Os candidatos à Prefeitura de Fortaleza caíram em campo na primeira segunda-feira de campanha. Grande parte das agendas foi de corpo a corpo pelos bairros da Capital, assim como carreatas e "adesivaços". O nome de situação José Sarto (PDT) iniciou a manhã colado ao prefeito Roberto Cláudio (PDT). Estiveram no Residencial Alto da Paz, no Vicente Pinzon. Ali, 1.120 apartamentos começaram a ser distribuídos pela gestão municipal desde julho.
"Se Fortaleza me permitir, me der essa honra, nós vamos continuar avançando na política habitacional", disse ao lado do prefeito. "Numa cidade como Fortaleza, ainda tão desigual, a política habitacional é uma grande prioridade e o Sarto e o Élcio (Batista, vice na chapa e presente no ato) têm assumido isso como uma das grandes questões", subscreveu RC.
Em busca de se fortalecer diante de adversários experimentados em disputas ao Executivo, o presidente da Assembleia Legislativa também marcou presença nas redes sociais. Fez vídeo descontraído intitulado "12 fatos sobre mim", com recortes da própria biografia. Sarto ainda puxou carreata pelos bairros Aracapé e Conjunto Esperança, encerrando o dia na inauguração do comitê da vereadora Bá (PP).
Candidato da oposição, Capitão Wagner (Pros) também fez incursão em área periférica da Cidade. Caminhou na feira do bairro Carlito Pamplona. Depois, o militar gravou programas eleitorais e promoveu adesivações em carros tanto nos bairros Jangurussu como no Siqueira.
Ao O POVO, Wagner afirmou que pretende fazer campanha propositiva, mas mostrar o que considera ser um "tratamento diferenciado" da gestão de RC nos bairros. Segundo prometeu, a prioridade, caso vencedor do pleito, será "justamente a região menos favorecida." Questionado sobre a conciliação entre a campanha e os cuidados sanitários necessários em virtude da pandemia de Covid-19, Wagner respondeu que não provocou aglomeração na carreata que fez.
"A gente vê o próprio candidato governista dizendo que vai fazer uma campanha sem aglomeração, mas na hora que ele vai fazer um adesivaço as pessoas vêm, abraçam, tiram foto, então fica muito difícil a gente prometer que não vai ter esse contato", assumiu, também jogando responsabilidade para Sarto.
O pedetista disse ao O POVO que tem de "respeitar os protocolos de saúde estabelecidos". Apesar da "comprovada redução" de casos, ele seguiu, "sabemos que a pandemia ainda é uma realidade."
Ele ponderou, contudo, que muitas pessoas não têm acesso à Internet, o que torna o contato físico importante. "As redes sociais amplificam o alcance da nossa mensagem, mas é preciso ir até as pessoas onde elas vivem, trabalham, se divertem", enfatizou.
À crítica de Wagner sobre "tratamento diferenciado", Sarto respondeu que gastará tempo e energia debatendo "o projeto de Cidade que defendemos". "O prefeito Roberto Cláudio fez muita coisa, mas ainda há muito pra melhorar."
A segunda-feira do candidato Heitor Freire (PSL), por sua vez, foi aberta com visita ao bairro Conjunto Palmeiras, com o propósito de mostrar a parte da Cidade que é "esquecida" pelos "poderosos", disse.
A petista Luizianne Lins somente gravou vídeos no segundo dia de campanha. No Instagram, porém, divulgou uma agenda de compromissos pela Cidade, o primeiro deles um bandeiraço na Avenida Borges de Melo. Indagada, a equipe disse que foram agendas da militância. Mas ali não foi verificado nenhum apoiador.
À noite, postou foto ladeada pelo governador Camilo Santana (PT). O PT compreende que Camilo é dos principais cabos eleitorais de uma candidatura. Luizianne, porém, não terá o apoio explícito dele, que é aliado do grupo de Sarto, Ciro e Cid Gomes. Vice do PDT, Élcio é braço direito de Camilo.
Já a aposta do PV ao Paço Municipal, Célio Studart, passou pelas obras da Clínica Veterinária de Jacó, a primeira com essa especialidade erguida em Fortaleza. Durante a agenda, prometeu que se eleito fará mais três nos mesmos moldes.
Renato Roseno (Psol) se dedicou à gravação de vídeo de campanha na Praça dos Leões e foi ao Mondubim, na ocupação Carlos Marighella, para diálogo sobre a luta por moradia. "Em Fortaleza, cerca de 1,2 milhão de pessoas vive em assentamentos precários", estimou numa rede social. A segunda-feira de Heitor Férrer (SD) foi para arremates finais no plano de governo (colaborou Henrique Araújo)