mas que cada empresa firme seus contratos com esse fornecedor de matéria prima fundamental para a operação das plantas. "A estruturação e quando isso vai acontecer ainda estamos desenvolvendo", pontua.

Para a operação das plantas de hidrogênio verde no hub em formação no Pecém, que funcionará por meio de eletrólise da água, segundo os projetos, há necessidade importante de água para que haja a possibilidade de separação de hidrogênio das moléculas de água.

Inicialmente, chegou a se cogitar ainda a possibilidade de utilizar água dessalinizada. Mas, Hugo ressalta que a opção pela água de reúso é o que aparece com mais força neste momento.

"A planta de reúso é a nossa primeira opção de matéria prima para a eletrólise, portanto acreditamos que ela tem um custo de produção mais barata e consiga iniciar a operação mais rapidamente".

Esse atendimento seria feito por meio da implantação de uma estação de tratamento para o esgoto da Região Metropolitana de Fortaleza e, a partir da transformação em água, haver a transposição da água.

Hugo destaca que essa água chegaria pelo canal de integração Eixo 5, da Cogerh. "Queremos utilizar essa infraestrutura que já existe para entregar lá".

"Essa decisão sobre água de reúso já existe há algum tempo. Agora, com a possibilidade de tomada de decisão final das empresas do H2V, também está afunilando a decisão sobre a matéria prima", completou Hugo, que participou de encontro com empresários cearenses em evento do Lide Ceará.

Questionado por empresários sobre gargalos de infraestrutura na principal via de ligação ao Porto do Pecém, a CE-155, Hugo enfatiza que esse é um tema tratado como prioridade pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas.

Nos últimos meses, parte da duplicação da CE-155 foi entregue, mas a nova estrutura ainda não se estende até a ligação com a BR-222, conforme o projeto inicial.

Outra ação a ser desenvolvida pelo Estado é a execução de uma rotatória nas proximidades da entrada do porto, além de melhoria na chegada a um dos Portões de Acesso. Com investimento de R$ 772,8 milhões, a segunda expansão do Porto do Pecém foi entregue em fevereiro.

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