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G20 pode incitar Ceará como polo do hidrogênio verde para o mundo, diz Elmano
Economia

G20 pode incitar Ceará como polo do hidrogênio verde para o mundo, diz Elmano

| INVESTIMENTOS | A expectativa é que, dentre diversos temas, o encontro fomente discussões sobre financiamentos de instituições financeiras internacionais
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FORTALEZA é uma das cidades-sede do G20 (Foto: Carlos Gibaja/Governo do Ceará)
Foto: Carlos Gibaja/Governo do Ceará FORTALEZA é uma das cidades-sede do G20

As reuniões do G20 impulsionam o Ceará como polo exportador do hidrogênio verde (H2V) para diversos países, já que Fortaleza é uma das cidades-sede do evento presidido pelo Brasil neste ano, conforme o governador Elmano de Freitas (PT). A expectativa é que, dentre diversos temas, o encontro fomente discussões sobre financiamentos de instituições financeiras internacionais e fortaleça os compromissos da transição energética.

A cúpula do G20, com o tema “Brasil 2024, construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, vem pela primeira vez ao Ceará com a terceira reunião do grupo de trabalho (GT) de Arquitetura Financeira Internacional (IFA, em inglês), promovendo debates sobre a ampliação da representatividade nas instituições do sistema financeiro internacional e o fortalecimento dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, em inglês).

A reunião em solo cearense, de 10 a 12 de junho, possui o objetivo de trazer investimentos em medidas para a redução das desigualdades sociais, combate à fome e à pobreza, bem como uma transição ecológica justa. Outras reuniões técnicas e ministeriais estão previstas para ocorrer no Estado entre os dias 1º a 3 de julho na Parceria global, inclusão digital e infraestrutura; 23 e 26 de julho no GT de Emprego; e nos dias 29 a 31 de outubro no GT de Educação.

De acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas, o encontro traz possibilidades de repercussões positivas.(Foto: Carlos Gibaja)
Foto: Carlos Gibaja De acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas, o encontro traz possibilidades de repercussões positivas.

De acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas, o encontro traz possibilidades de repercussões positivas tanto para o H2V quanto para a economia cearense, como a geração de empregos, mas não especificou impactos em números. “Além de nós podermos ter aqui situações distintas de financiamento das nossas instituições financeiras, que pode também ao Ceará possibilitar mais projetos e benefícios à população”, disse.

A cooperação financeira de instituições multilaterais é muito importante para todos os países em desenvolvimento e, portanto, “reuniões como essa decidem como essas instituições vão atuar espalhadas pelo mundo”, comentou Elmano. “Quanto mais você tiver uma solidariedade maior, uma cooperação maior, taxa de juros menores, isso favorece muito que a gente possa acelerar o nosso desenvolvimento e fazer inclusão social.”

Neste sentido, apesar de não ter sido ligado ao G20, o investimento de US$ 100 milhões pelo Banco Mundial para adaptar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) à possibilidade de exportação de hidrogênio verde mostrou o potencial positivo dos aportes internacionais para o Estado, exemplificou o governador Elmano, que vê com bons olhos “sediarmos um encontro que, na vida real, pode representar capacidade de investimento.”

O secretário da Fazenda do Ceará, Fabrízio Gomes, destacou, também, que a eventual queda nas taxas de juros pode possibilitar “uma melhora na negociação com os bancos internacionais, e a gente trazer projetos de investimento baseados também na questão da sustentabilidade”, citou. “Economicamente ainda tem a questão turística que você mostra para o mundo todo o potencial turístico que o Ceará tem”, acrescentou.

A cúpula do G20 é organizada em duas faixas paralelas de atuação: A Trilha de Sherpas, responsável por supervisionar as negociações, discutir pontos da agenda e coordenar a maior parte do trabalho, e a Trilha de Finanças, que trata de assuntos macroeconômicos e é dividida em sete grupos técnicos: Assuntos do Setor Financeiro, arquitetura Financeira Internacional, Economia Global, Finanças Sustentáveis, Inclusão Financeira, Infraestrutura e Tributação Internacional.

