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A logística que cresce nos centros urbanos durante a pandemia
Reportagem

A logística que cresce nos centros urbanos durante a pandemia

Para atender de forma mais rápida à demanda dos consumidores, principalmente após a crise do novo coronavírus, empresas estão investindo para melhorar a logística de última milha e entregar os produtos de forma rápida
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Foto: JÚLIO CAESAR c

Setor que não parou no Brasil, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, mas teve de se readequar e melhorar, foi a logística. Para atender à crescente demanda dos consumidores, que, a partir do isolamento social, passaram a comprar mais pela internet, todo um conjunto de segmentos foi impactado positivamente e oportunidades começaram a surgir no mercado.

Pensar em logística parece complicado, mas a função primordial é fazer a ligação prática dos produtos entre empresa e cliente. Quanto mais rápido a encomenda chega e quanto menor for o custo, maior é o benefício. Até bem pouco tempo, os grandes e-commerces ainda tinham dificuldade de atender à demanda do Norte e Nordeste, com preços altos e demora na entrega. Porém, o foco tem mudado e os investimentos desses grandes players dessas regiões se ampliaram de forma a aumentar a capilaridade, ampliando presença e melhorando o last mile - a última milha de entrega, que é quando a carga sai de um centro de distribuição rumo às casas dos clientes.

Nesse contexto, empresas cearenses do setor de transportes já observam um cenário mais positivo. Em busca de atender à clientela com qualidade e de forma rápida, o varejo nacional está buscando parcerias. Isso tem feito com que a demora na entrega das encomendas caia consideravelmente. O presidente da Câmara Setorial de Logística e diretor institucional da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Ceará (Fetranslog-NE), Marcelo Maranhão, diz que um novo modelo de transporte surgiu a partir da pandemia.

Grande parte das empresas locais fizeram reajustes, requalificaram funcionários e investiram consideravelmente em tecnologia. Essas mudanças foram baseadas em modais de entrega rápida: a moto, para o e-commerce local - farmácias, supermercados. E veículos urbanos de cargas (VUCs), de menor porte do que um caminhão, com até 12 toneladas, que permite o transporte em Fortaleza.

Marcelo afirma que o desafio para o setor é enfrentar o aumento no preço dos insumos, como pneus e combustíveis. No entanto, as novas oportunidades, com as chegadas de grandes empresas para o Ceará, ajudam os transportes. "Na pandemia, as empresas locais vinham suprindo as demandas das grandes empresas varejistas. Isso é um dos fatores que ajudam a segurar os preços. Estamos conseguindo manter um serviço".

Pesquisas globais no setor de logística apontam que o segmento last mile deve crescer, em média, 10,2% ao ano até 2026. E as entregas no mesmo dia da realização do pedido devem avançar 25% em cinco anos.

FORTALEZA - CE, BRASIL, 22-09-2020: Empresas de Varejo realizam grande investimento em setor de logística. Condomínio Log localizada no anel viário de Maracanaú possui grandes empresas utilizando seus galpões.  (Foto: Júlio Caesar / O Povo)
FORTALEZA - CE, BRASIL, 22-09-2020: Empresas de Varejo realizam grande investimento em setor de logística. Condomínio Log localizada no anel viário de Maracanaú possui grandes empresas utilizando seus galpões. (Foto: Júlio Caesar / O Povo) (Foto: JÚLIO CAESAR)

Outro setor impactado positivamente é o de condomínios logísticos, espaços utilizados para armazenar matérias primas e produtos acabados. Empresa nacional ligada ao Grupo MRV Engenharia, a LOG Commercial Properties já tem planta no Ceará com 110 mil m² de área locável. Metade disso é para o e-commerce. A empresa tem contrato com a Magazine Luiza para estocagem de seus produtos para distribuição.

O diretor comercial da LOG, Guilherme Trotta, explica que o sucesso da operação no Brasil é tamanho que a empresa já iniciou pelo Ceará o projeto de criar mais 1 milhão de m² de área. Em novo condomínio logístico, no Anel Viário, próximo 4 km do atual, será investido mais de R$ 40 milhões, para uma área de 60 mil m². A entrega é prevista para o segundo trimestre de 2021.

"Esse é um segmento em que outros players atuam somente no eixo Rio-São Paulo e o Brasil inteiro demanda por áreas. A LOG foi fundada há 12 anos e, desde então, a estratégia foi atuar em todas as regiões do País", diz e completa: "Não adianta querer implantar o last mile sem estar instalado próximo aos centros de consumo e tentar entregar em 24 horas. E a LOG vai estar lá para auxiliá-los no processo".

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As parceiras logísticas das varejistas

Rappi
A plataforma de entregas registrou aumento de 300% no número de pedidos, principalmente nos setores de supermercados, farmácias e restaurante, desde o início da pandemia. "O uso de ferramentas de tecnologia para otimizar ainda mais toda a cadeia é fundamental para todos os processos, como o uso da geolocalização tanto para o entregador quanto para o usuário - que pode ver onde está o pedido.", diz a Rappi.

Uber
Desde junho, além de realizar entregas de produtos alimentícios e transporte de pessoas, a Uber ampliou a categoria Flash para viagens para enviar itens e artigos pessoais. "No Uber Flash, usuários podem solicitar a motoristas parceiros viagens para o transporte de objetos como pacotes, presentes, documentos e outros artigos pessoais, de porte médio ou pequeno, que possam ser acomodados com segurança no porta-malas do veículo".

Plataforma de logística multimodal da B2W no Brasil:

- 17 Centros de Distribuição em 8 estados (MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SC e SP). Até o final de 2020, vamos abrir outros 3 novos Centros de Distribuição em 3 diferentes novos estados.

- Mais de 200 hubs em todos os estados

- 1.700 Lojas Americanas em todos os estados conectadas como hubs

- 2.300 lojas de sellers conectadas como hubs

- 5.000 microtransportadoras

- 20.000 entregadores

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