Suspeito de ter vazado conversa com o presidente Jair Bolsonaro ontem, o deputado federal Heitor Freire (PSL) admitiu ter falado com o pesselista ao telefone, mas negou haver gravado o diálogo.

"Sim, tive essa conversa com o presidente Bolsonaro, mas afirmo, nunca vazei qualquer áudio desse conteúdo e desconheço a origem da divulgação de gravações que envolvem a minha pessoa", disse o parlamentar, que preside o PSL no Ceará.

Freire então afirmou que o vazamento "é criminoso e passível das medidas judiciais cabíveis". O pesselista acrescentou que irá acionar a Polícia Federal para investigar o caso e também as supostas fake news que atribuem a ele a autoria do vazamento.

O deputado reiterou que "jamais divulgaria conteúdo de conversas com o presidente Bolsonaro" e que sempre esteve na "linha de frente na defesa do governo Bolsonaro". O pesselista avalia que "atritos internos do partido não farão com que eu mude de posição".

Questionado sobre como votou na disputa travada em torno da liderança de Delegado Waldir como líder do PSL na Câmara, Heitor Freire se recusou a responder. Por meio de assessoria, disse não trataria do assunto.

O nome do parlamentar, contudo, apareceu em listas pró-Waldir, a quem Bolsonaro tentou substituir por seu filho, Eduardo Bolsonaro. A manobra não teve sucesso, e Waldir continua no posto.

Na tarde de ontem, o deputado estadual André Fernandes (PSL) acusou Freire de ter vazado a conversa com Bolsonaro. Para ele, o correligionário, com quem está rompido, traiu o presidente.

Horas depois, Fernandes recebeu uma notificação do partido para apresentar resposta em até 15 dias a processo de que é alvo no diretório estadual. Em vídeo divulgado em seus perfis nas redes sociais, o pesselista aparece queimando o documento.