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Geração distribuída bate recorde em 2024 e setor projeta mais
Reportagem

Geração distribuída bate recorde em 2024 e setor projeta mais

| NO CEARÁ | Antes mesmo do encerramento do ano já foram feitas 27.400 novas conexões, 12,9% a mais que o registrado em 2023 e estimativas são positivas para 2025
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Ceará é líder no Nordeste em potência instalada e o segundo estado na Região com maior número de conexões (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Ceará é líder no Nordeste em potência instalada e o segundo estado na Região com maior número de conexões

O Ceará bateu seu recorde em número de novas conexões de energia no modelo de geração distribuída (GD), chegando a 27.400, somente entre os dias 1º de janeiro e 10 de dezembro de 2024, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O número é 12,9% maior que o registrado em todo o ano de 2023 e supera também a marca histórica anterior verificada em 2022, quando foram feitas 24.276 novas conexões de geração distribuída foram feitas e é mais de dez vezes superior ao número registrado em 2019, ano imediatamente anterior à pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2.

A GD é um modelo de produção de eletricidade que acontece, normalmente, no local de consumo, realizada por consumidores independentes e permite também que condomínios, comércios, indústrias ou fazendas, por exemplo, participem do processo, sem depender do que é gerado em grandes usinas e entregue pelas distribuidoras convencionais de energia.

Quase a totalidade das conexões de GD no Ceará, ou 27.398 são feitas por meio de fontes solares, com apenas duas conexões estabelecidas a partir da transformação do biogás oriundo de resíduos agroindustriais. As novas conexões continuam sendo, predominantemente, de natureza residencial, sendo essa a modalidade adotada por 22.504 unidades consumidoras.

Somando todos os tipos de conexão de GD, são pouco mais de 322 MW (megawatts) de potência instalada no período, dos quais apenas 130 KW (quilowatts) tem o biogás. Esses números colocam o Estado como o segundo do Nordeste em termos de novas conexões efetuadas, ficando atrás apenas de Pernambuco, nesse modelo e na liderança quando considerada a potência instalada.

Além disso, desde 2022, todos os 184 municípios cearenses contam com, pelo menos, uma conexão de geração distribuída. Considerando todas as conexões de GD realizadas no Estado desde 2009, quando a Aneel passou a fazer esse monitoramento, o Ceará ultrapassou a marca das 100 mil conexões em 2024, sendo que praticamente três em cada quatro delas foram realizadas nos últimos três anos e as perspectivas são as de que esses números continuem crescendo.

Mas porque o modelo de geração distribuída se expande de forma tão acelerada aqui e Brasil a fora e até quando ele deve continuar crescendo? Conforme o consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, “esse crescimento da GD é muito esperado, principalmente porque ela se tornou uma alternativa mais conhecida pelos consumidores de maneira geral”.

Nesse sentido, vale lembrar que o País se tornou uma das referências mundiais em energia solar, tornando-se em novembro de 2024, apenas o sexto país do mundo a alcançar a marca de 50 GW (gigawatts) de potência instalada operacional de energia solar, juntando-se aos Estados Unidos, China, Alemanha, Índia e Japão, conforme dados divulgados no fim de novembro pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), sendo que 33,5 GW correspondem a pequenos e médios sistemas.

“No começo, era uma novidade, e as pessoas não tinham tanta confiança na solução. Mas, com o tempo, todos confiaram, principalmente ao verem vizinhos ou conhecidos que fizeram a instalação e tiveram bons resultados. Isso influenciou muito. No início, havia uma dúvida sobre a viabilidade da solução, mas agora todos confiam", disse o especialista.

"Além disso, houve uma redução do preço. O principal para as instalações é reduzir o custo, e, neste ano, houve uma grande redução no custo dos painéis, o que foi essencial”, concluiu Picanço.

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