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Ceará tem melhor evolução no Ensino Fundamental 1, segundo o Ideb
Reportagem

Ceará tem melhor evolução no Ensino Fundamental 1, segundo o Ideb

Em 14 anos, crescimento dos anos iniciais no Ceará foi quase duas vezes maior que a média do País. O município de Mucambo é o município melhor avaliado do País.
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Das 100 melhores escolas de anos iniciais no Nordeste, 79 são do Ceará (Foto: Deísa Garcêz) (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Das 100 melhores escolas de anos iniciais no Nordeste, 79 são do Ceará (Foto: Deísa Garcêz)

Os esforços educacionais no Ceará mostram resultados: a evolução do aprendizado do 1º ao 5º ano foi quase duas vezes maior que a média do Brasil nos últimos 14 anos. Conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino fundamental e do ensino médio, a educação pública do Estado saiu de 2,8, em 2005, para 6,3, em 2019, enquanto o País saltou de 2,1 para 5,7.

Na rede privada, o Ideb de 2019 é 0,3 maior que a pública no Ceará. No entanto, ao atingir 6,7, o ensino particular não alcançou a meta esperada (7,0). Nacionalmente, mesmo com Ideb 1,4 maior que a rede pública, o ensino privado também não atingiu o estabelecido para 2019. 

Apesar dos avanço no Estado, o ritmo do crescimento merece atenção. Em 2013, a rede pública cearense alcançou 4,1. Em 2015, subiu 0,4 de Ideb. Mesma quantidade depois de dois anos. Porém, de 2017 para 2019 só cresceu 0,3.

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Na média total, com os resultado da rede pública e privada, o Ceará atingiu índice de 6,4, ano passado, superando em 1,3 ponto a meta estabelecida. O Ideb do Brasil foi de 5,9 e a meta é 5,7. A referência o cálculo das metas é a qualidade da educação dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), segundo os resultados Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

Destaque para as redes municipais. 61,6% dos municípios brasileiros alcançaram a meta proposta para 2019. Os estados com maior percentual de cidades que atingiram a meta foram: Ceará com 98,9%; Alagoas com 94,1%; e o Acre com 85,7%. Abaixo de 50% estão Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

Das 243 redes municipais de ensino no Nordeste com Ideb igual ou superior a 6,0, 131 são do Ceará. No total, o Estado tem 184 cidades, todas foram avaliadas. Cinquenta ficaram com notas entre 5,0 e 5,9; outras três de 3,8 a 4,9. Nenhuma rede está abaixo de 3. O município de Mucambo, interior do Ceará, é o município melhor avaliado do País.

Decompondo por escola, 59,4% alcançaram 6,0 ou mais; e 33,5% ficaram entre 5,0 e 5,9. Por outro lado, 6,9% ficaram entre 3,9 a 4,8. No geral, das 100 melhores escolas de anos iniciais, 79 são do Ceará.

Ao lado da vice-governadora, Izolda Cela, e da titular da Secretaria da Educação do Estado, Eliana Estrela, o governador Camilo Santana (PT) comentou os dados na tarde de ontem. O petista citou a articulação entre Estado e municípios, o Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), adotado em 2015 também para os anos finais do ensino fundamental, e o repasse de quase 20% dos recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) à educação.

As estratégias são referências para todo o País e têm sido replicadas por outras redes de ensino. Também são objetos de estudos nacionais e internacionais pelo sucesso e evolução no aprendizado. "Nossas crianças e jovens terão um futuro melhor. Melhores oportunidades. Nenhum país do mundo se desenvolve sem investir na educação", comemorou.

Camilo agradeceu toda a comunidade escolar, desde alunos e familiares aos secretários municipais. No fim do ao vivo, Santana se emocionou ao prestar homenagem à secretária-executiva de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), Rita de Cássia Tavares Colares, que morreu há uma semana vítima de infarto fulminante.

Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luís Miguel Garcia participou do lançamento dos resultados ontem no Ministério da Educação, em Brasília. Como uma alfinetada no órgão federal, que sofreu um apagão de gestão no último ano e trocou três vezes o titular, o representante frisou a necessidade que os entes estejam institucionalmente organizados para dar conta dos desafios da educação e cumprir as metas estabelecidas.

Miguel destacou as políticas para manutenção dos alunos na escola e busca ativa dos que nunca foram ou desistiram dos estudos. No entanto, chamou atenção para os municípios com alto ideb que já enfrentam dificuldade de avanços. “É preciso criatividade, nova metodologias”. O gestor afirmou que os resultados do Ideb 2019 apontam para necessidade de novas políticas e iniciativas para garantir o aluno na escola.

 

Metodologia


Os resultados da avaliação nacional, que considera aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em língua portuguesa e matemática, foi divulgado nessa terça-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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