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CNI: Ceará leva vantagem na reindustrialização pela competitividade em energias renováveis
Economia

CNI: Ceará leva vantagem na reindustrialização pela competitividade em energias renováveis

| Transição energética | Gerente executivo da Confederação esteve no Fiec Summit e participou de visita guiada no Complexo do Pecém
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PECÉM é um dos vetores de crescimento do Ceará (Foto: Laura Guerreiro/Divulgação Fiec)
Foto: Laura Guerreiro/Divulgação Fiec PECÉM é um dos vetores de crescimento do Ceará

O Ceará apresenta vantagens comparativas na transição energética em curso no planeta, tanto quando se observa o cenário nacional quanto o internacional, segundo avalia Davi Bomtempo, gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele esteve no Ceará para o Fiec Summit e visitou o Complexo do Pecém na manhã de ontem, 27.

Vento e sol são os principais destaques dele quando cita os potenciais locais para apontar a competitividade ante outros mercados. Os dois são os insumos para a geração de energia eólica e solar, respectivamente, as quais alimentam a nova aposta da economia cearense: o hidrogênio verde (H2V).

“É uma agenda de oportunidade, traz oportunidades no sentido de ter combustíveis alternativos, que vão ser demandados por países desenvolvidos no futuro e, com certeza, essa região tem toda a capacidade de prover a quantidade necessária de recurso e o hidrogênio verde é um desses”, afirmou durante a visita ao Porto do Pecém e à planta de H2V da EDP.

Indústrias de maior potencial

Entre as indústrias em destaque na transição energética apresentadas por Bomtempo durante o Fiec Summit, o Ceará possui dois setores: cimento e aço. Empresas com atuação nas duas áreas, inclusive, já revelaram o interesse de investir na transição para hidrogênio verde no processo produtivo.

Além delas, a CNI aponta papel e celulose, alumínio, vidro, aço e químico. Os setores estão na linha de frente de missões prioritárias para a retomada da indústria brasileira. “Todos esses setores vão assumir uma competitividade maior e serão mais inseridos nas cadeias globais de valor”, diz ele.

O objetivo, aponta o documento apresentado pelo executivo, é "desenvolver uma economia de baixo carbono, com estímulos à descarbonização da indústria, à transição energética e à promoção da bioeconomia e da economia circular".

Transição

Perguntado se a construção de plantas térmicas com insumo poluente, como a PortoCem, e a exploração de petróleo na margem equatorial do litoral cearense contam contra essas vantagens apontadas para o Ceará, Bomtempo pondera que “a palavra-chave é transição”.

“Não existe resolução única. A gente precisa trabalhar com todo tipo de energia porque precisamos garantir essa segurança energética. Você não pode virar uma chave de um dia para o outro. Você vai trabalhar de forma paulatina, entendendo a demanda tanto interna quanto global. Acho que a partir desse entendimento que vai ser construída a transição”, considera.

Visita e troca de informações

A agenda que o gerente executivo da CNI cumpriu no Pecém também fez parte da programação de empresários e representantes dos governos de Piauí, Pernambuco e Bahia. Guiados por Jurandir Picanço, consultor de energias renováveis da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a comitiva visitou o Porto do Pecém e a planta de H2V da EDP.

Na apresentação, muitos técnicos tomaram notas dos processos e características da operação do terminal e da produção da Pecém H2V. A curiosidade, no entanto, não foi sanada devido ao sigilo sobre determinadas informações, como as que envolvem a eletrólise feita pelo equipamento da Hytron.

“Ter o Porto do Pecém desenhado para atender demandas externas e anseios nacionais é uma experiência que o Brasil precisa replicar em outras regiões e, com certeza, colocar de pé nossas vantagens comparativas para que a gente tenha uma indústria cada vez mais competitiva”, observa.

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Acordo

Dos 34 memorandos assinados pelo governo cearense, 4 já viraram pré-contrato, passo seguinte do acordo, para reserva de área na ZPE-CE. São eles: AES, Casa dos Ventos, Fortescue e Cactus

Memorandos assinados:

> Enegix Energy
> White Martins
> Qair
> Fortescue
> Eneva
> Diferencial
> Hytron
> H2helium
> Neoenergia
> Engie
> Transhydrogen Alliance
> Linde
> Total Eren
> AES Brasil
> Cactus Energia Verde
> Casa dos Ventos
> H2 Green Power
> Nexway
> Enel Green Power
> HDF
> Mitsui
> ABB
> Gold Wind
> Alupar
> Mingyang Smart Energy
> Spic
> Gansu Science & Technology Investment
> Platform Zero (Complexo do Pecém 13 instituições de cinco países)
> Green Hydrogen Corridor (Complexo do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Comerc Eficiência,
Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP)
> Voltalia
> Lightsource bp
> EDF Renewables
> GoVerde
> Hitachi Energy Brasil LTDA

 

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