Em três dias, operações policiais resultaram na prisão de 138 suspeitos, 80 estavam em liberdade e 58 encarcerados, eles continuavam atuando no crime mesmo presos, ligados às facções Guardiões do Estado (GDE) e Comando Vermelho (CV). Os resultados representam ainda um cenário urgente da crise de segurança pública que o Estado enfrenta.
Nas investigações que resultaram nas prisões, veio à tona esquemas longe da realidade, em que um "RH do crime" era responsável por receber inscrições de novos membros a partir do envio de "currículos do crime". Outros esquemas revelaram o papel estratégico de muitas mulheres na gestão operacional e financeira.
Também foi revelada a violência de um chefe, que ordenava torturas letais para dominar o tráfico de drogas. Os números de prisões impressionam, como o salto de 124 para 318 prisões no primeiro semestre comparado ao mesmo período do ano passado, mas a sensação é de que a guerra contra os grupos é uma batalha infinita.
Apesar das ações do Estado, as raízes do problema, como desigualdade, superlotação prisional e falta de políticas públicas, permanecem intactas. O número de prisões reflete o esforço do Estado, mas não pode ser confundido com vitória definitiva.
A guerra contra as facções criminosas não se vence só atrás das grades, exige investimento em educação, inclusão e reforma estrutural, sendo preciso ainda medidas capazes de enfraquecer a atração das facções por jovens em situação de vulnerabilidade.