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Propostas sinalizam oposição mais ativa e ideológica na Câmara
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Propostas sinalizam oposição mais ativa e ideológica na Câmara

| NO RECESSO | Dos 83 projetos já apresentados à Câmara de Fortaleza na primeira semana do ano, 70 (quase 85%) são de vereadores eleitos pela oposição do atual prefeito.
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CÂMARA vai voltar às atividades da Legislatura no dia 1º de fevereiro (Foto: Mateus Dantas/CMFor)
Foto: Mateus Dantas/CMFor CÂMARA vai voltar às atividades da Legislatura no dia 1º de fevereiro

Eleitos no ano passado e empossados já no primeiro dia de 2021, os novos 43 vereadores de Fortaleza devem iniciar a próxima legislatura apenas a partir de fevereiro. Propostas e articulações de parlamentares no período de recesso, no entanto, já sinalizam uma oposição a José Sarto (PDT) mais ativa e ideológica do que a do prefeito Roberto Cláudio (PDT).

Dos 83 projetos já apresentados à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) na primeira semana do ano, 70 (quase 85%) são de vereadores eleitos pela oposição do atual prefeito. Entre as matérias, estão diversas propostas com forte teor ideológico, várias delas com alinhamento à direita e tratando de temas até então pouco recorrentes na pauta do Legislativo da Capital.

Vereador mais votado com 31,8 mil votos, o pastor Ronaldo Martins (Republicanos) já apresentou uma proposta que estabelece como "essenciais em período de calamidade pública" as atividades de igrejas e templos religiosos de qualquer espécie. Na prática, a medida libera os cultos de restrições impostas pelos decretos de isolamento social do Município e Estado.

A pauta foi das grandes polêmicas da eleição passada, com diversos pastores evangélicos que apoiaram Capitão Wagner (Pros) na disputa acusando os governos Roberto Cláudio e Camilo Santana (PT) de “perseguição” a evangélicos durante a quarentena da Covid-19. A questão provocou inclusive reação do PDT, que reuniu vídeos de pastores em apoio a Sarto.

Outras pautas de teor ideológico foram apresentadas por Carmelo Neto (Republicanos). Já no primeiro dia de atividades, o parlamentar apresentou proposta proibindo o uso de “linguagem neutra” em canais de comunicação oficiais da Prefeitura e escolas municipais, ainda que a questão nunca tenha sido adotada formalmente nem sequer entrado em pauta na Capital.

Base mais discreta por enquanto

Aliados do novo prefeito, por outro lado, ainda não apresentaram volume relevante de propostas durante o recesso legislativo. Entre membros da base, o que mais enviou projetos ao Legislativo foi Lúcio Bruno (PDT), com cinco matérias, a maioria tratando do estabelecimento de programas de esporte e lazer para bairros da Capital.

Indicado por Sarto para a liderança do governo na Casa, o vereador Gardel Rolim (PDT) apresentou até agora apenas um requerimento. Na matéria, ele propõe a realização de uma audiência pública para debater o plano de vacinação contra Covid-19 em Fortaleza. Os trabalhos da Câmara, no entanto, começam apenas a partir do início de fevereiro.

A previsão é que a oposição a José Sarto na Câmara possua por volta de 13 integrantes, dividos entre três blocos distintos. O primeiro e mais volumoso é formado por oito parlamentares que apoiaram candidatura de Capitão Wagner na eleição, incluindo também vereadores bolsonaristas e ligados a segmentos evangélicos.

Completam o grupo bloco de dois vereadores do Psol e bloco de três vereadores do PT, que ainda vive indefinição sobre o tema.

Apesar de os três vereadores do PT terem fechado questão por postura de oposição a Sarto, a Executiva estadual do partido no Ceará tenta, com apoio do governador Camilo Santana e dos deputados José Guimarães e Acrísio Sena, puxar a bancada da sigla para a base do governo. Decisão ainda não possui “martelo batido” e ainda será decidida pela legenda.

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