O projeto do terminal de armazenamento e distribuição de combustíveis (tancagem) do Porto do Pecém, teve o investimento ampliado para a sua primeira fase. Dos R$ 300 milhões iniciais, agora, o grupo pernambucano Dislub Equador projeta investimento de R$ 430 milhões na obra para a construção da estrutura que terá capacidade de 130 mil metros cúbicos.
 A expectativa é obter a licença de instalação até abril do próximo ano. E uma vez iniciada as obras, os trabalhos sejam concluídos em 24 meses.
As informações foram passadas para a comunidade, em uma audiência pública da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), realizada ontem no auditório do Complexo do Pecém.
A viabilização de um parque de tancagem no Pecém é a aposta do local para a transferência das empresas distribuidoras que hoje estão instaladas no bairro Mucuripe, e utilizam a estrutura do Porto de Fortaleza.
Segundo o presidente da Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp SA), Hugo Figueirêdo, o processo de troca do local de tancagem do Porto do Mucuripe para o do Pecém vem avançando faz muito tempo e, inclusive, é objeto de um termo de ajuste de conduta firmado entre a Prefeitura de Fortaleza, Governo do Estado e Ministério Público.
"Já se sabe que a tancagem no Mucuripe não oferece as condições ideais de segurança para a população, além de ser uma área nobre de Fortaleza que deve ter um destino mais adequado de revitalização e urbanização. Já aqui no Pecém temos uma área adequada, passando agora pelo processo de licenciamento, em que estamos trabalhando com o prazo, posto, inclusive, nestas discussões governamentais, que é 2027, para termos a tancagem completamente instalada aqui."
Ele afirma ainda que há um trabalho conjunto da Cipp com o Governo do estado e a Companhia Docas do Ceará, aliado com o Governo Federal, para que esse processo de transferência avance.
"Nesse sentido, está todo mundo trabalhando com esse objetivo de ter a tancagem aqui (Pecém) em 2027. Sabemos que não acontece de um dia para o outro, vai ser um processo de transição"
Questionado sobre a possibilidade de ter os dois parques funcionando no Estado, Figueirêdo é categórico em relembrar da inadequação da área atual sob questão de segurança local.
Já sobre as tratativas com as empresas distribuidoras que atuam no Mucuripe, ele reforça que estas devem se adequar à orientação governamental. Ele acredita que as empresas estão "aguardando o parque no Pecém se materializar para que possam fazer o primeiro movimento de vir para o CIPP".
"A nossa expectativa é em 2027 estar com uma tancagem operando. Com a nossa capacidade, que no total deve chegar a 230 milhões de metros cúbicos, poderemos receber todo o combustível lá armazenado (atualmente a capacidade de tancagem na área do Mucuripe é de 140 milhões de metros cúbicos), como também abastecer todo o Estado do Ceará, já que essa capacidade é suficiente para abastecer todo o mercado do Estado."
Joaquim Rolim, secretário Executivo da Indústria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), participou da audiência pública, representando a pasta e comenta que as tratativas são de longo prazo e que a transferência é importante sob a ótica de se ter mais espaço disponível para as distribuidoras, como também para se ter mais segurança e o desenvolvimento.
Com a audiência, que será realizada no Bloco de Utilidades e Serviços do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), às 9h, a tancagem têm realizada "uma fase essencial do projeto para a obtenção da Licença Prévia (LP) da Semace, que aprovará a localização do empreendimento".
"Após a apresentação dos estudos, eles serão submetidos à análise do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) para a autorização e emissão da licença prévia pela Semace", informa a Semace.
O projeto de transferência contará com tanques capazes de armazenar um volume de 230.000 metros cúbicos, quando estiver com todas as fases concluídas. "O principal objetivo do empreendimento é o armazenamento e distribuição de produtos derivados de petróleo (Gasolina, diesel S10 e querosene de aviação) e biocombustíveis (biodiesel B100, etanol anidro e hidratado)", acrescenta a Superintendência.
A área destinada para a tancagem é de 86.800 metros quadrados (8,68 ha) e está localizado no município de Caucaia (CE), "permitindo que os combustíveis sejam enviados para o terminal por meio dos modais marítimo e rodoviário".
Ao todo, serão 500 empregos diretos gerados no período da construção do parque de tancagem e 100 na manutenção da operação.
Hoje, o Porto do Mucuripe, controlado pela estatal federal Companhia Docas do Ceará, tem capacidade total de 140 mil metros cúbicos (m³) de combustíveis e concentra todas as empresas do setor em atividade no Estado.
O presidente do Complexo defende ainda que a ida da tancagem para o Pecém deve reduzir os preços dos combustíveis no Ceará. Isso porque, segundo ele, o terminal localizado fora da Capital tem maior capacidade de armazenamento, fazendo com que todo o consumo do Estado seja movimentado lá, eliminando o uso de caminhões nessa operação e tornando a logística mais barata.
Falta
Na audiência pública de ontem não havia representante das distribuidoras que operam hoje no Estado. Participaram apenas membros da comunidade local que pode ser impactada com o terminal da Dislub no Cipp