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Terceira onda da Covid-19 agrava adoecimento mental de profissionais da saúde
Reportagem

Terceira onda da Covid-19 agrava adoecimento mental de profissionais da saúde

Metade dos profissionais da saúde estão com transtornos mentais autodeclarados, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria
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A médica hepatologista Elodie Bomfim Hyppolito mobilizou colegas no hospital São José para requalificar espaços da instituição, como o jardim  (Foto: Diego Sombra/Ascom Hospital São José)
Foto: Diego Sombra/Ascom Hospital São José A médica hepatologista Elodie Bomfim Hyppolito mobilizou colegas no hospital São José para requalificar espaços da instituição, como o jardim

Em certa medida, o susto inicial com o caos que chegou abruptamente junto do coronavírus passou. A cada onda, o cenário da pandemia muda. O sofrimento e o cansaço físico e mental, contudo, permanecem. Eles se acumulam e se exacerbam para os profissionais da saúde em todo o mundo. 

Neste terceiro ano da Covid-19 no Ceará, a vacinação foi trunfo. Por outro lado, no Brasil, a chegada da variante Ômicron e a epidemia de Influenza A H3N2 concomitantemente foram prejudiciais. 

Há quase dois anos, a rotina de protocolos era extenuante. Horas e horas sem ir ao banheiro ou mesmo beber água para evitar trocar todo equipamento de proteção. Com o tempo, vieram mais conhecimentos, terapias e ajustes. Mas manter-se na lida com uma demanda atípica, acima na média, continua sendo sacrificante.

Conforme Antônio Geraldo da Silva, Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o percentual de profissionais de saúde com doenças mentais é alto. O questionário "Covid-19 e Saúde Mental: Como você está se adaptando?" indica que metade (49,4%) dos profissionais estavam com transtornos mentais autodeclarados. Dentre esse número, a doença mental mais identificada foi a depressão, chegando a 32,8% dos casos.

A pesquisa foi lançada pela entidade em 2020 e está em sua quarta coleta de informações. Até o momento, aproximadamente 17 mil profissionais da área de saúde responderam voluntariamente ao questionário.

Além da atuação em si, a doença trouxe uma série de outras consequências para os profissionais, destaca o psiquiatra. Algumas delas são "a insegurança financeira devido aos baixos salários, fazendo com que muitos profissionais tenham dois a três empregos e com falta de apoio institucional para exercícios da profissão".

Com isso, há sobrecarga de trabalho, sem contar o receio persistente de se contaminar ou transmitir o vírus para entes queridos; o peso do distanciamento social; além do maior contato com a morte, segundo ele acrescenta.

Ele aponta que as queixas mais comuns estão relacionadas à depressão e ansiedade, como: insônia, pesadelos, sensação de taquicardia, somatização de sintomas físicos, sobretudo falta de ar, aumento da tristeza, falta de interesse pelas atividades de que gostava, irritabilidade descontrolada, sensação de fadiga, desgaste emocional, pensamentos negativos, ideias de que não vale a pena viver.

Antônio Geraldo da Silva frisa que o esgotamento profissional apresenta um misto de sintomas que varia em cada pessoa, podendo incluir ainda alterações no sono e no apetite, agressividade, alterações no humor, dificuldade na concentração e queda de produtividade.

"É importante deixar claro que, quando há sentimento de esgotamento de energia e sentimentos de negativismo relacionado ao próprio trabalho, e até mesmo a redução da eficácia profissional, podemos considerar como esgotamento do trabalho", diz. 

Dentro deste contexto de enfrentamento, os profissionais de saúde que trabalham na linha de frente da Covid-19 estão mais sujeitos a desenvolverem doenças mentais. Isso porque a atividade exercida é grande desencadeadora de emoções, na análise do psiquiatra. "O contato constante com o sofrimento humano, com questões relacionadas à vida e à morte e, ainda, devido à exposição a produtos infecciosos e químicos dos hospitais podem ser fatores de risco".

Do posto à UTI

Débora Lima, otorrinolaringologista do Hospital Leonardo da Vinci
Foto: FERNANDA BARROS
Débora Lima, otorrinolaringologista do Hospital Leonardo da Vinci

Em março de 2020, além das incertezas sobre o vírus que acabara de chegar, a otorrinolaringologista Débora Lima recebeu o desafio de coordenador uma enfermaria Covid do Hospital Estadual Leonardo da Vinci — unidade que viria a se tornar a referência para o atendimento de pacientes com a infecção no Estado.

