O deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) realizou convenção ontem para oficializar a candidatura a governador. No evento, ele confirmou o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PL) como candidato a vice-governador e Kamila Cardoso (Podemos) para o Senado.
Kamila foi candidata a vice de Wagner nas eleições municipais de 2020 à Prefeitura de Fortaleza. Na ocasião, ambos disputaram o segundo turno contra José Sarto (PDT) e Élcio Batista (PSB), mas não saíram vitoriosos. Agora, a advogada enfrentará o ex-governador Camilo Santana (PT) nas urnas, também candidato ao Senado Federal e que possui uma folgada liderança nas pesquisas eleitorais.
O candidatura de Wagner ao Palácio da Abolição fechou uma aliança eleitoral composta por sete partidos: União Brasil, PL, Republicanos, PTB, Pros, Podemos e Avante. Ele afirma que essas alianças começaram a ser construídas após período de 14 meses andando pelo Interior. “A gente começou a caminhada em junho de 2021, andou por todas as regiões do Ceará”, disse.
“Enquanto eles, do lado de lá, não conseguem unir sequer o próprio partido, do lado de cá, a gente construiu um arco de aliança que, apesar de tudo, tem sim sete partidos”, ressaltou ao comemorar a coalizão que conseguiu formar em torno da sua candidatura.
Natural de São Paulo, sendo bacharel em Segurança Pública pela Academia de Polícia Militar de Fortaleza, o deputado federal agora representa o mais forte nome da oposição ao grupo governista e crítico aos candidatos do PT e do PDT ao Palácio da Abolição, siglas antes aliadas.
O racha entre PT e PDT deu tom aos discursos que ocorreram durante a convenção de Wagner na manhã de ontem. o candidato ao Governo do Ceará Capitão Wagner (UB), realizada na manhã desta sexta-feira, 5, em Fortaleza. O fim da aliança dos dois partidos foi usado no discurso do deputado federal, que destacou que seu arco de apoiadores está “unido” para as eleições de 2022.
“O que nós defendemos, acima de tudo, pessoal, é a mudança, a mudança real. O que está acontecendo do lado de lá é algo que jamais aconteceu na política do estado do Ceará. Você vê, dentro do mesmo grupo, irmãos brigando com irmãos, porque a única expectativa e o único foco deles é o poder pelo poder. Do lado de cá, o nosso foco é o cearense”, disse Wagner em discurso.
Mais cedo, durante entrevista coletiva, Wagner já havia alfinetado o PDT ao anunciar Kamila Cardoso como candidata da sua chapa ao Senado. “A gente queria dar protagonismo à mulher. A gente viu que do lado de lá a mulher foi preterida, do lado de lá a confusão imperou e do lado de cá o que está imperando é a união, a unidade e o diálogo", afirmou o parlamentar, acrescentando que havia ao menos seis pré-candidaturas mirando a vaga, mas, em consenso, optaram por Kamila.
O candidato ressaltou que a advogada aceitou um desafio “que poucos homens teriam coragem de enfrentar” ao concorrer contra um adversário já consolidado na política cearense, referindo-se a Camilo Santana (PT).
Sobre as bandeiras que pretende trabalhar durante a campanha, Wagner citou a educação, inclusão social de pessoas com deficiência e Segurança Pública como destaques. “Eu reconheço o esforço que os últimos governadores, nos últimos 16 anos, fizeram para tentar reduzir a violência, mas acho que está faltando pulso firme para que a gente possa não só reduzir a violência, mas ter a capacidade de trabalhar com inteligência", afirmou.
O presidente do União Brasil liderou o movimento de paralisação da Polícia Militar e Bombeiros no Ceará, no fim de 2011. Nas eleições de 2012, foi o vereador mais votado de Fortaleza e, em 2014, o deputado estadual mais votado do Ceará. Ele tentou por duas vezes ser eleito prefeito de Fortaleza. Em 2016, contra Roberto Cláudio, foi derrotado no segundo turno por 90 mil votos. Quatro anos depois, mesmo derrotado, o resultado foi melhor, e perdeu no segundo turno para Sarto por uma diferença de cerca de 40 mil votos.
PL ratifica apoio a Wagner ao Governo do Ceará em convenção no Eusébio
No último dia estipulado à realização das convenções partidárias, o Partido Liberal (PL), sigla comandada pelo prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), ratificou seu apoio à candidatura de Capitão Wagner (União Brasil) ao Governo do Ceará. O evento ocorreu no ginásio da escola Neusa de Freitas Sá, localizada no centro do município, e contou com a participação de prefeitos, parlamentares e militantes da sigla.
O encontro também serviu para que o PL lançasse suas candidaturas para deputado estadual e federal. A grande maioria dos que subiram no palanque para discursar enfatizou o fato de as eleições deste ano serem diferentes, uma vez que a chapa PT e PDT não existe mais. Tal fator foi apontado como grande oportunidade para que Wagner pudesse sair vitorioso frente a Elmano Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PDT), os dois principais concorrentes dele ao Palácio da Abolição.
"Existe uma chapa mais forte do que a do União Brasil e o PL nestas eleições? Não existe. Estamos unidos", ressaltou Wagner.
"Diziam que eu não tinha experiência administrativa. Aí Deus colocou no meu caminho o prefeito do município de maior IDH do Ceará. Do lado de lá diziam que eu só teria nome da Segurança Pública. Aí o Acilon (Gonçalves), me sugeriu como vice o ex-secretário da Saúde do Ceará, Raimundo Gomes de Matos", complementou, em referência ao nome do PL que vai compor sua chapa.
Durante a convenção, Acilon rasgou elogios a Wagner, Raimundo Gomes de Matos e a Jair Bolsonaro, candidato do PL à reeleição na Presidência. "Estes que estão aqui são os que fazem parte do nosso time, o PL. Todos aqui são nossos amigos e vão resgatar o Ceará", disse.