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Edifício Andréa: Duas pessoas ainda estão desaparecidas, chances de serem encontrada com vida diminuem
Reportagem

Edifício Andréa: Duas pessoas ainda estão desaparecidas, chances de serem encontrada com vida diminuem

Quarto dia de buscas teve sétima vítima encontrada sem vida. Síndica do prédio e cuidador de idoso continuam desaparecidos. Uma outra suposta vítima foi retirada da lista após investigação concluir que se tratava de informação falsa
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Desabamento do Prédio Andrea (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Desabamento do Prédio Andrea

A sétima morte foi confirmada na noite de sexta-feira, 18. A vítima é Vicente de Paulo Vasconcelos de Menezes, de 86 anos. Duas pessoas continuavam desaparecidas nos escombros: a síndica Maria das Graças Rodrigues, 53, gravada pelas câmeras de segurança do prédio quando estava no térreo, minutos antes do desabamento, e Eriverton Laurentino Araújo, 39, cuidador que acompanhava Vicente de Paulo. Os nomes não foram divulgados oficialmente mas foram reportados por familiares como presentes no edifício na hora do desmoronamento. Outras sete pessoas foram resgatadas com vida, todas nas primeiras 24 após o acidente.

Ontem, Francisco Erivelton dos Santos teve o nome retirado da lista de desaparecidos. No dia da tragédia, um homem que se identificou como irmão da suposta vítima esteve no local e disse aos bombeiros que Erivelton estaria no prédio, realizando manutenção de ar-condicionado no apartamento 501. "Colocamos na lista de pessoas reclamadas. Com o passar dos dias, esse irmão que veio sem documentação não retornou mais", afirmou o coronel Luis Eduardo Holanda, comandante do Corpo de Bombeiros.

"Paralelamente, com o trabalho de investigação, saímos procurando essa pessoa indicada como vítima e hoje a encontramos, e ela sequer esteve no local. No começo, foi dito que era técnico em ar-condicionado, sendo que essa pessoa não trabalha nem com isso. É comum as pessoas fazerem isso, no afã da emoção. A pessoa pode ter algum problema, mas a gente tem a obrigação de levar aquilo como verdade", explica. "Na medida em que a família não volta a nos procurar, isso nos deixa alertas. Fizemos esse trabalho de investigação e hoje trabalhamos apenas com essas duas pessoas que ainda faltam ser encontradas", conclui.

Os bombeiros passaram a usar o maquinário de uma forma mais intensa na sexta, dada a diminuição da probabilidade de encontrar pessoas vivas. As equipes têm combinado o uso de máquinas escavadeiras com buscas manuais feitas com ferramentas de menor impacto, em locais considerados sensíveis, ou seja, onde há a possibilidade de serem encontrados sobreviventes. As chamadas "zonas quentes" estão sendo sinalizadas por cães farejadores pelo menos duas vezes ao dia, momentos nos quais os treinadores andam com os cães em busca de odores que indiquem a presença de pessoas. Além disso, as zonas também podem apresentar os chamados bolsões de ar, que são espaços formados pelos escombros que podem ajudar a vítima a sobreviver em casos de desabamento, principalmente se ela estiver embaixo de colunas e escadas de incêndio.

Ainda na sexta foi revelado um vídeo da câmera de segurança do prédio que mostra pedreiros quebrando uma coluna minutos antes da queda. Nas imagens, é possível ver homens trabalhando no térreo e quebrando a parede de uma das colunas. Vinte minutos depois, o edifício desabou, deixando moradores soterrados.

Além de Vicente de Paulo Vasconcelos de Menezes, as equipes de resgate retiraram os corpos de Rosane Marques de Menezes, 56, Maria da Penha Bezerril Cavalcante, 81, Nayara Pinho Silveira, 31, Antônio Gildasio Holanda Silveira, 60, Izaura Marques de Menezes, 81 e Frederick Santana dos Santos, 30.

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