As principais economias do Nordeste demonstram como planejam o futuro da indústria nos próximos anos a partir do cenário atual de incentivos e vontade dos investidores. Confira como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia planejam o setor para os próximos anos.
| Potencial local | Recursos são privados e reforçam estratégia de desenvolvimento sustentável no Estado
Único estado do Nordeste onde a indústria conseguiu retomar a produção com índices superiores ao pré-pandemia de covid-19, Pernambuco projeta receber investimentos de R$ 35 bilhões no setor até 2026 e elevar o peso econômico na Região e no País.
Os aportes, destaca Amanda Aires, secretária executiva de Atração de Investimentos e Estudos Econômicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, têm objetivos sustentáveis na esteira dos projetos e reúnem modernização de parques industriais e novas fábricas.
Ao O POVO, ela ressalta que os recursos têm na indústria de transformação o principal foco e "envolvem muita tecnologia e inovação". Como exemplo, a secretária executiva cita R$ 13 bilhões a serem aplicados pelo polo automotivo da multinacional Stellantis - com os quais veículos eletrificados devem ter mais espaço - e a operação de uma usina de biometano.
"Com um importante polo da indústria automotiva, o Nordeste terá papel decisivo na execução do Mover e na descarbonização do setor", aponta Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), referindo-se ao programa que mira o fortalecimento da indústria automotiva no Brasil.
Bruno Veloso, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), afirma que o cenário atual do Estado demonstra que a sustentabilidade observada nos projetos deixou de ser 'complemento' e virou insumo estratégico. Na prática, detalha, isso é observado a partir da incorporação de "metas de redução de emissões, eficiência no uso de água e energia, e certificações".
O líder industrial indica que essa configuração do setor é traduzida em três frentes:(1) desenvolvimento de polos industriais com infraestrutura logística e energética; (2) programas de apoio à inovação e modernização das empresas locais (especialmente MPEs); e (3) promoção de projetos de energia limpa (incluindo hidrogênio verde) para reduzir custos e emissões na cadeia produtiva.
"Essas frentes estabelecem um horizonte de médio a longo prazo (até 2030-2033) para elevar a competitividade e incorporar cadeias de valor mais tecnológicas e sustentáveis", completa.
Assim como o Ceará, Pernambuco segue apostando no hidrogênio verde (H2V) como uma área viável economicamente e aposta de desenvolvimento regional, segundo Amanda Aires, que dá como exemplo prático o investimento de R$ 2 bilhões no Complexo de Suape pela dinamarquesa European Energy.
Já a Fiep mira o polo industrial de forma mais ampla, no qual deve inaugurar no próximo dia 20 de outubro o Senai Park.
Com 1,4 hectares localizados ao lado da sede administrativa de Suape, a iniciativa tem infraestrutura modular, "possibilitando adaptações a cada projeto desenvolvido, como um ambiente vivo".
No início, conta Veloso, dois projetos envolvendo 14 empresas estão em execução e têm projeção de R$ 100 milhões em investimentos - e previsão de mais R$ 200 milhões "nos próximos anos". Um deles "foca na digitalização da cadeia de produção do hidrogênio sustentável, com a participação de companhias como Siemens, White Martins, Hytron, Compesa e CTG Brasil".
O outro "desenvolve um protótipo nacional de bateria de lítio de baixa tensão (12V/48V) para veículos híbridos, com participação da Moura, Stellantis, Volkswagen, Iochpe Maxion e Horse".
"A iniciativa (o Senai Park), inédita no estado, foi planejada para atender às demandas da indústria local e nacional e promover o desenvolvimento tecnológico na região", reforça o presidente da Fiepe.
Formar pessoal adequado para o setor atende ao que Amanda Aires classifica como a principal necessidade para dar suporte ao futuro projetado em meio a tantos investimentos: a capacitação de mão de obra especializada.
Mas o desenvolvimento industrial de Pernambuco não se concentra apenas em Suape, segundo observa Veloso. Ele reconhece o Complexo como "um dos vetores mais importantes de crescimento industrial do Estado", mas aponta outras frentes de progresso para o setor.
Goiana, onde está localizada a montagem e suppliers, os parques industriais regionais integrados a clusters de pesquisa e desenvolvimento e serviços, além dos corredores logístico-energéticos que conectam interior, portos e exportadores formam uma diversidade que, segundo defende, "reduz risco de concentração e permite políticas específicas por segmento".
| Pós-transição | Objetivo é fazer uso do excedente de energias renováveis para tornar outros setores sustentáveis
Com 99,03% da potência outorgada de energia elétrica oriunda de fontes renováveis, o Rio Grande do Norte diz já ter alcançado a transição energética e se projeta numa nova fase da economia sustentável, na qual se busca a "evolução energética" com a indústria como protagonista.
