Prova O pacote do governador Elmano de Freitas (PT) apresentado à Assembleia Legislativa (Alece) combina uma série de medidas que atacam em três frentes: econômica, fiscal e social. Em cada uma delas, o gestor propõe respostas a dificuldades que o Estado enfrenta, seja no desafio de melhorar a arrecadação, seja no de enxugar a máquina ou ampliar a oferta de serviços ante vulnerabilidades acentuadas pela pandemia. Talvez o equívoco tenha sido encaminhá-lo no todo ao parlamento, e não em partes, o que talvez reduzisse a grita da oposição.

Nesse aspecto, o Abolição facilitou a vida tanto de Roberto Cláudio (PDT) quanto de Capitão Wagner (União), mandando à votação projetos que, simultaneamente, aumentam o número de secretarias e cortam terceirizados e contratos com organizações sociais. Há ainda a antipatia natural de alguns itens da pauta, como o incremento do ICMS, que incide sobre quase tudo que se consome.

No geral, portanto, o cartão de visitas de Elmano é também seu primeiro teste numa Assembleia com adversários mais numerosos e organizados e dois ex-candidatos ao Governo dispostos a ocuparem espaços importantes no debate público. Dentro da Alece, dificilmente Elmano terá dificuldades para fazer passar a agenda de interesse do Executivo, mas é possível que o petista hoje enfrente mais resistência do que Camilo Santana nos seus oito anos de mandato.