O G20 conta com presidências rotativas, e ao assumir cada país pode trazer ao debate temas de maior interesse para o seu desenvolvimento. O Brasil assumiu o posto no dia 1º de dezembro de 2023 e permanecerá até o dia 30 de novembro de 2024. Ao trazer essas reuniões para o Ceará, ele se torna um centro de importantes debates, que podem moldar não só o futuro das finanças globais, como também do Estado.

A secretária de Relações Internacionais do Governo do Estado, Roseane Medeiros, ressalta que a presidência do Brasil trouxe três pilares ao G20. “Aqui, na presidência do Brasil, nós estamos tratando de temas como desenvolvimento econômico, sustentável, inclusivo, combate à fome e à pobreza, e também a mudança da governança global”, comentou, além de citar a visibilidade para o Ceará como um diferencial. (Com Maria Clara Moreira)

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Dívidas e juros são temas centrais

Questões relacionadas às dívidas de países menos desenvolvidos e às taxas de juros são temas centrais nas discussões do G20, especialmente no grupo de trabalho Arquitetura Financeira Internacional, com reuniões em Fortaleza entre os dias 10 e 12 de junho, em meio a reflexões estruturais da economia e das finanças internacionais. Segundo o subsecretário de finanças internacionais e cooperação econômica do Ministério da Fazenda, Antonio Freitas, trazer a reunião de finanças, que é a reunião mais importante desse grupo de trabalho, que é talvez o mais importante da trilha financeira do G20, mostra um sinal de prestígio. "Da importância que a gente atribui pelo Estado."

Calendário do G20 no Ceará; saiba mais

  • 3ª Reunião Técnica GT Arquitetura Financeira Internacional: 10 a 12 de junho (Trilha de Finanças)
  • Parceria global, inclusão digital e infraestrutura: 1 a 3 de julho (Trilha de Finanças)
  • 4ª Reunião Técnica e Reunião Ministerial do GT de Empregos: 23 a 26 de julho (Trilha de Sherpas)
  • 4ª Reunião Técnica e Reunião Ministerial do GT de Educação: 28 a 31 de outubro (Trilha Sherpas)

GT Arquitetura Financeira Internacional

O grupo de trabalho (GT) de Arquitetura Financeira Internacional do G20 vem discutindo a otimização dos balanços dos bancos multilaterais de desenvolvimento e o papel destes enquanto sistema, a melhoria da análise e do acompanhamento dos fluxos de capitais, a gestão dos riscos decorrentes de sua volatilidade e o reforço da Rede de Segurança Financeira Global. O Brasil tem participação ativa no GT desde o início de suas atividades, com atuação coordenada do Ministério da Fazenda e do Banco Central.

Parceria global, inclusão digital e infraestrutura

O objetivo é entender como as políticas e serviços governamentais digitais podem melhorar o relacionamento dos governos com os cidadãos, permitir serviços públicos de alta qualidade e alavancar as oportunidades da economia digital. Além disso, também há potencial da Infraestrutura Pública Digital (DPI), como identidade digital e soluções de compartilhamento de dados, para serem ferramentas poderosas para tornar os serviços públicos mais inclusivos e centrados no usuário.

GT de Empregos

O grupo de trabalho de Empregos discutirá o cenário global do emprego, cada vez mais sob influência das mudanças tecnológicas, que devem ser compreendidas como o meio para melhorar a qualidade de vida da sociedade. Também será central o debate sobre a equidade de gênero e a promoção da diversidade no mundo do trabalho. “O objetivo central será a discussão para ampliar a geração de emprego dos países menos desenvolvidos”, segundo o governador do Ceará, Elmano de Freitas.

GT de Educação

O grupo de trabalho em Educação abrangerão os últimos encontros do G20, com reuniões lideradas pelo Ministério da Educação. “Essa escolha não foi aleatória. A qualidade da educação do Ceará credenciou o nosso Estado a receber especialistas da área, dos principais países do mundo. E temos hoje o atual ministro da Educação, Camilo Santana”, de acordo com o governador do Estado, Elmano de Freitas.

Fonte: G20 Brasil 2024

Conheça os países do G20

Os países participantes são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além da União Africana e da União Europeia. Ademais, países e organizações internacionais convidadas pelo anfitrião também participam do G20.

Fonte: G20 Brasil 2024

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