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Trump e Biden fazem campanha em Michigan, Estado crucial na eleição
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Trump e Biden fazem campanha em Michigan, Estado crucial na eleição

Candidatos democrata e republicano enfatizam discurso de manutenção dos empregos dos americanos em estado que pode ser decisivo na disputa pela Casa Branca
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DEMOCRATA Joe Biden foi à casa de metalúrgicos em Detroit para conversar (Foto: JIM WATSON / AFP)
Foto: JIM WATSON / AFP DEMOCRATA Joe Biden foi à casa de metalúrgicos em Detroit para conversar

Os dois candidatos à Casa Branca levaram a corrida presidencial para o Estado de Michigan, que será crucial na eleição dos Estados Unidos, em novembro. Ontem, o democrata Joe Biden esteve nos subúrbios de Detroit, onde prometeu "proteger o emprego dos americanos". O discurso é semelhante ao que o presidente e republicano Donald Trump nesta hoje, em comício em Saginaw, 200 quilômetros ao norte, região central do Estado.

A eleição americana é indireta, decidida por um colégio eleitoral de 538 votos alocados segundo a população de cada Estado. Por isso, mesmo tendo menos votos que Biden no país inteiro, Trump ainda pode ser reeleito, desde que vença o democrata em Estados-chave, como Michigan, que tem 16 votos no colégio eleitoral.

Em 2016, Trump teve quase 3 milhões de votos a menos que Hillary Clinton, mas foi eleito porque venceu a eleição em Estados-chave do Meio-Oeste, reduto histórico dos democratas, como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, por menos de 1 ponto porcentual de vantagem - em Michigan, a diferença foi de 10 mil votos.

De todos os Estados que Trump venceu em 2016, Michigan lhe aparece como mais vulnerável. Tanto que a campanha do presidente suspendeu a compra de anúncios nas TVs locais e várias sondagens sugerem que Biden estabeleceu uma vantagem razoável - 47% a 43,8%, segundo a média de pesquisas do site Real Clear Politics, e 49,7% a 42,2%, de acordo com o site Five Thirty Eight.

"Há duas coisas que não dá para esconder na eleição americana: onde o dinheiro é gasto e para onde o candidato vai. É assim que você sabe o que a campanha está pensando", disse o estrategista republicano Stuart Stevens. Daí a relevância de Michigan, que recebe a visita de Trump e Biden quase ao mesmo tempo.

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Ontem, Biden esteve em Warren, subúrbio de Detroit, reduto de eleitores brancos da classe trabalhadora, que eram fiéis aos democratas, mas sempre gostaram do estilo de Ronald Reagan e votaram em Trump na eleição passada.

Em locais como Warren, o democrata vem adotando uma pegada mais populista para seduzir os trabalhadores e operários de fábricas que sofrem com a desindustrialização dos EUA - uma crise econômica muito anterior à pandemia.

Na visita, Biden anunciou uma proposta de aumento dos impostos sobre lucros das empresas americanas no exterior e incentivos fiscais para a indústria doméstica - um tipo de protecionismo familiar aos eleitores de Trump.

REPUBLICANO Donald Trump tentará reverter desvantagem nas pesquisas
Foto: AFP
REPUBLICANO Donald Trump tentará reverter desvantagem nas pesquisas

Hoje, será a vez de Trump. O presidente fará um comício no Condado de Saginaw, onde ele venceu Hillary por um ponto porcentual. Na eleição para o governo do Estado, em 2018, a maré mudou e a democrata Gretchen Whitmer derrotou o republicano Bill Schuette com oito pontos de vantagem em Saginaw.

Esta semana, Trump retomou a compra de anúncios de TV em Michigan, com uma peça que critica Biden, anuncia a chegada de uma vacina contra o novo coronavírus e ostenta a recuperação da economia americana, apesar da pandemia.

Por enquanto, Biden - cuja campanha vem batendo recorde de arrecadação de dinheiro - está gastando mais do que Trump em Michigan. Durante a semana, o presidente investiu cerca de US$ 1,1 milhão nas TVs do Estado, em comparação com quase US$ 2,4 milhões do democrata, de acordo com dados da Advertising Analytics.

No entanto, nas próximas semanas, os dois reservaram praticamente a mesma quantidade de tempo nas TVs locais, o que indica que o presidente não desistiu dos 16 votos de Michigan e pretende voltar a ser competitivo no Estado. (Agência Estado)

 

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