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Kamile Castro é primeira juíza titular da história no TRE-CE
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Kamile Castro é primeira juíza titular da história no TRE-CE

Magistrada tomou posse na noite desta terça-feira
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KAMILE Castro atuava como substituta na mesma área desde 2016 (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO KAMILE Castro atuava como substituta na mesma área desde 2016

Pela primeira vez na história de 88 anos, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Ceará tem uma mulher efetivada juíza na categoria jurista. Nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Kamile Castro foi empossada ontem para suceder Tiago Asfor Rocha Lima, que encerrou biênio na função. Ela atuava como substituta na mesma área desde 2016. O pleno da Corte é composto por dois desembargadores, dois juízes de Direito, um juiz federal, dois advogados, um procurador Regional Eleitoral e um secretário.

Apesar do ineditismo na categoria, o colegiado já comportou mulheres, caso da ex-presidente da Corte, a desembargadora Maria Nailde Pinheiro (2017-2019). Desembargadores atuam nos Tribunais de Justiça (TJs), segunda instância processual. Nailde, por exemplo, é a atual vice-presidente do TJCE.

Foram os desembargadores, inclusive, que votaram e encaminharam lista tríplice ao presidente da República. Castro figurou com 17 votos, atrás de Damião Tenório, com 32 sufrágios, e Joaquim Rocha Lucena, com 24.

Durante discurso de posse, a agora juíza se emocionou ao citar os pais e os padrastos. Ao mencionar os irmãos, destacou que todos foram educados para respeitar e "não realizar qualquer ato de violência contra as mulheres."

Ao usar o próprio exemplo, ela também sublinhou que a família sempre encorajou o pensamento de que mulheres ascendem a funções de trabalho relevantes pela capacidade profissional demonstrada, "não por manter algum tipo de relações, ainda que sexuais, com homens importantes."

"Digo isso porque o lugar de mulher é onde ela quiser estar", emendou. "Minha nomeação não está ligada ao simples fato de ser mulher, minha nomeação está ligada à tarefa que devo exercer."

À Corte, segundo ela, os principais desafios que se impõem são a adaptação a novas tecnologias e mídias, a paridade de gênero, a superação do "déficit democrático" oriundo da baixa representação feminina nos cargos eletivos, além das notícias fraudulentas, sobretudo no processo eleitoral, como o deste ano. "O resultado das eleições será determinado, portanto, sempre pela soberania popular." 

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