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PEC sobre anistia será votada hoje
Reportagem

PEC sobre anistia será votada hoje

Texto da proposta foi aprovado ontem durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça CCJ. Base aliada tentará quebra de interstício de aprovação ainda nesta terça-feira
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COMISSÃO aprovou ontem texto que vai hoje a plenário (Foto: José Leomar/Divulgação ALCE)
Foto: José Leomar/Divulgação ALCE COMISSÃO aprovou ontem texto que vai hoje a plenário

A Assembléia Legislativa do Ceará (AL-CE) vota hoje a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe a anistia aos motins de profissionais da segurança no Estado. A PEC tramita em regime de urgência, aprovado no fim de semana, após convocação extraordinária da Casa. No plenário, o texto precisa de 28 votos (3/5 do total de deputado), em dois turnos, para aprovação.

A proposta passou ontem na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) por 7 votos a 1. O único voto contrário foi o do deputado Delegado Cavalcante (sem partido). Segundo o parlamentar, o texto apresenta inconstitucionalidades e procura "hostilizar os policiais militares e bombeiros".

Cavalcante substituiu André Fernandes (sem partido), alvo de processo no Conselho de Ética da AL-CE por quebra de decoro e que pediu vistas (tempo maior para análise) no último sábado, 29. Ambos os deputados defendem que, além da inconstitucionalidade da PEC, apenas o Congresso pode apreciá-la. "É inconstitucional. Não compete ao Estado legislar sobre direito penal. O que estamos votando aqui é desnecessário. É competência da União conceder anistia", criticou.

Caso a PEC seja aprovada, a proibição à anistia passará a ser uma lei constitucional do Estado, o que impossibilitará de vez o perdão a policiais insubordinados. Segundo o texto "fica vedada a concessão administrativa ou legal de todo e qualquer tipo de anistia ou perdão por infrações disciplinares cometidas por militares envolvidos em movimentos ilegítimos de paralisação ou motim".

Para o líder do Governo na AL-CE, deputado Júlio Cesar (Cidadania), a PEC será aprovada "tranquilamente" de forma constitucional e que qualquer falha será discutida e alterada em plenário. "A comissão julgou que não há inconstitucionalidades, mas o deputado (Cavalcante) pode sim levantar qualquer questão. Se houver alguma coisa levantada, facilmente será corrigida, mas vamos garantir sua aprovação", afirmou.

A reunião da CCJR ontem contou com a participação dos deputados pedetistas Guilherme Landim e Queiroz Filho, ambos autores das duas emendas da PEC, dentre outros parlamentares da base. O desafio agora é aprovar a proposta do Executivo em dois turnos ainda hoje. "Nós vamos apresentar um documento para quebra de interstício para que no mesmo dia a matéria seja aprovada" declarou Júlio.

 

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