Liderança da oposição no Ceará, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) disse lamentar que o grupo político do PDT, que governa o Estado, esteja exercendo pressão sobre a bancada, de modo que os deputados votem em Baleia Rossi (MDB-SP), não em Arthur Lira (PP-AL).
"Alguns que estiveram aqui hoje receberam ligação para não vir, a gente escutou de alguns deputados em conversas reservadas e só tem que lamentar", afirmou o militar pró-Lira.
E adicionou sobre a estada de Baleia em Fortaleza: "A informação é que ontem, na reunião do Baleia com o governador, o Cid chamou cada parlamentar para o cantinho, para perguntar se havia possibilidade de alguém trair o candidato apoiado pelo Governo (Federal). A gente só tem a lamentar essa forma de impor o voto que eles vão escolher de forma secreta."
Existem deputados cearenses ligados a Bolsonaro que, a nível estadual, são aliados do governador petista. Jr. Mano (PL), Dr. Jaziel (PL), Genecias Noronha (Solidariedade) e Domingos Neto (PSD), por exemplo, são casos de deputados que têm interlocução nos dois ambientes.
Ainda conforme Wagner, que não citou quem foram os deputados supostamente pressionados, a definição na Câmara dos Deputados refletirá a convicção de cada parlamentar. "O voto é secreto e muita gente que não pôde estar aqui, ou até que esteve lá na outra reunião, vai ter a sua posição de votar do lado de cá."
O deputado do Pros aposta num placar de 12 a 10 na bancada cearense, o que destoaria do que hoje se vê nas afirmações públicas. Alguns deputados que estiveram com Lira reforçaram, reservadamente, essa impressão.
Entre os cearenses, existem ainda deputados que não manifestaram voto, como Danilo Forte (PSDB), Heitor Freire (PSL), Genecias Noronha (Solidariedade) e Pedro Bezerra (PTB).