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A Receita Federal intensificou as fiscalizações nos portos cearenses e, apenas neste ano, já apreendeu mais de meia tonelada de drogas, superando todo o volume confiscado em 2024. Até o momento, foram interceptados 549 quilos de cocaína, enquanto no ano passado o total foi de 102,71 quilos.
Os números reforçam que os portos de Mucuripe e Pecém continuam sendo alvos estratégicos de criminosos para a exportação de entorpecentes.
O Ceará segue como uma rota do tráfico internacional em um esquema bilionário comandado por grupos criminosos. Um dos fatores que favorecem essa dinâmica é a proximidade geográfica do Estado com a Europa.
Além disso, falhas na fiscalização dos portos podem permitir que drogas atravessem águas brasileiras sem serem detectadas, como já ocorreu anteriormente.
A complexidade desses crimes revela um esquema cuidadoso para driblar o controle das autoridades. Traficantes corrompem trabalhadores portuários, ocultam drogas em contêineres e buscam fraudar sistemas de raio-x para evitar a detecção dos entorpecentes.
Outro detalhe que chama atenção é o uso de logotipos nas cargas - uma espécie de assinatura dos traficantes, que pode variar conforme a operação. Essas estratégias já são conhecidas no tráfico internacional que opera pelos portos.
O tráfico internacional de drogas opera por meio de uma rede estruturada, com ramificações em diversos núcleos operacionais. O grande desafio das autoridades é desarticular esses grupos e retirar o Ceará da rota do crime.