O pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Heitor Férrer (SD), foi mais um postulante a apontar desatenção da gestão Roberto Cláudio (PDT) com os segmentos mais pobres da Capital. Quinto entrevistado da série da Rádio O POVO CBN com prefeituráveis, ontem, o deputado estadual disse que o Município aplicou valores que considera desproporcionais em Urbanismo em detrimento de áreas como habitação popular.
"E aí você entenda Urbanismo como cimento, essas obras que eu considero mais cosméticas, gastou R$ 792 milhões. E para a habitação gastou R$ 37 milhões", sustentou com informações referentes a 2018, justificando não ter dados publicizados sobre o ano passado.
E continuou: "Quando você tem recursos para uma Beira Mar, para mudar asfalto desnecessariamente, para colocar em vias, em vez do asfalto, aquela cerâmica, aqueles bloquetes, que você gasta muito com isso, quase R$ 800 milhões, e para a moradia popular você consegue investir apenas R$ 37 milhões, não chegando a R$ 40 milhões, há de convir que há uma inversão de prioridades no que diz respeito ao atendimento dos mais necessitados."
Com os mesmos valores em mãos, prosseguiu Heitor, teria feito "uma revolução" habitacional" na Capital, por meio da qual "os mais necessitados teriam acesso a sua casa própria através de mecanismos de construção de engenharia em que se faz a reciclagem do material da casa em que o cidadão mora, e você dá a casa digna de um ser humano." Segundo o deputado estadual, Fortaleza tem 187 mil famílias morando em terrenos irregulares ou precários.
Já passaram pela série de entrevistas na Rádio O POVO CBN os pré-candidatos Anízio Melo (PCdoB), Carlos Matos (PSDB), Célio Studart (PV) e Ferrucio Feitosa (PDT). Durante a entrevista, Matos também fez críticas sobre suposta preferência às áreas mais ricas da Cidade.
A saúde pública foi outro ponto abordado durante a conversa de ontem com Heitor. Para ele, o declínio dos números relativos ao coronavírus não pode ser superestimado, já que o Estado lidera o ranking de mortes por milhão no País.
Há, porém, uma imprecisão na fala do pré-candidato: o Ceará é o segundo em mortes por 100 mil habitantes, com 86, atrás de Roraima, com 89. O Estado registrou 186.563 confirmações do vírus e 7.946 óbitos até o início da noite de ontem, de acordo com números da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).
Sobre política partidária, Férrer assumiu que passa por dificuldades para se coligar. Além do apoio financeiro e o tempo de cadeia em televisão e rádio, as alianças conferem aos partidos mais militância. O PDT é conhecido pelas amplas alianças. Capitão Wagner (Pros), por sua vez, já soma nove agremiações consigo.
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Em 2012, Férrer ficou pela diferença três pontos percentuais de tirar Roberto Cláudio (então candidato do PSB) do segundo turno contra Elmano de Freitas (PT). O rendimento declinou em 2016.
Questionado sobre se será o candidato de 2012 ou 2016, nesse aspecto, disse: "A única maneira de você se sair bem em uma disputa é você trazer algo que sensibilize o eleitorado, que inove uma administração, que diga à sociedade que você tem condição de mudar o perfil da atual situação que vive o Município."
Série de Entrevistas
A série de entrevistas com pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza na Rádio O POVO CBN tem continuidade na próxima segunda-feira, 10. O convidado será o deputado federal Heitor Freire, postulante do PSL para a disputa.
