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O conflito entre Israel e Irã entrou na segunda semana sem sinais de arrefecimento. Ambos os lados parecem mais preocupados em justificar as próprias agressões do que em buscar um cessar-fogo. Tel Aviv e Teerã ignoram uma solução e focam nas motivações que deram início ao problema, usando ameaças como moeda de negociação com atores globais.
"O Irã estava prestes a construir uma bomba atômica", diz um lado; "Israel atacou primeiro", brada o outro — enquanto corpos são empilhados no Oriente Médio. Paralelamente, a eventual entrada dos Estados Unidos na guerra tem potencial para agravar o cenário, elevando os riscos.
Resta torcer para que o impulso americano de controlar tudo, visando a preservar os próprios interesses, não fale mais alto do que os canais de diplomacia.
As potências ocidentais, mais preocupadas com as repercussões econômicas negativas do que com a vida dos civis na região, observam da segurança de suas fronteiras. O massacre israelense contra os palestinos na Faixa de Gaza — ainda em curso — não ensinou nada aos líderes mundiais, que, no fim das contas, continuam insistindo na pergunta errada.
Quem teria, ou não, razão fica em segundo plano quando bombas começam a cair em inocentes. Mais importante do que procurar justificativas para a escalada é saber quem dará o primeiro passo a caminho da paz. Essa é a questão que deveria tomar os holofotes e as atenções daqueles que lideram e se dizem preocupados com o futuro do planeta.