O objetivo, diz Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético do Estado do Rio Grande do Norte, é "tornar verde" todos os processos de produção do Estado, fazendo com que a sustentabilidade industrial seja tão plena quanto é a geração de energia elétrica.
"Podemos dizer que praticamente 100% de todos os 25 gigawatts que produzimos são verdes. Para se ter uma ideia, consumimos basicamente menos de 1 gigawatt. O Rio Grande do Norte já atingiu a autossuficiência energética, exportamos energia, temos quatro das principais fontes de geração do mercado nacional e estamos indo para a evolução energética", ressalta.
Este processo, diz, envolve ainda hidrogênio verde e eólica offshore. No caso do combustível, o coordenador conta que o Estado resolveu redimensionar os projetos para atender a demanda local e controlar a expansão, atendendo interessados a partir da evolução da tecnologia.
Nesta estratégia conduz dois projetos. Um é em parceria com a Cimento Mizu para substituir o coque de petróleo por H2V. O investimento é de R$ 170 milhões para plantas de eletrólise modulares de até 2,5 megawatts e está na fase de obtenção da licença de instalação.
O outro tem a Petrobras encabeçando um projeto-piloto de substituição gradual de combustível da usina Termoaçu, térmica movida a gás natural. Neste caso, são R$ 90 milhões para uma planta de H2V a partir de geração fotovoltaica e eletrolisadores de 2 megawatts.
Para a geração de eólica offshore, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) lidera o projeto de instalação a 8 metros de profundidade de duas torres a cerca de 4,5 quilômetros do Porto-Ilha de Areia Branca, como detalha Roberto Serquiz, presidente da Fiern.
"Uma vez instalados, esses dois aerogeradores serão o ponto de partida do Brasil na geração offshore", destaca, sobre o projeto-piloto que recebeu a primeira licença do País para o tipo de geração emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.
De posse de tanta energia excedente, o coordenador de Desenvolvimento Energético avalia que a mineração será o próximo segmento a se destacar no Estado com a descarbonização privilegiada a partir da geração de energia.
Alvos do interesse de empresas canadenses, americanas e chinesas, as terras do Rio Grande do Norte devem ser escavadas para a extração e beneficiamento de minério de ferro, ouro e terras raras, principalmente. Hoje, destaca, 35 mineradoras já estão em atividade no Estado, com projeção de investimento de R$ 6 bilhões e que pedem por melhor infraestrutura para atender a demanda de produção.
Para dar sustentabilidade aos investimentos e objetivos mencionados por Fonseca, o presidente da Fiern aponta a política industrial entregue pela entidade ao governo como essencial no trabalho de "nortear isso, em função de que nós vamos ter com a reforma tributária um fundo de desenvolvimento que é focado na inovação, na tecnologia e na infraestrutura."
Com a medida, Serquiz acredita que a indústria do Estado possa continuar com as âncoras na pesca, fruticultura, sal, energia renovável e petróleo - principais ativos do PIB -, mas atuar ativamente no processo de neoindustrialização entendido como necessário para o Brasil e no qual o Rio Grande do Norte apresenta potencial para liderar algumas frentes.
"A perspectiva nossa é exatamente atuar nessa mesma linha, para, de um lado, ter exatamente esse potencial natural, mas, de outro, retomar a indústria de transformação. A rota atual exige que a gente mude o foco e o foco é a agregação de valor", afirma.
No futuro da indústria do Rio Grande do Norte ainda existe o Porto de Caiçara do Norte, onde o investimento de R$ 6 bilhões será feito a partir de uma licitação conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que conta com a participação de interessados americanos, chineses, europeus e também árabes.
"O Rio Grande do Norte, hoje, tem projeto, tem visão futura e política de longo prazo para atingir os objetivos", arremata Fonseca.
| Estratégia | Áreas-chave são mapeadas para o fortalecimento da economia
De posse da maior fatia dos desembolsos do Nova Indústria Brasil e com território que dispõe de inúmeras vocações econômicas simultaneamente, a Bahia traça do Litoral ao Interior áreas-chave para alavancar a economia estadual em um trabalho conjunto entre iniciativa privada e setor público, como contam ao O POVO a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e a Bahia Investe.
Entre as iniciativas direcionadas da Fieb, estão a aprovação da Política e Programa de Transição Energética do Estado (Protener) e a expansão do Cimatec Park "com o objetivo de torná-lo um polo da Indústria 4.0 e de promoção de tecnologias digitais em diversos setores industriais".
"A meta é aumentar a participação da produção nacional em novas tecnologias e promover uma economia de baixo carbono", afirma Ricardo Kawabe, gerente do Observatório da Indústria da Fieb.
