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Em 2024, cesta básica de Fortaleza é a única do Brasil em queda
Economia

Em 2024, cesta básica de Fortaleza é a única do Brasil em queda

| ACUMULADO | Após dois meses, valor da cesta básica na Grande Fortaleza apresenta retração de 0,43%, enquanto nas 16 outras capitais altas chegam a 12,75%
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Cesta básica local teve queda no preço de mais de 6% (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Cesta básica local teve queda no preço de mais de 6%

O custo da cesta básica comercializada na Grande Fortaleza acumula desinflação de 0,43% ao fim do primeiro bimestre deste ano. O movimento é único em meio às 17 regiões metropolitanas analisadas pelo Dieese.

Conforme os dados, o valor da cesta básica com 12 produtos custou R$ 627,67 para os consumidores cearenses em fevereiro. O Dieese também levantou o custo necessário para alimentação de uma família com dois adultos e duas crianças que, em fevereiro, chegou a R$ 1.883,01.

Apesar do cenário positivo, o valor da cesta básica subiu 1,51% em fevereiro após registrar deflação de 1,91% em janeiro.

Os produtos que podem ser considerados os "vilões" do levantamento de preços em fevereiro foram a banana, com alta de 5,01%, o feijão (+4,49%), o tomate (+3,36%), a manteiga (+2,85%) e o café (+2,34%).

Já os produtos que apresentaram redução de preço foram apenas dois: o óleo, com variação negativa de 0,67%, e a carne (-0,08%).

Apesar do inflacionamento da cesta básica em fevereiro, o Dieese destaca que o preço dos alimentos em Fortaleza vem cedendo nos últimos meses. Em um ano, houve queda de 6,5% no valor da cesta básica.

Nesta mesma altura do ano passado, a cesta básica custava R$ 671,32, praticamente R$ 45 mais cara.

Comparando a situação de Fortaleza com o patamar de preços de outros estados da Federação, a Capital tem o sexto valor mais baixo dentre as 17 capitais analisadas.

Nos demais estados já há inflacionamento de preços. O pior cenário está instalado no Rio de Janeiro, que observou o valor da cesta básica subir 12,75% somente nos dois primeiros meses deste ano, alcançando o patamar de R$ 832,80, o mais caro do Brasil.

Para o economista Vicente Férrer, do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), o movimento é natural após o Estado ser um dos mais impactados pelo aumento do patamar de preços dos produtos alimentícios básicos desde a pandemia, em 2020.

Na sua avaliação, a queda recoloca o Ceará em seu patamar de preços em meio aos demais estados nordestinos no ranking nacional formulado pelo Dieese.

"Nós tivemos um valor muito acima dos outros estados e da média inflacionária no período da pandemia de Covid e nos anos seguintes. Lembramos que Fortaleza era um mercado onde a cesta básica ficou entre as mais caras. Perdemos uma gordura que foi formada ao longo do tempo", completa.

Vicente ainda aponta que a perspectiva é que esse movimento continue positivo nestes princípio de ano por conta do bom abastecimento hídrico, sem perspectiva de quebra de produção.

Para o economista, esse quadro deve favorecer o cálculo da inflação no Estado, mas é preciso ficar atento às condições do mercado no segundo semestre, quando o período mais seco chegará.

No levantamento, o Dieese também calculou que o percentual do salário mínimo líquido (descontados as despesas previdenciárias) necessário para compra dos produtos da cesta básica na Capital é de 48,06%.

Já o salário mínimo necessário para uma família com quatro pessoas corresponde a R$ 6.996,36, ou seja, 4,95 vezes o mínimo vigente atualmente, de R$ 1.412,00.

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O compartamento do preço da cestá básica

Fortaleza - fevereiro/2024

Valor da cesta: R$ 627,67

Variação mensal: 1,51%

Variação em 2024: -0,43%

Variação nos últimos 12 meses: -6,50%

Produtos que mais subiram em Fortaleza - fevereiro/2024

Banana: 5,01%

Feijão: 4,49%

Tomate: 3,36%

Manteiga: 2,85%

Café: 2,34%

Fonte: Dieese

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