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Biden vira na Geórgia e na Pensilvânia; Republicanos contestam na Suprema Corte
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Biden vira na Geórgia e na Pensilvânia; Republicanos contestam na Suprema Corte

| EUA | Candidatura de Trump tenta interromper apuração na Pensilvânia e juíz determina que votos pelo correio sejam contados separadamente. Biden não declara vitória, mas faz discurso em tom unificador passando a ideia de que a confirmação é questão de tempo
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BIDEN aguarda vitória em apenas mais um estado para discursar como vencedor (Foto: JIM WATSON / AFP)
Foto: JIM WATSON / AFP BIDEN aguarda vitória em apenas mais um estado para discursar como vencedor

O candidato democrata a presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu a liderança em dois estados-chave para a eleição no país. Geórgia e Pensilvânia, onde o candidato republicano Donald Trump liderava até a madrugada de ontem, amanheceram com tons de azuis (referência a cor do Partido Democrata) nos mapas de projeção de veículos de imprensa e instituições especializadas que acompanham a apuração. Embora as projeções não cravem quem venceu nesses locais, Biden consolida favoritismo na corrida pela Casa Branca.

Na Geórgia, considerado um reduto republicano, a vantagem de Biden era de apenas 4 mil votos até a 0 hora de hoje. Durante o dia, o secretário do estado da Geórgia, Brad Raffensperger, disse que cerca de nove mil votos de militares no exterior ainda seriam analisados. Esses, em teoria, favoreceriam Trump. As autoridades locais também adiantaram que farão uma recontagem de votos. O procedimento é usual nos EUA quando diferenças muito pequenas entre os candidatos são registradas.

Na Pensilvânia, Biden liderava por cerca de 27,1 mil votos até às 0 hora de hoje. O estado também é decisivo para o democrata, pois ganhando ele estará eleito independentemente do resultado no Arizona (considerado pró-Biden na apuração de alguns veículos, mas não na de outros). A maioria dos votos que restam para contar vêm de redutos democratas, como o condado de Fulton.

No Arizona, estado em que as projeções da Associated Press já cravaram para Biden há dois dias, Trump vem diminuindo a distância; de aproximadamente 30 mil votos até a 0 horas de hoje. Para virar o jogo e ser eleito, Trump tem que vencer obrigatoriamente na Pensilvânia e em outros três dos quatro estados em disputa: Geórgia, Carolina do Norte (onde lidera), Arizona e Nevada.

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A contagem de votos não tem uma data unificada para acabar. Como as legislações eleitorais variam de estado para estado, em alguns locais há um prazo de até dez dias após a eleição para apresentar resultados enquanto em outros o prazo é de até 20 dias. Sem falar em ações na Justiça que a campanha de Trump já mobiliza por todo o país; mas sem vitórias substanciais até então. O histórico de recontagens mostra que é raro que estas mudem o resultado final.

O Partido Republicano pediu ontem à Suprema Corte a interrupção da contagem dos votos que estão chegando atrasados. O pedido é para que seja interrompida a apuração das milhares de cédulas enviadas pelo correio que chegaram depois da terça-feira, 3. A maioria dessas cédulas seriam a favor de Biden.

O juiz da Suprema Corte Samuel Alito determinou na noite de ontem que os votos enviados por correio e recebidos após 3 de novembro sejam contados paralelamente. A decisão, porém, não interrompe a contagem dessas cédulas, como queriam os republicanos.

TRUMP mantém retórica, sem provas, de que a eleição está fraudada
Foto: Brendan Smialowski / AFP
TRUMP mantém retórica, sem provas, de que a eleição está fraudada

No fim da noite de ontem nos EUA - início da madrugada de hoje no Brasil, Joe Biden discursou em Wilmington, no Delaware, ao lada da vice Kamala Harris. Mais uma vez, o candidato democrata evitou declarações de que já era o vencedor. No entanto, deixou pistas de que essa é apenas uma questão de tempo para ele.

"Nós não temos uma declaração final, mas os números são convincentes. Estamos indo na direção do número mágico e vamos vencer a eleição. Sei que a contagem avança devagar e isso pode deixar todos ansiosos. Mas esses números representam os votos de todos os eleitores. Homens e mulheres que exercitaram seu dever e deixaram suas vontades claras. Milhões de americanos escolheram a mudança. Disseram claramente que querem que o país se una", disse em tom mais unificador.

Na quinta-feira, Trump afirmou, sem apresentar provas, que há uma "fraude eleitoral" em curso em estados onde ele está perdendo, mas não questionou a votação em lugares onde, segundo as projeções, está na frente. Veículos de imprensa chegaram a interromper a transmissão do pronunciamento ao perceber que ele questionaria a lisura do processo eleitoral baseando-se em alegações falsas.

"Temos que nos manter calmos e pacientes. Deixar que o processo (eleitoral) se desenrole. Contar todos os votos. O seu voto será contado. Não importa o quanto tentem impedir", complementou Biden, em nova resposta às investidas dos republicanos na Suprema Corte.

 

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