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Alexandre Moraes manda polícia preservar provas de megaoperação no Rio de Janeiro
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Alexandre Moraes manda polícia preservar provas de megaoperação no Rio de Janeiro

Ministro do STF terá encontro nessa segunda-feira com autoridades para conhecer detalhes do acontecimento policial que resultou em 121 mortes
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INSTITUTO médico legal (IML) faz o trabalho de reconhecimento dos corpos (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil INSTITUTO médico legal (IML) faz o trabalho de reconhecimento dos corpos

O governo do Rio de Janeiro está obrigado a preservar as provas que têm relação com a megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha que, na última terça-feira, resultaram em 121 mortes. A determinação é do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que também determinou que seja garantido o acesso da Defensora Pública do Estado às mesmas provas.

Moraes é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, a chamada ADPF das Favelas, na qual o STF já determinou medidas para combater a letalidade policial na capital fluminense. O ministro foi escolhido para tomar decisões urgentes envolvendo o processo, diante da ausência de um relator para o caso. A ação era comandada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou.

O ministro-relator cumprirá agenda no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, prevendo-se que tenha encontros com o governador Cláudio Castro (PL) e com o prefeito Eduardo Paes (PSD), além do presidente do Tribunal de Justiça, Ricardo Couto de Castro; o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, e com representantes da Defensoria Pública estadual.

Aprovação do governador melhora

Enquanto isso, pesquisa da Genial/Quaest, divulgada ontem, aponta apoio majoritário da população do Rio à, chamada, Operação Contenda. A aprovação do governador Claudio Castro (PL) subiu a 53% após a operação policial realizada nos complexos do Alemão, sendo que em agosto ele era aprovado por 43% da população.

Já a desaprovação caiu de 41% para 40% depois da ação policial. "A melhora na aprovação do governador aconteceu porque a maioria acredita que a operação foi autorizada para combater o crime organizado (54%), não como uma ação para ganhar popularidade", aponta o diretor da Quaest, Felipe Nunes, em análise publicada no X.

A pesquisa foi feita entre 30 e 31 de outubro, via entrevistas domiciliares presenciais. Ao todo, foram ouvidas 1,5 mil pessoas de diferentes regiões do estado. A margem de erro é de três pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.

Na Penha, missa, emoção e e despedida

Ontem, no bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, fiéis foram à Paróquia Bom Jesus da Penha para rezar pelos entes queridos neste Dia de Finados. As orações se estenderam também às famílias dos 121 mortos na Operação Contenção, realizada em favelas vizinhas na última terça-feira  (28) e considerada a maior e mais letal do Rio de Janeiro.

"Todos que vêm, sejam mães, familiares, amigos, nesse momento de dor, nós temos acolhido, rezado e intercedido por essas pessoas", diz o padre Marcos Vinícius Aleixo, que celebrou missa neste domingo (2).

Segundo ele, as pessoas estão com medo e até mesmo a frequência nas missas diminuiu. “A insegurança reina no bairro por conta disso. Muitas pessoas ficam com medo de sair de casa, com medo de vir até a missa”, diz.

"O tiro, o barulho, isso tudo traz traumas, traz crise de ansiedade, traz medo às pessoas que lá dentro moram, que são pessoas de bem e que estão ali lutando para viver, muitas vezes, porque não tem outra oportunidade de sair dali, mas são pessoas de bem, são pessoas que honestamente trabalham e têm a sua vivência diária”, acrescenta o padre.

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