O deputado estadual André Fernandes (Republicanos) atingiu no último domingo, 20, o trigésimo e último dia de suspensão na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE). Com isso, já pode retornar aos trabalhos no Parlamento.
Em vídeo publicado ontem no Instagram, Fernandes voltou a investir na retórica de que a sanção foi fruto de perseguição da qual teria sido alvo unicamente por ser opositor do governador Camilo Santana (PT).
"Não há nada de errado em encaminhar uma denúncia para que o órgão competente apure os fatos. Foi sob essa prerrogativa que eu tive o meu mandato suspenso por 30 dias", ele reforçou no vídeo.
Fernandes prossegue dizendo que aprendeu "muito" durante os dias em que, às portas da AL-CE das 9 horas às 12 horas, conversou com apoiadores e recebeu propostas e denúncias a serem exploradas. Outra parte da rotina foi composta pela produção de vídeos contra a gestão Camilo.
Ele promete, então, que levará a cabo espécie de gabinete itinerante. Ou seja, conforme disse, toda semana visitará um bairro de Fortaleza ou um município do Interior para colher demandas das pessoas.
Até ontem não havia sido convocada reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Casa, da qual ele é membro. As sessões em plenário ocorrem uma vez por semana, às quintas-feiras. No próximo dia 24, então, já estará apto para discussões, votação e projetos e uso da tribuna.
Listen to "Jogo Político" on Spreaker.
O bolsonarista teve o mandato suspenso no dia 20 de agosto, no plenário da Casa, por encaminhar denúncia infundada ao Ministério Público do Ceará (MPCE) contra Nezinho Farias (PDT), em 2019, associando-o a facção criminosa paulista e confundindo jogo do bicho com e-sports, modalidade competitiva de jogos eletrônicos.
Ele alega que pediu sigilo ao órgão de investigação, de modo a não gerar danos ao pedetista.
O Conselho de Ética da AL-CE terá de se decidir sobre outras seis ações. Três contra Fernandes, de Psol, PSDB e PDT; uma contra Osmar Baquit e Leonardo Araújo, que brigaram em plenário; Araújo separadamente é alvo de outra, movida por Domingos Filho (PSD); Bruno Gonçalves (PL), o do áudio vazado tentando cooptar apoio com recursos públicos, também é alvo de representação do Pros.