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Congresso beneficia Bolsonaro, mas Lula vai vetar dosimetria
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Congresso beneficia Bolsonaro, mas Lula vai vetar dosimetria

Jaques Wagner foi pragmático e não deve ser jogado aos leões. Ante a derrota iminente e a promessa de que Lula vetaria o PL da Dosimetria, fez o acordo que deu ao governo R$ 22 bilhões em arrecadação
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Projeto de Lei da Dosimetria foi aprovado com o voto de 48 senadores. Na foto, senador Jaques Wagner e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
 (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado Projeto de Lei da Dosimetria foi aprovado com o voto de 48 senadores. Na foto, senador Jaques Wagner e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

Com 48 votos favoráveis, o Senado aprovou o projeto de Lei da Dosimetria, que beneficia os condenados pela tentativa de golpe de Estado - entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula chegou a ser avisado que a proposta seria aprovada, mas, um dia antes da votação, MDB e PSD desembarcaram do apoio à matéria e deram esperança aos governistas, mas foi só fogo de palha.

Quando a votação começou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do partido, entrou com dois pedidos de adiamento de pauta. As votações indicaram a temperatura do plenário. Os partidos que tinham desistido do acordo, por manobra de Davi Alcolumbre (União-AP), votaram pela manutenção da votação. Até o PSB, de Geraldo Alckmin, votou favorável.

Dos 27 senadores da CCJ, 15 mostraram estar do lado da dosimetria. A derrota era iminente, o que fez Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, procurar o presidente do colegiado e conterrâneo Otto Alencar (PSD-BA) para fazer um acordo de procedimento: o governo não atrapalharia a votação do PL da Dosimetria e a oposição não obstruiria a votação do PL 128, que reduz incentivos fiscais e taxa Bets e Fintechs.

Jaques foi pragmático e não deve ser jogado aos leões. Ao ver que não teria maioria, fez o acordo que deu ao governo R$ 22 bilhões em arrecadação. O líder tinha a certeza, dada pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-SC), que Lula vai vetar o texto.

O presidente confirmou. "Nem terminou o julgamento ainda e o pessoal já resolve diminuir as penas. Com todo o respeito que tenho ao Congresso Nacional, na hora que chegar na minha mesa, eu vetarei", afirmou.

Ademais, Lula já havia sido informado sobre a derrota, o presidente do Congresso articulou a votação e, segundo alguns senadores, Davi Alcolumbre fez isso com o aval do ministro Alexandre de Moraes. Não votar este ano só iria prolongar o debate. "Eu só acho que é melhor um final trágico do que uma tragédia sem fim", poetizou Jaques. Inocentado!

 

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