Embora a previsão seja de que a campanha de vacinação nacional conduzida pelo Ministério da Saúde se estenda até o primeiro trimestre de 2022 ou mesmo depois, o governador Camilo Santana (PT) afirmou ontem que tentará implementar toda a imunização da população do Ceará ainda em 2021.
"Fala-se (de vacinação) até o primeiro trimestre do ano que vem (2022), porém, vamos fazer um esforço para que a gente possa, ainda em 2021, fazer toda a campanha de imunização no Ceará", disse Camilo em entrevista exclusiva ao O POVO, durante visita institucional.
Segundo o petista, "com essa vacina da AstraZeneca, há uma perspectiva de vacinar algo em torno de 1,8 milhão de cearenses no primeiro semestre", aumentando significativamente a quantidade de doses "no segundo semestre", acrescentou.
Ainda conforme Camilo, o Governo Federal "fez acordo inicialmente com a Universidade de Oxford, via Fiocruz", que prevê chegada da vacina em 15 de janeiro com expectativa de, cerca de um mês depois, tê-la "na ponta, lá no posto de saúde".
"Estou falando de uma vacina, que é a AstraZeneca. Há um outro conjunto de vacinas, como a Coronavac, do Butantã, e uma possibilidade de termos essa vacina até antes da AstraZeneca", informou o chefe do Executivo.
O governador mencionou também conversa com a farmacêutica Pfizer, já acionada para tentar firmar um contrato de entrega dos insumos. "Estamos tentando, o próprio ministério também está tentando. A Pfizer tem uma programação, apesar de a gente ter procurado garantir toda a logística aqui no estado. Estamos dando toda a prioridade neste momento para ter toda a estrutura o mais rápido possível", complementou.
Na conversa, o gestor estadual tratou ainda de suas prioridades para o próximo biênio, quando se encerra o seu mandato à frente do Palácio da Abolição. Para ele, saúde, educação e recuperação econômica devem ser os três principais eixos de ações do governo nestes últimos dois anos.
Na educação, o desafio é "mensurar os efeitos em 2020 com a falta dessas aulas presenciais na qualidade do nosso ensino" por causa da pandemia. "Isso será mensurado, é um desafio retomar as aulas e recuperar esse tempo perdido em relação à educação cearense", antecipou.
Sobre o cenário político local, Camilo argumentou a favor de uma aproximação entre o seu partido, o PT, e o prefeito eleito de Fortaleza, José Sarto (PDT).
"É importante o partido contribuir com essa construção com o mandato do prefeito Sarto. É uma pessoa extremamente aberta", continuou Camilo. "Eu acho que, quando você participa de uma eleição, ajuda a eleger um candidato, é natural que você participe da construção desse governo, ajude a consolidar aquilo que foi decidido. O PT tem muito a contribuir com a gestão do Sarto."
Apesar dos apelos do governador e das investidas de Sarto, que chegou a procurar a legenda para tentar estabelecer um entendimento, o PT decidiu ontem à noite, em reunião, que seguirá na oposição na capital cearense. Prevaleceu, portanto, a posição da bancada petista na Câmara de Vereadores. (leia mais em POLÍTICA, páginas 7 e 8; CIDADES, página 12)