Oficializado em mensagem à Assembleia Legislativa, o mutirão de cirurgias proposto pelo Governo do Estado provocou também intenso bate-boca entre apoiadores do petista e do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza.
O embate começou após Dr. Vicente (PT), aliado de Elmano, sugerir que o mutirão ocorre em resposta a longas filas de espera por cirurgias em hospitais da Prefeitura da capital, como o Instituto José Frota (IJF) e o Hospital do Coração de Messejana. "Quando o Elmano assumiu tinha uma fila enorme, e agora estão lutando para fazer umas cirurgias extras", diz.
A fala foi rebatida logo em seguida por Adail Júnior (PDT), aliado de Sarto: "Já que o Elmano fez isso, foi a primeira coisa que percebeu, por que o Camilo não fez antes, em oito anos? Será que a situação não estava tão ruim quanto se diz?", questionou o vereador, que criticou a demanda do Interior.
"Mais de 50% dos atendimentos são para o povo não de Fortaleza, mas do Interior do Estado, obrigação essa que deveria ser do Governo do Ceará. Essa verba é dos nossos munícipes, a verba para os conterrâneos cearenses é obrigação do governador, não do prefeito", diz.
A tese provocou intensos pedidos de resposta por parte de vereadores ligados a Elmano, com Vicente fazendo "tréplica". Até recentemente vice-líder de Sarto na Câmara, Léo Couto (PSB) contestou que haja omissão estadual e afirmou que parte dos recursos são pagos ou pelo Estado ou pelos municípios de origem dos pacientes.
Líder do prefeito, Carlos Mesquita (PDT) disse que 52% dos atendimentos no IJF são do Interior. "O Governo do Estado não paga o suficiente para isso", disse o vereador.