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Brasil precisa se reindustrializar em velocidade "muito grande", analisa presidente da Fiec
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Brasil precisa se reindustrializar em velocidade "muito grande", analisa presidente da Fiec

País não pode depender do comércio internacional, segundo presidente da Fiec
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Naturágua e Durametal ganharam Selo ESG em evento da Fiec. (Foto: José Sobrinho/Fiec)
Foto: José Sobrinho/Fiec Naturágua e Durametal ganharam Selo ESG em evento da Fiec.

Apoiado pela nova política industrial – plano que prevê investimentos de R$ 300 bilhões até 2026, lançado pelo Governo Federal em janeiro deste ano –, o Brasil precisa se reindustrializar em uma velocidade “muito grande” para não depender do comércio internacional, analisou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, em entrevista ao O POVO.

“Eu acredito que a gente precisa, cada vez mais, acreditar que o país precisa se reindustrializar em uma velocidade muito grande, porque a gente não pode – a pandemia veio e mostrou – ficar dependendo do comércio mundial. Todos os países do mundo estão fazendo isso”, explicou em evento voltado a práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês), na sede da Fiec, ontem, 19.

Um exemplo disso é visto no parque industrial do Ceará. A renovação da infraestrutura no local enfrenta dificuldades, especialmente devido às altas taxas de juros – medidas pela Selic, atualmente em 11,25% ao ano – que norteiam os investimentos, de acordo com Cavalcante.

É neste contexto que o Ceará apresentou a pior produção industrial a nível nacional em 2023, com queda anual de 4,9%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 8 de fevereiro. A piora no índice foi impactada, principalmente, pelos setores de Vestuário (-2,48%) e Produtos Químicos (-2,05%).

O Estado não teve o crescimento necessário por reflexo do momento atual, de acordo com Ricardo. Em sua visão, os juros “altíssimos” não possibilitaram investimentos frequentes e levaram a uma diminuição do poder de compra da população, o que interferiu no consumo interno – responsável pela maior parte do fomento à indústria cearense.

“Quando a gente fala em queda industrial, a gente está falando que tem uns setores que cresceram e outros não. Isso é normal dentro da indústria. (...) Ano passado, em alguns períodos, nós fomos os melhores. É um mês ruim, um mês bom, dependendo do que está acontecendo. Então não tem segredo do outro lado de você chegar e dizer: eu vou produzir mais se não tem comprador na outra ponta”, acrescentou.

O presidente do órgão acredita na nova política industrial para impulso do setor, que deve ser pensado 24 horas por dia, disse. “Um país se faz com indústrias. A indústria é onde se transforma o produto e entrega à sociedade o que precisa. (...) Todo projeto que venha para a indústria, nós estamos lutando e nós estaremos sempre ficando ao lado”.

“Nesse novo projeto de neoindustrialização, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está entrando com taxas atrativas abaixo do preço de mercado, fazendo com que a gente possa trocar todos esses equipamentos que nós temos, para terem produtos com melhores qualidades, com mais velocidade e, também, com mais produtividade”, indicou.

Neste desenvolvimento industrial, as práticas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, em inglês) são uma parte importante de avaliação do mercado. A Fiec, por exemplo, possui um núcleo que fornece certificação empresarial de reconhecimento a tais ações nas empresas que atuam no Estado, em parceria com a organização internacional de certificação Bureau Veritas (BVQI).

“(O ESG) impacta no final do mês mesmo na economia, porque sem recursos naturais a gente não tem matéria-prima, sem pessoas saudáveis a gente não tem mão de obra e sem uma governança coesa, respeitosa e ética a gente não tem a perpetuidade das empresas”, detalhou a coordenadora do Núcleo ESG da Fiec, Alcileia Farias.

As companhias Naturágua e Durametal foram as últimas contempladas com o denominado Selo ESG da Fiec/BVQI, na segunda-feira, 19. Outras dez empresas já contam com o reconhecimento, como ⁠Vulcabras, ⁠Cerbras, QAIR Brasil, Alimempro, Solar Coca-Cola, ⁠Jangadeiro Têxtil, Intraplast, ⁠BCP Engenharia, 3E Soluções e ⁠BSPAR Incorporações; enquanto mais de 30 aguardam certificação.

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