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Embate eleitoral invade plenário na volta de André Fernandes
Politica

Embate eleitoral invade plenário na volta de André Fernandes

Em primeiro pronunciamento após retorno da suspensão, deputado bolsonarista se rebelou contra o que considera falta de isenção de José Sarto, candidato a prefeito. Aliados do pedetista reagiram
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FERNANDES é o quarto a ser condenado na Justiça a indenizar a jornalista da Folha (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita FERNANDES é o quarto a ser condenado na Justiça a indenizar a jornalista da Folha

O deputado estadual André Fernandes (Republicanos) retornou ao plenário da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), ontem, pressionando José Sarto, presidente da Casa e candidato do PDT à Prefeitura de Fortaleza. Já no fim da sessão, o bolsonarista foi à tribuna reforçar a tese de desequilíbrio no tratamento dos casos dele, suspenso por encaminhar denúncia infundada contra Nezinho Farias (PDT) ao Ministério Público do Ceará (MPCE), e de Bruno Gonçalves (PL).

Gonçalves teve áudio vazado no qual tenta cooptar a ida de Maninho Palhano para o PL, legenda da base do prefeito Roberto Cláudio (PDT), de modo a facilitar a reeleição da mãe à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), Marta Gonçalves (PL).

"Por que comigo disse que era algo sério, que precisava ser tratado de maneira célere. E quando se trata de algo envolvendo corrupção, o presidente não se manifesta a favor de nenhuma punição, pelo contrário, sai em defesa sem ter sequer nenhuma perícia (no áudio)?", questionou Fernandes antes de deixar o plenário.

Ele tomou como base entrevista de Sarto à Rádio O POVO CBN em 12 de agosto, quando o então pré-candidato trabalhista respondeu que o áudio de Gonçalves havia sofrido edição e que teria de ser averiguado.

Fernandes fez menção ainda ao encontro de Sarto na última quarta-feira, 23, com candidatos à Câmara pelo PL, com as presenças de Gonçalves e Acilon, prefeito de Eusébio e pai do deputado. O clima eleitoral estressou ainda mais um debate naturalmente tenso.

A base do Governo se ergueu na defesa de Sarto. Em sala próxima ao plenário, membros da Mesa conversaram alguns minutos antes de iniciarem reação. O primeiro dado oferecido como resposta foi o tempo do processo dele, que teve prazos esgotados e durou mais de um ano, um modo de dizer que o parlamentar teve amplo direito de defesa.

Sarto ensaiou ida ao plenário antes da fala do opositor, conforme O POVO apurou, o que terminou não fazendo. Àquela hora presidindo a sessão, Acrísio Sena (PT) afirmou que o colega "patrocina a mais ampla democracia" interna. O 1º secretário da AL-CE, Evandro Leitão (PDT), falou em vitimização de Fernandes. "Temos que assumir nossas ações e não querer passar para a sociedade que está sendo vítima de perseguição", bradou.

ACRÍSIO saiu em defesa do presidente da AL-CE dizendo que ele promove "ampla democracia interna"
Foto: Thais Mesquita
ACRÍSIO saiu em defesa do presidente da AL-CE dizendo que ele promove "ampla democracia interna"

Líder do governador Camilo Santana (PT) na Assembleia, Augusta Brito (PCdoB), que atuou como relatora do processo que terminou com a sanção de suspensão a Fernandes, argumentou que "em nenhum momento" recebeu o pedido do presidente para "condenar ou absolver, nenhuma interferência." E emendou: "Eu sou testemunha real da total imparcialidade dele nesse caso e acredito que nos demais que vão tramitar também."

Indagado por O POVO já prestes a deixar a Assembleia, Fernandes destacou que somente citou falas de Sarto sobre o caso dele. "Se no meu caso ele disse que era algo grave e no caso do Bruno ele disse que provavelmente foi edição, é porque teve disparidade." Ele seguiu: "Quem disser que acusei (de parcialidade) é mau caráter."

Procurada, a assessoria de Sarto respondeu que ele não iria se manifestar. O ouvidor do Conselho de Ética, Romeu Aldigueri (PDT), afirmou ao O POVO em 19 de agosto que os envolvidos em processos internos teriam até 24 de setembro para apresentar defesa prévia.

Aldigueri não respondeu mensagens do O POVO ontem. Além de Fernandes e Gonçalves, Leonardo Araújo (MDB) e Osmar Baquit (PDT) são alvos de processos. À exceção da defesa de Baquit, as demais foram apresentadas. A defesa prévia não é obrigatória.

 

Mesa

2º vice-presidente da Casa, Danniel Oliveira (MDB) destacou a importância de que a Mesa Diretora lidere esforço conjunto no sentido de reforçar, pelo convencimento, a importância da assiduidade dos deputados mesmo em meio ao período eleitoral

 

Presença

Diferente do que ocorreu na semana passada, a Assembleia Legislativa registrou ontem presença significativa de deputados. De 46 parlamentares, o número de presentes chegou a 32

 

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