"Com o tempo a gente vai amadurecendo, adquirindo mais conhecimento e tendo mais segurança, mas são mais de dois anos nesse mesmo ritmo e confesso que isso cansa. Em alguns momento, precisei recorrer a profissionais para cuidar também da saúde mental. É muito importante para qualquer profissional de saúde buscar", relata.

No primeiro momento, a maioria dos casos hospitalizados era de pacientes com comorbidades e com comprometimento pulmonar severo. A segunda onda veio com pacientes mais jovens mas também com quadros graves. A essa altura, novas terapias e pesquisas garantiam mais certezas nos processos. "A mortalidade foi menor porque a gente já sabia lidar com a doença e pelas novas terapias que, muitas vezes, evitavam que os pacientes fossem entubados", explica.

Na perspectiva da médica, essa terceira onda tem sido marcada pelo cansaço dos profissionais. Muitos deles foram infectados e tiveram de se afastar das atividades, prejudicando o atendimento aos pacientes. "Ninguém aguenta mais. A categoria está cansada, mas está resistente, resiliente", diz. Débora destaca que a epidemia paralela de Influenza sobrecarregou principalmente o primeiro atendimento.

A técnica de enfermagem Isabel Vianna, que trabalha na Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) Oliveira Pombo, em Fortaleza, e no Grupo Socorro de Urgência (GSU) Pré Hospitalar, em Canindé, resume a atuação durante o período em "vigilância". Seguir todos os protocolos de segurança virou uma preocupação diária. A exaustão física e emocional tem sido intensa, ela enfatiza, porém, um fator que, nos últimos meses, ameniza a carga: a imunização. "Isso nos deixa mais aliviados".

Isabel Vianna, técnica de enfermagem
Foto: Aurelio Alves
Isabel Vianna, técnica de enfermagem

"No início, foi muito difícil porque temia por mim e pelo paciente. O medo de se contaminar e o número de óbitos. Era uma carga emocional muito forte. A gente não sabia quando a vacina ia sair. A gente ficava com medo de levar para a família", lembra. 

A pesquisa realizada pela ABP mostra que 82,1% dos profissionais que passam pelo esgotamento emocional são do sexo feminino. De acordo com as características descritivas da terceira onda de coleta de dados (julho de 2021) os voluntários que participaram do estudo eram de diversas categoriais, mas as profissões com maior representação foram enfermeiros (12,55%), fisioterapeutas (11,91%) e nutricionistas (10,06%).

 

Sobre a pesquisa 

Em 2020, a ABP lançou uma pesquisa em parceria com a Associação Brasileira de Impulsividade e Patologia Dual - ABIPD, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES, Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, Saúde Mental Baseada em Evidências - SAMBE e a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, com objetivo de entender como a pandemia causada pela COVID-19 e como algumas mudanças decorrentes da pandemia poderão impactar a saúde mental e a qualidade de vida dos profissionais de saúde do Brasil.

 

 

"É impossível não sofrer": a luta para sobreviver ao caos 

A médica hepatologista Elodie Bomfim Hyppolito, coordenadora do Ambulatório de Hepatites do Hospital São José
Foto: Diego Sombra/Ascom Hospital São José
A médica hepatologista Elodie Bomfim Hyppolito, coordenadora do Ambulatório de Hepatites do Hospital São José

"Cada um procura as suas boias, o seu salva-vidas". Elodie Bomfim Hyppolito é médica hepatologista mas diz que virou jardineira e paisagista das unidades onde trabalha. Um hobbie e também uma válvula de escape. Coordenadora do Ambulatório de Hepatites do São José, no qual atua há 25 anos, ela aconselha os colegas a encontrarem sua fuga no meio dessa vivência difícil. 

No primeiro ano da pandemia, a médica teve depressão profunda e chegou a precisar de afastamento por Burnout "A síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”" . "Em 2021, fiquei melhor. Graças a Deus, continuo bem, estou medicada e trabalhando normalmente", diz. 

Ela conta da própria "válvula de escape" com carinho. "Fiz um jardim no serviço de transplantes da UFC e estou fazendo junto com outros colegas, uma equipe muito bacana, o paisagismo do São José. Isso tem melhorado muito o astral tanto dos pacientes, quanto dos profissionais. As plantas transmitem muita energia e esperança", conta.

