Às vésperas da posse, o governador eleito Elmano de Freitas (PT) finalizou o secretariado estadual, que terá 32 pastas, metade comandada por homens, metade por mulheres.
Entre os nomes do primeiro escalão, estão quatro filiados do PT, três deputados do PDT (dois estaduais e um federal), três indicações do MDB, uma do PP, uma do Psol e uma outra do suplente de senador Chiquinho Feitosa.
No geral, o desenho do Abolição sob Elmano equilibra um perfil técnico, sobretudo feminino, com outro mais político e masculino, que contempla as forças partidárias que compuseram o arco de alianças do petista na disputa eleitoral.
Entre técnicos, a maior parte já integrava o Governo, seja em postos de secretaria-executiva ou já na titularidade.
A terceira e última leva de auxiliares, divulgada nessa sexta-feira, 30, definiu ainda o chamado "núcleo duro" do Governo do Estado. Na gestão Elmano, esse grupo será formado por Max Quintino (Casa Civil) e Waldemir Catanho (Articulação Política).
Responsável pela interlocução política, Catanho foi secretário durante toda a administração da então prefeita e hoje deputada federal Luizianne Lins (PT).
Antônio Nei, outro secretário apresentado ontem, 30, estará à frente da Infraestrutura, função antes ocupada por Lúcio Gomes, da família Ferreira Gomes e agora sem cargo no Executivo.
Completam o time Sandra Monteiro (Ciência, Tecnologia e Educação Superior), Oriel Nunes Filho (Pesca e Aquicultura), Roseane Medeiros (Relações Internacionais), Socorro França (Direitos Humanos), Mitchelle Meira (Cidadania e Diversidade) e Ada Pimentel (Conselho Estadual de Educação).
Na montagem final da equipe que vai ajudá-lo a governar a partir de 1º de janeiro de 2023, Elmano conseguiu manter a promessa de campanha ao adotar a paridade, com 16 secretárias e 16 secretários.
Desse grupo, a convocação de três parlamentares do PDT abre vaga para os suplentes Bruno Pedrosa e Antônio Granja na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) e para Leônidas Cristino na Câmara dos Deputados, conforme O POVO havia antecipado.
A ausência no secretariado da primeira suplente de Camilo Santana (PT) no Senado, Augusta Brito, confirma praticamente a petista no exercício do mandato assim que o ex-governador se licenciar para assumir o Ministério da Educação (MEC) ao lado de Izolda Cela e Fernanda Pacobahyba.
Ao todo, Elmano soma nove secretarias a mais do que as 23 com que Camilo trabalhava enquanto esteve no Governo e cinco a menos do que os 37 ministérios de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência. O formato da Esplanada lulista foi, desde o começo, uma referência para mudanças propostas pelo governador eleito, que replicou no âmbito local a criação de espaços no federal, tal como a Secretaria dos Povos Indígenas.
Politicamente, o secretariado de Elmano tem mais peso do PT do que o de Camilo e uma presença expressiva de pedetistas mais alinhados com o senador eleito e o novo chefe do Abolição, diferentemente do que se registrava nos governos de Cid Gomes e do próprio Camilo.