Está em curso o tempo dado pela Comissão de Ética para a defesa de dois prefeitos do partido envolvidos em investigações apresentarem argumentos no processo aberto. Bebeto Queiroz (PSB), prefeito eleito de Choró, distante 168 quilômetros de Fortaleza, e José Braga Barrozo, o Braguinha (PSB), prefeito reeleito de Santa Quitéria, município do Sertão dos Crateús e distante 223,46 km de Fortaleza, são alvo de investigações e nem chegaram a assumirem os cargos no Executivo.
Os dois foram notificados na quarta-feira, 19, quando a comissão encaminhou conjunto de perguntas relacionadas ao objeto das denúncias contra ambos. Foram dados 10 dias que acaba no fim desta semana. Ao O POVO, a defesa de Braguinha confirmou que o processo de resposta está em curso. “A prova apurada nas ações eleitorais em trâmite, comprova que não há vinculação ou participação do prefeito Braga com o crime organizado”, aponta a defesa.
É ressaltado ainda que “os processos não indicariam nenhuma ação comissiva ou omissão do filiado nesse sentido”. “Não houve, por consequência, nenhuma violação às normas éticas partidárias do PSB”, ressaltou a defesa. Braguinha está em prisão domiciliar.
Braguinha é acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de envolvimento com facção criminosa, que teria coagido eleitores, candidatos e funcionários da Justiça Eleitoral durante o pleito do ano passado.
Em ação de investigação judicial Eleitoral (AIJE), o MPE descreveu diversas condutas criminosas que teriam sido praticadas por integrantes da facção Comando Vermelho (CV), alegadamente, para garantir a vitória de Braguinha.
O segundo prefeito é Bebeto Queiroz. Ele foi alvo de duas operações, uma da Polícia Federal (PF), que investiga a compra de votos nas eleições municipais, e outra do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), que analisa atos ilícitos de contratos de prestação de serviço de abastecimento de veículos da Prefeitura de Choró.
Bebeto chegou a ficar 10 dias detido no final de 2024, mas foi liberado após o fim do limite para prisão temporária. O político segue foragido, com mandado de prisão em aberto, segundo o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). O pedido de prisão foi expedido em dezembro do ano passado e tem validade até 2044 tendo sido expedido pela 3ª Zona Eleitoral de Fortaleza. O POVO não conseguiu contato com a defesa do prefeito eleito.
No caso da investigação da PF sobre a compra de votos, as apurações também colocam na esteira o deputado federal e recém-filiado ao PSB, Júnior Mano, colocando-o como participante ativo do esquema, sendo parte dos recursos envolvidos provindos de emendas parlamentares. O inquérito foi enviado ao Supremo, devido ao foro privilegiado que o parlamentar possui.