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CPI da Covid deve começar por ex-ministros, governadores e prefeito de Manaus
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CPI da Covid deve começar por ex-ministros, governadores e prefeito de Manaus

| Investigação| Plano de trabalho do grupo circulou ontem e chamou a atenção por tom mais crítico à condução da pandemia pelo governo Jair Bolsonaro
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MILITAR e ex-ministro, Eduardo Pazuello pode ser um dos primeiros investigados na CPI (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Foto: Pedro França/Agência Senado MILITAR e ex-ministro, Eduardo Pazuello pode ser um dos primeiros investigados na CPI

Com instalação esperada para esta quinta-feira, 22, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid deve abrir trabalhos convocando até seis ministros ou ex-ministros do Governo Federal para explicações sobre o enfrentamento da pandemia no País.

Uma versão preliminar do “roteiro” do grupo, elaborado por membros da CPI e que circulava ontem, cita também convocações de secretários do Ministério da Saúde, autoridades responsáveis pela área de comunicação e governadores. O único prefeito citado é David Almeida (Avante), de Manaus, cidade que entrou em colapso no início do ano.

Atualmente, duas linhas de trabalho são avaliadas pela comissão. Em uma, a investigação miraria primeiro em militares, com convocação dos generais Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa. Outra tese quer seguir linha cronológica da pandemia, convocando primeiro o ex-ministro Henrique Mandetta (Saúde).

Teich e Mandetta se cumprimentaram com cotovelo na transmissão de cargo
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Teich e Mandetta se cumprimentaram com cotovelo na transmissão de cargo

A própria queda de Mandetta, em abril de 2020, seria objeto de investigação, assim como a saída de seu sucessor na pasta, Nelson Teich, em maio passado. A linha “cronológica” de investigação é inclusive defendida pelo senador cearense Tasso Jereissati (PSDB), um dos 18 integrantes da comissão.

Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que os trabalhos do grupo devem começar logo após o feriado de Tiradentes, 21 de abril. Logo depois, integrantes fecharam acordo que prevê Omar Aziz (PSD-AM) na presidência do grupo, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na vice e Renan Calheiros (MDB-AL) como relator.

O roteiro inicial da CPI já traz críticas à condução do governo Bolsonaro na crise da Covid. "No início da pandemia, o Governo Federal tentou impedir que os entes federados pudessem tomar medidas para diminuir o ritmo de propagação do vírus, a exemplo de isolamento social, uso de máscaras e álcool em gel", diz trecho do plano de trabalho.

Autor de requerimento que incluiu prefeitos e governadores entre alvos da CPI, Eduardo Girão (Podemos-CE) lamentou o tom do plano de trabalho. "O que o plano mostra é que só querem investigar a questão do Governo Federal e da União. O meu pedido foi minimizado, a questão das verbas federais enviadas para estados e municípios, o que é um flagrante desequilíbrio (...) nós vamos procurar equilibrar, para que não vire pizza para alguns”.

Há ainda, no entanto, uma disputa sobre como deverão ocorrer os trabalhos do grupo. Líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) tem cobrado que a CPI seja totalmente presencial, o que adiaria o início dos trabalhos para depois da vacinação de todos os integrantes. A ação é vista como forma de retardar o início das apurações.

Outros senadores, no entanto, defendem que o grupo funcione de forma remota ou semipresencial. “Não é preciso nenhum tipo de obrigatoriedade de que a CPI seja presencial. Ela pode funcionar de forma remota, como o Senado funcionou perfeitamente bem - votando PEC, elegendo ministro do Supremo, elegendo o próprio presidente do Senado”, destaca Tasso Jereissati. (com Agência Estado)

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