O Banco do Nordeste (BNB) se prepara para ser um dos principais fomentadores do chamado powershoring no Brasil a partir da atuação com mais força no financiamento de linhas de transmissão e baterias, segundo afirmou Aldemir Freire, diretor de Planejamento da instituição.
O termo em inglês define a estratégia de instalar indústrias de consumo intensivo de energia em regiões com abundância na geração. Linhas de transmissão e estruturas de armazenamento de energia são os atuais gargalos do setor elétrico brasileiro.
A estratégia, disse em entrevista exclusiva ao O POVO, é alinhar a eficiência energética das usinas eólicas e fotovoltaicas da Região à conformidade ambiental, com a atração de grandes empreendimentos para próximo dos polos geradores. Para isso, deve fazer uso de linhas de crédito já existentes e mais recursos captados com parceiros internacionais.
"Temos linhas específicas como o FNE Verde, o FNE Infraestrutura e, nessa parte de armazenamento de energia, cabe até o FNE Inovação. Com essa carteira é apenas uma questão de agilidade regulamentar", afirmou.
Freire se refere à necessidade de realização de leilões federais para chamar os investidores. A publicação do edital precisa ser feito pelo Governo Federal para sinalizar ao mercado que há o interesse em estimular o setor.
O objetivo do BNB é compor o empreendimento, uma vez que o banco "tem o financiamento mais barato" e consegue "baixar o custo do capital" para o investidores, de acordo com ele.
Geralmente, estima o diretor, o aporte milionário necessário para construir linhas de transmissão e as baterias exigem entre 20% e 30% de recursos dos próprios investidores. Instituições de fomento como BNB e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entram para baixar os custos.
Mas instituições financeiras privadas entram como avalistas para a fase de construção do projeto, minimizando o risco do empreendimento e ainda há a possibilidade de débitos de infraestrutura.
O diretor de Planejamento do BNB ressalta que "o Nordeste é central para toda a questão elétrica nacional", referindo-se ao potencial de geração renovável de energia da Região, que é levada para as demais áreas do País.
Nessa linha, no que se refere à atuação do Banco do Nordeste, ele destaca que a instituição "possui linhas de crédito para projetos que possam gerar créditos de carbono e para empresas adquirirem créditos de carbono gerados na região".
"Quando a gente fala em descarbonizar a indústria, nós não olhamos apenas para aquela indústria instalada aqui no Nordeste. Porque a nossa capacidade de descarbonização vai muito além da indústria instalada aqui", compara.
Por isso o interesse em investir no powershoring. Para isso, o BNB sedia na próxima quinta-feira, 23, o seminário “Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: As Oportunidades do Powershoring”.
Realizado pelo Consórcio Nordeste, BNB e Instituto Clima e Sociedade, o evento reúne lideranças da região, como os governadores Rafel Fonteles (PI) e Elmano de Freitas (PT); representantes de empresas do setor.
Seminário - Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: As Oportunidades do Powershoring
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Serviço
Seminário - Como escalar e acelerar os investimentos sustentáveis no Nordeste: As Oportunidades do Powershoring
Data: 23/10 - das 8h30 às 18h
Local: Av. Doutor Silas Munguba 5700 - Passaré