O POVO esclarece que o percentual de 61% de famílias cearenses que vivem em situação de extrema pobreza abordadas na manchete da edição impressa da última segunda-feira, dia 16, refere-se ao universo de pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
Embora a informação “Cadastro Único” conste também na manchete, logo acima da chamada, completando assim o entendimento da frase, o título da reportagem “Ceará tem 61% das famílias em situação de extrema pobreza” pode dar abrir margem para uma interpretação ambígua.
As informações e o título na matéria interna (“Ceará tem 61% das famílias inscritas no CadÚnico em situação de extrema pobreza”), no entanto, estão corretas. A reportagem, feita com base em pesquisa do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), mostra de maneira clara como o Ceará é um dos estados do Nordeste com menor percentual de saída do cadastro (57%), ficando à frente somente de Sergipe (56%), Piauí (55%) e Rio Grande do Norte (55%). São 2,1 milhões de famílias cearenses inscritas, das quais mais de 1,3 milhões recebem o Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família).
Nesta segunda-feira, o secretário executivo do Planejamento e Orçamento do Estado (Seplog-CE), Flávio Ataliba, alertou para uma possível imprecisão na chamada de capa. “Esta informação não está precisa. Infelizmente é um erro metodológico significativo utilizar base de dados de cadastros como informação para esse tipo de cálculo. Em 2019, não temos 61% da população cearense em situação de extrema pobreza e sim 6%”.