Neste terceiro ano de enfrentamento, o sentimento é de "exaustão e esperança que esse ano seja o último". Além das vítimas diretas da Covid-19, há preocupações sobre a mudança na dinâmica das unidades, com maior fragilização do Sistema Único de Saúde (SUS), que não tem conseguido atender a demandas de outras doenças. 

"A gente vê pacientes com câncer com diagnóstico tardio, pessoas precisando de cirurgias que nunca acontecem, que não podem ser feitas porque os centros cirúrgicos estão fechados. É impossível não sofrer com tanto sofrimento", cita. Elodie compartilha outro aspecto danoso: "A mim, o que mais cansa, irrita e, às vezes, nos traz raiva, é a constante necessidade de combater a mentira o negacionismo". 

"A perda de parentes e amigos tem afetado muito negativamente os trabalhadores, mas também os movimentos antivacina e a falta de recursos no sistema de saúde", corrobora o psiquiatra e epidemiologista Helian Nunes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ele alerta que, quando há sofrimento mental ou adoecimento, é importante facilitar o acesso aos cuidados e até mesmo afastamento das atividades profissionais. O médico é um dos idealizadores do projeto Telepan Saúde, que oferece sessões de aconselhamento psicológico gratuito online profissionais de saúde e já atendeu 661 pessoas de todas as regiões do Brasil.

"A mim, o que mais cansa, irrita e, às vezes, nos traz raiva, é a constante necessidade de combater a mentira o negacionismo" Elodie Bomfim Hyppolito, médica
 

"A maior parte dos trabalhadores que nos procuram são da atenção primária em saúde e urgências, principalmente mulheres do corpo técnico da enfermagem. Queixam cansaço, medo e tristeza. Inclusive com alterações do sono, apetite e da cognição, principalmente da atenção", conta.

Segundo ele, um terço das pessoas que procuraram o projeto precisaram manter o acompanhamento com os voluntários. "Ou seja, o sofrimento não diminui o suficiente para que o terapeuta ou o próprio paciente tivesse alta ou conseguisse se vincular a outro serviço para cuidados mais específicos".

Helian Nunes salienta que um dos fatores que auxiliam para atenuar esse contexto de adoecimento "é a organização dos serviços de saúde mais estruturados que fornecem os equipamentos de proteção, treinam as chefias e planejam a atuação nas situações de aumento da demanda de atendimentos". "E, além disto, são transparentes com a equipe, evitando sobrecarga no trabalho e extensões de jornadas", acrescenta.

Sobre o TelePan

O Projeto TelePAN Saúde funciona como uma rede de cuidados aos profissionais de saúde da linha de frente de combate à pandemia. O atendimento gratuito e on-line oferta serviços como psicoterapia individual breve de apoio, terapia de grupos, consultas médicas, dentre outros, está disponível para pessoas de todo o país. 

O que é síndrome de burnout? 

A síndrome de burnout está incluída na 11ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) como um fenômeno ocupacional. Não é classificada como uma condição de saúde. 

Burnout é conceituado como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi manejado com sucesso. É caracterizada por três dimensões:

• sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia;
• aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; e
• redução da eficácia profissional.

A condição se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicada para descrever experiências em outras áreas da vida, conforme a definição. 

A CID é a base para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo e contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte. O documento fornece uma linguagem comum que permite aos profissionais de saúde compartilhar informações de saúde em nível global. A CID-11 foi lançada em 2018 e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2022.

Ação de suporte no Ceará

Entrada do hospital de referência Leonardo da Vinci
Foto: FERNANDA BARROS
Entrada do hospital de referência Leonardo da Vinci

Na tentativa de mitigar os efeitos da pandemia no sofrimento psíquico dos profissionais da Saúde do Ceará, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest), possui um canal de acolhimento com assistência multiprofissional para auxiliar na integralidade do bem-estar de profissionais da Rede Sesa.

O atendimento funciona da seguinte, forma: após entrar em contato com o serviço, o usuário é acolhido, passa por anamnese (levantamento dos sintomas) e, após avaliação, é encaminhado ao atendimento mais adequado para o seu diagnóstico.

O suporte remoto é feito pelo telefone (85) 3101 5343, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas. A assistência possui uma equipe formada por enfermeiro, psiquiatra, terapeuta ocupacional, assistente social e fonoaudiólogo, segundo a Pasta.

