Candidato do Pros a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner rebateu nesta quinta-feira, 15, críticas que recebeu do governador Camilo Santana (PT) e de lideranças do PDT cearense. Dizendo que adversários estão "desesperados" com seu desempenho em pesquisas, Wagner disparou ataques e uma série de acusações contra grupo aliado de José Sarto (PDT) na disputa.
Na quarta-feira, Camilo e outros pedetistas, como Sarto e o prefeito Roberto Cláudio (PDT), responderam Wagner após ele negar envolvimento com motim de policiais militares ocorrido no início deste ano no Ceará. "Não é verdade. Tanto liderou o motim de 2011 como teve participação direta nesse último", disse o governador.
Em transmissão ao vivo nas redes, Wagner rebateu dizendo que Camilo foi "escalado" por Cid e Ciro Gomes (PDT) para difamar sua candidatura por conta de sua vantagem nas pesquisas. O postulante ao Paço, no entanto, não negou o ponto inicial do governador.
Sobre possível relação com o motim, Wagner disse apenas: "Quando forem bater, batam com fundamento. A gente sabe muito bem quem seria o principal beneficiado político com uma paralisação dos policiais esse ano, e não seria o Capitão Wagner não. Desde o ano passado estamos bem nas pesquisas e isso preocupa o grupo que tá no poder".
"Aí bate o desespero e botam até o governador para bater em mim, governador que nunca bateu em adversário nenhum. Escalaram o Camilo para bater em mim por quê? Porque a aceitação dele é bacana, as pesquisas apontam que ele é um eleitor muito importante", disse.
Capitão Wagner fez ainda uma série de críticas a José Sarto. "Imagina estar no sétimo mandato e de repente chegar na televisão 'eu queria uma chance para que vocês me conhecessem'. É muito esquisito. Imagine eu com 28 anos na política e aí chegar 'pessoal, me dê uma chance'. Chance de quê, pelo amor de Deus? Quem está pedindo chance é o povo de Fortaleza, de eleger alguém com responsabilidade".
O candidato do Pros também questionou "sumiço" de Ciro Gomes (PDT), diagnosticado na última terça-feira, 13, com Covid-19, na disputa em Fortaleza. "Ô, Ciro Gomes, cadê você? Tão valente, tão briguento, tão verborrágico. Estamos esperando você na campanha de Fortaleza. Se escondeu por quê? Covid foi só agora, por quê antes não aparecia? Por quê não faz live com o Sarto?".
O deputado voltou a lembrar ação da Polícia Federal que apura irregularidades em compra de R$ 17 milhões de respiradores pela Prefeitura de Fortaleza. Sem citar provas, ele afirma que um dos investigados no caso teria sido indicado por José Sarto para a vaga.
Lendo um relato que seria de um servidor da Prefeitura, ele acusou ainda candidatura de Sarto de estar "torturando" funcionários da gestão para atuarem em atos da coligação pedetista.
O POVO procurou as assessorias de imprensa da Prefeitura de Fortaleza e do candidato José Sarto sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta página. Um aliado do pedetista ouvido pela reportagem, no entanto, destaca que as acusações de Wagner não possuem provas.
Ainda afastado da campanha de rua após ser diagnosticado com Covid-19, Sarto evitou polêmicas e deu sequência a reuniões para elaboração do Plano de Governo. Na tarde de ontem, participou remotamente de reunião sobre abertura de creches na Capital.
Pela noite, campanha do pedetista fez carreata no bairro Ayrton Senna. O evento foi comandado pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT), pelo vice Élcio Batista (PSB) e por vereadores da coligação.