O segmento de vendas diretas pela internet é alternativa para a geração ou complemento de renda. A tendência é que esse segmento de trabalho aumente ainda mais com as altas taxas de desemprego, como a apresentada pelo Ceará, que alcançou 15,1% de desempregados no primeiro trimestre de 2021. Dados de ontem da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta (ABEVD), as vendas diretas já somam mais 166 mil empreendedores independentes no Ceará, dados de 2020, 4,1% a mais na comparação anual, e têm pela internet, WhatsApp e mídias sociais em geral 53% dos seus canais de atuação. Isso possibilitou um aumento de 10% no faturamento do setor de venda direta no ano passado, quando comparado ao ano anterior.
"A venda direta se tornou Social Selling, compra por indicação e relacionamento, sendo uma ótima oportunidade para empreender ou complementar renda, especialmente nesse período financeiro complicado. E a possibilidade de contato com os clientes e o relacionamento e atendimento personalizado pode continuar a ser feito pela internet ou redes sociais. Aliás, a digitalização foi um dos grandes focos de investimento do setor durante a pandemia e tornou-se uma grande ferramenta para que os empreendedores possam continuar vendendo e gerando renda mesmo durante o isolamento", declarou a presidente executiva da ABEVD, Adriana Colloca.
Ithamar Guerra, diretor de vendas da Natura no Nordeste, explica que a estratégia de digitalização da marca nas vendas diretas começou há alguns anos e sempre buscou manter a consultoria em linha com soluções digitais para ampliar situações de venda e atender diversos perfis de clientes.
"Oferecemos diversas ferramentas digitais que agilizam a execução de tarefas cotidianas, garantindo mais tempo para que o consultor realize sua atividade com excelência. Esse movimento foi acelerado com a pandemia de Covid-19", explica Ithamar. Como consequência, o desempenho dos canais digitais, tanto na venda dos consultores, como no e-commerce tradicional, confirmou a digitalização como uma grande avenida de crescimento para os negócios.
Gabriel Oliveira (@consultoria.gabriel), 24 anos, conseguiu resultados surpreendentes e destaque no time de revendedores da Natura investindo de forma virtual. O revendedor conta que o início positivo de suas vendas começou nas redes sociais, onde ele compartilha promoções, lançamentos dos produtos e destaca as vantagens das compras online como preço, entrega e facilidade de pagamento.
"Os resultados foram sendo gradativos desde que eu comecei em 2017. Porém, em um ano complicado de pandemia como foi 2020, eu consegui um aumento de 231,14% em relação ao ano anterior e consegui permanecer no nível diamante de vendas", afirma.
Natalia Guerra (@cheirosaevestida), 29 anos, dona de casa e microempreendedora, relata que a pandemia foi crucial para ela se virar e arriscar nas vendas diretas, especialmente na nova realidade em que tudo funciona online. Investir nas redes sociais com resenha dos produtos, divulgação de promoções e colocar a cara em jogo para uma relação mais próxima com seus clientes são algumas das estratégias que vêm funcionando com a revendedora.
Perfil
Em pesquisa realizada pela ABEVD em março de 2020, sobre o perfil dos empreendedores independentes da venda direta, constatou-se que 52% dos empreendedores revendem produtos do mercado de cosméticos e cuidados pessoais e 22% do mercado de roupas e acessórios. A renda proveniente da venda direta é, em média, 31,3% do orçamento familiar.