A Secretaria reforça que todo caso de sofrimento emocional, em suas diversas formas de manifestação, pode indicar o desenvolvimento ou agravo de transtornos mentais. Nestes casos, é importante ficar alerta para choro fácil, tristeza, medo excessivo, doenças psicossomáticas, agitação. Dentre outros sintomas, eles podem indicar o desenvolvimento ou agravo de transtornos do tipo.

Serviço

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest)

Fone: (85) 3101-5343
E-mail: cerest@cerest.ce.gov.br
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas

Olhar integrado para o suporte a saúde mental

Catarina Dahl, consultora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS
Catarina Dahl, consultora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS)

A pandemia já se estende para o terceiro ano, fazendo com que a estafa dos profissionais também se prolongue. Catarina Dahl, consultora de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), defende que as instituições devem investir em ações de suporte e em desenvolver processos de trabalho mais saudáveis no que tange à saúde mental. 

O POVO - Atualmente, no terceiro ano da pandemia, como podemos avaliar os impactos da pandemia na saúde mental dos trabalhadores da saúde? Quais fatores — ligados diretamente à atuação ou não — podem prejudicar de forma mais intensa a saúde mental desses profissionais?

Catarina Dahl - A pandemia de Covid-19 tem produzido muitos impactos na vida e na saúde mental dos profissionais de saúde, como estresse agudo; exaustão; angústia; sentimento de impotência; luto, uso de álcool e outras drogas; sintomas de depressão e pensamentos suicidas. Essas experiências estão diretamente relacionadas às mudanças no processo e ambiente de trabalho, com jornadas de trabalho extensas, sem pausas ou folgas. Por vezes, falta de recursos ou materiais de trabalho, como equipamento de proteção individual, adequados; mudança nas funções laborais habituais; a pressão de empregadores e familiares de pessoas com Covid-19; exposição ao vírus; separação de suas famílias e/ou preocupação para não contaminar familiares; estigma associado à Covid-19; o contato permanente com situações de intenso sofrimento e mortes. Todos esses aspectos são fatores de risco importantes, que contribuem para a piora da saúde mental e do bem-estar.

OP - Como esse impacto mudou ao longo desse período, desde o início de 2020?

Catarina - O fato de a pandemia de Covid-19 estar se estendendo ao longo do tempo, com fim ainda incerto, faz com que esses impactos se tornem crônicos, podendo contribuir mais para a permanência dos sintomas. Por outro lado, o tempo também traz aprendizados e já temos algumas lições aprendidas, sobre o que fazer e o que não fazer, sobre como lidar melhor com essa situação de extrema adversidade e ter mais resiliência. Por exemplo, um dos fatores que ajudam a proteger a saúde mental — nesse contexto e, também, em ambientes de trabalho pouco favoráveis — são criar uma rede de apoio emocional e ajuda mútua entre colegas de trabalho; apoio institucional, de gestores/supervisores diretos e também a presença de políticas públicas que protejam o trabalhador; medidas de biossegurança; contar com o apoio de amigos e familiares; considerar-se uma pessoa espiritualizada, ter alguma crença ou prática religiosa.

OP - O burnout passou a ser considerado um fenômeno ocupacional. Quais devem ser as repercussões disso na forma como instituições e Estado assistem os próprios profissionais?

Catarina - As instituições vão precisar ter um olhar mais atento para o ambiente de trabalho e investir em ações de suporte e proteção aos trabalhadores e no estabelecimento de processos de trabalho mais protetores para a saúde mental. Já existem Políticas Públicas voltadas para a saúde do trabalhador, mas a saúde mental, por vezes, ainda é uma área negligenciada, de modo que será necessária a criação ou o fortalecimento dos mecanismos e serviços de suporte, cuidado e acompanhamento do trabalhador, além das mudanças necessárias a serem feitas nas organizações e de melhoria do ambiente de trabalho.

O POVO - Como os gestores locais podem implementar medidas de suporte aos trabalhadores?

Catarina - É importante que a empresa/empregador ofereça suporte, atendimento psicológico, práticas de bem-estar ou outras medidas de proteção à saúde mental. Contudo, é importante que essas medidas não sejam isoladas e façam parte de um plano de ação integrado por parte dos gestores locais, que aborde também as causas das causas — ou seja, os fatores ambientais, sociais e econômicos mais amplos que produzem sofrimento. Por exemplo, é importante que haja uma revisão dos processos de trabalho, da remuneração do trabalhador, dos modelos de gestão, por vezes competitivos e baseados em resultados, porém, que podem exercer grande pressão sobre os trabalhadores.

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