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Ceará tem maior alta da inadimplência no Nordeste e desemprego é o principal motivo das dívidas
Economia

Ceará tem maior alta da inadimplência no Nordeste e desemprego é o principal motivo das dívidas

No Estado, são 3,2 milhões de inadimplentes, o que corresponde a 45,71% da população adulta. Em Fortaleza, o número chega a 1,2 milhão de pessoas
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Os principais gastos dos moradores do Ceará são com contas básicas (47%) (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Os principais gastos dos moradores do Ceará são com contas básicas (47%)

Com o maior aumento no número de pessoas inadimplentes do Nordeste, o desemprego é o principal motivo que faz as pessoas ficarem com dívidas no Ceará. É o que afirma a Pesquisa Ação Nordeste, realizada pela Serasa, por meio da Opinion Box, entre os dias 23 e 31 de janeiro. 

O estudo foi divulgado ao O POVO para mostrar o cenário do endividamento dos cearenses, devido ao lançamento, ontem, da parceria do Governo Federal com o Serasa para o programa Desenrola.

A ideia é ampliar o alcance do programa, em que a plataforma do Desenrola Brasil poderá ser acessada, nesta reta final, por meio de parceiros, sendo o Serasa o primeiro deles.

Em suma, a realidade no Estado é que 370 mil pessoas estão em busca de trabalho, sendo que a taxa de desemprego avançou para 9,2% no terceiro trimestre de 2023, conforme dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral).

Além disso, segundo o Serasa, o Ceará foi o único Estado da região Nordeste a ter um aumento no número de inadimplentes (+1,3%) e de dívidas (+0,3%) em relação ao mês anterior, na contramão do cenário nacional (-1,0% de inadimplentes e -0,9% de dívidas).

"Os números de dezembro de 2023 mostram que no Brasil são 71,6 milhões de inadimplentes. No Ceará são 3,2 milhões e só na cidade de Fortaleza são 1,2 milhão de pessoas em situação de inadimplência. Quando a gente olha para esse quadro do Ceará, esses 3,2 milhões de inadimplentes corresponde a 45,71% da população adulta no Estado, é um numero muito alto", afirma Gabriel Canto, especialista da Serasa. 

O índice no Ceará é o maior do Nordeste e figura na nona posição no ranking nacional. 

Além disso, a pesquisa Serasa mais Opinion Box mostra que, logo em seguida, a outra razão apontada para o endividamento é alguém comprar no nome e não pagar (28%), emprestar o nome (22%) e redução na renda (22%).

No Ceará, aproximadamente 89% da população é endividada. Destes, 58% já possuem um histórico de fazer dívidas. 

Ao avaliar os tipos de dívidas que essas pessoas já tiveram, o cartão de crédito (64%) se destaca, seguido por empréstimo (37%) e lojas (25%).

Outro ponto importante de ser observado é que os principais gastos dos moradores do Ceará são com contas básicas (47%) e o supermercado/hipermercado (41%), segundo a Pesquisa Ação Nordeste. 

E, mesmo com grande parte dos moradores apresentando dívidas no momento, a maior parte tenta fazer o controle de gastos através da anotação das finanças no papel, cerca de 41%.

Percepções sobre o comércio durante o verão

Além do endividamento, o estudo trouxe que, durante o verão, 4 em cada 10 moradores do Ceará percebem que existe um aumento do comércio na sua região. Contudo, percebem que não causa alterações na renda dos moradores.

Já no Carnaval, o comportamento se mantém. Isso porque os moradores percebem um aumento no comércio, mas a renda se mantém.

Além disso, para 70%, o turismo nas férias de verão promove impactos positivos para economia do Nordeste, assim como o Carnaval (55%).

No entanto, vale destacar que uma parcela significativa não percebe diferença positiva na movimentação do comércio.

Entre as pessoas que apresentaram um aumento de renda durante essa época, o dinheiro extra recebido ajuda principalmente no pagamento de dividas (75%). Para 71% desses moradores, há um aumento de renda de até 25% durante as férias de verão ou o Carnaval.

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Faixa 1

A faixa 1 do Desenrola contempla pessoas com renda de até dois salários mínimos ou inscritas no CadÚnico. E engloba as dívidas que tenham sido negativadas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022, e não podem ultrapassar o valor atualizado de R$ 20 mil.

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