Como durante toda a Ação Penal da trama golpista, Moraes cumpriu o prazo regimental de forma britânica e declarou o trânsito em julgado do processo que colocou Jair Bolsonaro na prisão. O ex-presidente, a princípio, vai cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal, numa cela que se assemelha a um quarto de hotel.
Para aliados de Jair Bolsonaro, a opção era considerada a segunda melhor. A sala de Estado Maior foi construída em setembro e conta com cama, televisão, mesa, cadeira, ar-condicionado, frigobar e banheiro privativo. Ele vai ter acompanhamento médico 24 horas por dia e as refeições vão seguir orientações nutricionais específicas.
O senador Flávio Bolsonaro, filho 01 de Jair, queria que a prisão fosse domiciliar. Ele aponta para a possibilidade de o presidente engasgar com o soluço e não ter ninguém do lado dele. “Aqui, ele tá sozinho na sala. A Michelle sabe qual ângulo ele deve ficar para não broncoaspirar o soluço”, afirmou.
A interlocutores, porém, Flávio disse que a escolha é a menos pior: eles desconsideram a ideia da Papuda, mas recebam a Papudinha, carceragem que fica em um Batalhão da PM ao lado do presídio.
Jair Bolsonaro foi preso no sábado e teve o processo encerrado na terça. Nos 4 dias, entre chuva e sol, menos de 150 apoiadores passaram pela Polícia Federal. O número esperado por líderes da oposição era maior.
Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-EUA) disseram que o Brasil ia parar, mas não parou.
Em determinado momento da terça, só estava na frente da PF, Eliane José, uma diarista de 54 anos, que ficou decepcionada. “Eu esperava mais patriotas. Parece que Bolsonaro foi abandonado”, lamentou. (Colaborou Maria Luiza Santos/Especial para O POVO)