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Impasse entre prefeitos e Cabeto segue após reunião não realizada
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Impasse entre prefeitos e Cabeto segue após reunião não realizada

Encontro poderia selar acordo sobre consórcios, mas não ocorreu por atraso de secretário e saída dos gestores municipais
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 09-01-2020: Reunião de consórcios de saúde com a presença do secretário de saúde Dr. Cabeto e do prefeito de Arcati Bismark Maia, na Sceretaria de Saúde(SESA), Praia de Iracema, Fortaleza.(Foto:Barbara Moira/O POVO) (Foto: BARBARA MOIRA)
Foto: BARBARA MOIRA FORTALEZA, CE, BRASIL, 09-01-2020: Reunião de consórcios de saúde com a presença do secretário de saúde Dr. Cabeto e do prefeito de Arcati Bismark Maia, na Sceretaria de Saúde(SESA), Praia de Iracema, Fortaleza.(Foto:Barbara Moira/O POVO)

Prevista para ocorrer no fim da tarde de ontem, a reunião entre o secretário estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, e os prefeitos presidentes de Consórcios de Saúde no Interior não foi realizada. O motivo do encontro não ter ocorrido foi o atraso do titular da pasta, que estava em reunião com o governador Camilo Santana.

No encontro que aconteceria na sede da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), seriam discutidas questões de reformulação dos Consórcios de Saúde, tema que vem gerando bastante divergência entre a pasta e os gestores. Entre os presentes estavam os prefeitos de Sobral, Ivo Gomes; do Cedro e presidente da Associação de Prefeitos do Ceará (Aprece), Nilson Diniz; do Aracati, Bismarck Maia; de Chorozinho, Júnior Menezes; e de Jucás, Raimundo Luna Neto.

A disputa política existe desde o ano passado, quando Cabeto arquitetou novos critérios para preenchimento dos cargos nos consórcios de saúde. Dentre eles, processo seletivo para nomeação dos encarregados, fator que dá mais garantias da qualificação dos escolhidos, segundo o secretário. Em contrapartida, os gestores reclamam que os municípios estão perdendo poder de decisão e alegam que não há como arcar com remunerações previstas para os profissionais dos consórcios, criados para a administração de Policlínicas e Centro de Especialidades Odontológicas.

Para a reunião de ontem que poderia selar finalmente um acordo, o grupo de prefeitos estava na sede da Sesa desde às 17 horas aguardando o secretário. Por sua vez, Cabeto atrasou porque estava discutindo no Palácio Abolição o lançamento da licitação para a construção do Hospital da Universidade Estadual do Ceará (Uece) dentre outros assuntos. Os gestores deixaram o local duas horas após o previsto para o começo da reunião sem falar com a imprensa e demonstrando aparente insatisfação. Poucos minutos após a saída deles, Cabeto chegou ao local. Ao O POVO, ele tentou minimizar a insatisfação, explicando que esses atrasos de agenda fazem parte da vida pública. Lamentando o desencontro, disse que isso não deve ser motivo para que o diálogo seja prejudicado.

A resolução do conflito poderia se dar com os prefeitos mantendo o direito de indicar nomes. Especulava-se que a nomeação do cargo de diretor geral do consórcio estaria entre eles, deixando outros a serem definidos por meio de seleção, como deseja Cabeto. Entretanto, o secretário afirmou que todos os cargos permanecerão sendo preenchidos por seleção - que deve ter a data limite de inscrição ampliada - e que não pretende voltar atrás, contrariando a vontade dos prefeitos.

"Essa é a proposta do Estado, manteremos essa posição. Minha obrigação como gestor público é dar o máximo de transparência e oportunidade de trabalho para as pessoas". Os salários para os cargos variam entre 12 mil e 15 mil (60% fixo e 40% variável de acordo com indicadores de desempenho).

A intenção do secretário é diminuir a interferência política nos consórcios. Ele entende que a medida gera desconforto e levanta questionamentos. "É natural que as pessoas queiram entender melhor o que estamos propondo. Eu acho que é o que está acontecendo com os prefeitos, eles estão aprendendo a construir essa nova modelagem", comentou Cabeto, enfatizando a necessidade de garantir a transparência do processo.

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