O Ceará é o líder do Índice de Inovação dos Estados entre as regiões Norte e Nordeste pelo quinto ano consecutivo, desde 2021 até 2025. O resultado é influenciado especialmente pelo avanço na sustentabilidade ambiental (2ª melhor do Brasil) e intensidade tecnológica e criativa (4ª).
Ao nível nacional, o local está na sétima posição, com medição de 0,478. Os primeiros lugares são ocupados por São Paulo (0,932), Rio de Janeiro (0,621) e Rio Grande do Sul (0,519).
Os dados foram obtidos antecipadamente com exclusividade pelo O POVO e foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Observatório da Indústria.
Conforme o economista-chefe da Fiec e gerente do Observatório, Guilherme Muchale, além dos dois indicadores positivos, o Ceará também evoluiu no segmento de investimento de financiamento público em ciência e tecnologia (6ª).
No caso da sustentabilidade ambiental, o Estado saiu da décima posição para a segunda, em quatro anos. Para o especialista, o principal motivo é o fato de ser a referência em energias renováveis. Contudo, ainda precisa avançar na agenda empresarial em ESG (Ambiental, Social e Governança, em português).
“Ou seja, elevar o uso de recursos para iniciativas ambientais, tanto no setor produtivo quanto no setor público. Hoje, quem lidera essa agenda é São Paulo, sendo o estado mais inserido globalmente, muito conectado às tendências internacionais e que, portanto, tem uma pressão muito mais forte sobre seu setor empresarial nesse aspecto.”
Já a intensidade tecnológica e criativa é um setor que o Ceará se destaca há alguns anos e a tendência, segundo Guilherme Muchale, é melhorar com o aumento dos investimentos anunciados em, por exemplo, data centers e hidrogênio verde.
“O avanço se dá, sobretudo, pelo crescimento do setor de TI, além da própria economia criativa. Soma-se a isso o crescimento de alguns segmentos industriais de maior intensidade tecnológica. Por exemplo, de máquinas e equipamentos relacionados às energias renováveis, além do polo eletro metalmecânico, da Zona de Processamento de Exportações (ZPE), que também contribui nesse processo.”
Considerando o resultado geral, a pior colocação do Estado no histórico foi em 2020, quando ficou em 10º lugar, logo atrás da Bahia. Este foi também o ano em que não ocupou a liderança regional. Em 2025, Pernambuco é o mais bem colocado depois do Ceará, ocupando a 12ª posição.
Além disso, na parte de baixo do ranking, o pior lugar foi do Maranhão (0,049). Depois aparecem Roraima (0,051), Amapá (0,060) e Acre (0,074).
A disposição mostra, ainda, que Sudeste (0,968) e Sul (0,614) foram as regiões com maior concentração de inovação do Brasil. Em seguida, estavam Nordeste (0,183), Centro-Oeste (0,182) e Norte (0,009), respectivamente.
Ressalta-se que o índice se baseia em diversos aspectos voltados à inovação, tendo como base dois subíndices: capacidade e resultado. O primeiro avalia o ambiente inovador e o segundo mede as inovações em si.
Assim, o Ceará teve melhor desempenho no segmento de resultado, ficando na sétima colocação nacional. Já a sua capacidade ocupou a 11ª colocação do Brasil.
De acordo com o gerente do Observatório, Guilherme Muchale, o índice é elaborado para se ter uma visão dos pontos fortes e os que precisam desenvolver no âmbito de políticas públicas.
“Antes do lançamento, a gente tinha apenas o indicador nacional em comparativos internacionais, mas sabemos que o Brasil é um país continental. Então, para que fosse possível ter essa visão de todos os estados [...] Ele é, portanto, um esforço grande para conseguir, de fato, construir essa visão geral sobre a temática da inovação e fomentar a tomada de decisão baseada em dados.”