Pré-candidato a presidente, Ciro Gomes (PDT) afirmou que os critérios para definir quem será o candidato ou candidata ao Governo do Ceará estão apalavrados, pactuados com aliados e serão cumpridos. Ele disse que Evandro Leitão, Izolda Cela, Mauro Filho e Roberto Cláudio estão percorrendo o Ceará. Será avaliado quem terá mais apoio popular entre os postulantes pedetistas ao Palácio Abolição. "Ganhar o povo", nas palavras dele.
"Os quatro, em conjunto ou individualmente, vão ganhar o povo. Vão correr o trecho. Vão falar com o povo da periferia, vão falar com o povo do Interior, estabelecer o papo. E nós vamos sentindo a opinião pública", detalhou Ciro Gomes.
"Ali na primeira quinzena de julho nós vamos apurar a opinião pública e ver, com essa legitimidade de baixo para cima. Eu nunca tive vocação para empurrar ninguém de cima para baixo. Nós vamos ver qual foi aquele, entre os mais qualificados que são esses quatro, melhor foi aceito pela população e esse será indicado aos colegas aliados."
Pesquisas de opinião - quantitativas e qualitativas - serão relevantes para a escolha final. Além da aferição dos humores da população, a aceitação dos aliados é outro critério que entra no cálculo pedetista, segundo o senador Cid Gomes (PDT) disse no início do ano.
Cid, com suspeita de Covid-19, não foi ao encontro. Ele anda em silêncio desde que inaugurado período mais agudo de tensão com o PT, em 3 de maio, após Ciro afirmar à rádio Jangadeiro Band News que não se submeterá a um lado corrupto que "também" existe no PT cearense.
Sobre a manifestação do deputado federal José Guimarães, em entrevista ao O POVO, de que o PT não aceitará se o indicado for Roberto Cláudio e de que "buscará outro caminho", Ciro disse apenas: "Seja muito feliz."
Apesar do recado, o ex-ministro demonstrou confiança na continuidade da aliança. "Eu não acredito que a gente não seja capaz de tirar uma solução."
Ele seguiu: "É preciso que, nessa fase, a gente se proteja de futrica, de intriga, de especulação, de traições e mantenha o foco naquilo que está em jogo."
Durante o discurso em defesa de Ciro, Roberto Cláudio fez sobrevoo sobre o panorama local. Sublinhou que ninguém de fora do PDT irá gerar divisões internas. Podem provocar, podem querer impedir falando bobagens. A nossa unidade e a nossa responsabilidade com o Ceará será a nossa maior resposta", afirmou RC.
Para o ex-prefeito, a ideia de disputa não se aplica à dinâmica interna pela qual o PDT passa. O político elogiou os três outros pré-candidatos, dos quais disse ser "profundo admirador".
Abordado por O POVO, RC disse que não queria falar sobre o momento político estadual, pois o dia era para Ciro Gomes e seu projeto presidencial. O ex-gestor de Fortaleza tem no ex-ministro dos governos de Itamar Franco e Lula o principal aliado na pré-campanha rumo à candidatura a governador. O ex-governador Camilo Santana (PT) cumpre mesma função em relação à atual, Izolda Cela.
Ciro não aprofundou fala quando perguntado sobre o papel de Camilo na sucessão estadual. Disse que o que cabe ao petista é o que ele sempre soube e foi "apalavrado". "Se alguém quer mudar o rumo, a mim não foi informado nenhuma mudança de rumo".
O presidente estadual do PDT, André Figueiredo, foi definido por Ciro como condutor da sucessão estadual. Camilo, disse, é uma das pessoas que sempre devem ser ouvidas. "Tenho certeza que ele servirá como um dos grandes pilares dessa continuidade da nossa composição", disse Figueiredo.
Em reserva, um petista falou à reportagem do O POVO que o ex-governador está sendo "escanteado, sim" da condução da sucessão estadual. Segundo ele avaliou, esta é uma realidade "perceptível" até pelo próprio aliado. (colaborou Carlos Mazza)