Paulo Guimarães, presidente da Bahia Investe, reforça os objetivos ao afirmar que o Protener deve ainda dar apoio para o Estado abrigar projetos ligados ao mercado de carbono, mineração sustentável, produtos químicos verdes, data centers e toda gama que se relaciona à eficiência energética.
Ele ainda projeta o Estado como um grande polo produtor de combustíveis verdes, especialmente para navios e aviões. A ação, além de impulsionar a transição energética entre as indústrias, provoca maior fluxo de aeronaves e embarcações nos portos baianos, seja em rotas de grande percurso ou cabotagem.
"Nós temos tudo para ser um fornecedor mundial tanto de SAF quanto de metanol, porque nós temos três coisas que vão permitir que eles sejam produzidos. Energia eólica e energia solar para produzir hidrogênio e biomassa", aponta.
Os focos são simultâneos ao trabalho no polo petroquímico de Camaçari, onde também está se instalando a chinesa BYD - com investimento de R$ 5,5 bilhões e capacidade de produção de 150 mil veículos por ano. Para Liliane Barroso, coordenadora de estudos e pesquisas do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), a aposta em montadoras de veículos eletrificados é assertiva ao demandar dos objetivos de transição energética e comungar com os objetivos sustentáveis.
"A Fieb vê a montadora como um elemento-chave no resgate da indústria automotiva baiana, que poderá se expandir com a atração de outros fabricantes e/ou fornecedores de componentes para veículos elétricos e híbridos. Para fortalecer ainda mais esse setor, a Bahia precisa promover maior integração entre a indústria automotiva, o setor de tecnologia, software e da bioeconomia", atesta Kawabe.
Na linha de frente desse trabalho, Guimarães conta que a boa reputação do Estado já é conhecida pelos investidores estrangeiros e a perspectiva é de mais e melhores negócios fechados.
"Hoje, o Brasil, o Nordeste e a Bahia têm conseguido demonstrar que esse potencial (sustentável) também está associado a um ambiente de negócio seguro. Vemos isso com a BYD, o que chamamos de transferência de credibilidade. Essas grandes empresas informam para outras que somos lugares sérios para se investir", conta Guimarães sobre as tratativas para atração de novos investidores ao Estado.
Perguntado sobre os desafios que podem ameaçar esses planos, o presidente da Bahia Investe admite que é preciso investir mais em infraestrutura e diz dedicar uma atenção especial para as ferrovias - no caso do Estado, as ferrovias Oeste-Leste e a Centro-Atlântica -, portos e transmissão de energia.
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Bahia mira transformação digital e bioeconomia entre os múltiplos potenciais
De posse da maior fatia dos desembolsos do Nova Indústria Brasil e com território que dispõe de inúmeras vocações econômicas simultaneamente, a Bahia traça do Litoral ao Interior áreas-chave para alavancar a economia estadual em um trabalho conjunto entre iniciativa privada e setor público, como contam ao O POVO a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e a Bahia Investe.
Entre as iniciativas direcionadas da Fieb, estão a aprovação da Política e Programa de Transição Energética do Estado (Protener) e a expansão do Cimatec Park "com o objetivo de torná-lo um polo da Indústria 4.0 e de promoção de tecnologias digitais em diversos setores industriais".
"A meta é aumentar a participação da produção nacional em novas tecnologias e promover uma economia de baixo carbono", afirma Ricardo Kawabe, gerente do Observatório da Indústria da Fieb.
Paulo Guimarães, presidente da Bahia Investe, reforça os objetivos ao afirmar que o Protener deve ainda dar apoio para o Estado abrigar projetos ligados ao mercado de carbono, mineração sustentável, produtos químicos verdes, data centers e toda gama que se relaciona à eficiência energética.
Ele ainda projeta o Estado como um grande polo produtor de combustíveis verdes, especialmente para navios e aviões. A ação, além de impulsionar a transição energética entre as indústrias, provoca maior fluxo de aeronaves e embarcações nos portos baianos, seja em rotas de grande percurso ou cabotagem.
"Nós temos tudo para ser um fornecedor mundial tanto de SAF quanto de metanol, porque nós temos três coisas que vão permitir que eles sejam produzidos. Energia eólica e energia solar para produzir hidrogênio e biomassa", aponta.
Os focos são simultâneos ao trabalho no polo petroquímico de Camaçari, onde também está se instalando a chinesa BYD - com investimento de R$ 5,5 bilhões e capacidade de produção de 150 mil veículos por ano. Para Liliane Barroso, coordenadora de estudos e pesquisas do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), a aposta em montadoras de veículos eletrificados é assertiva ao demandar dos objetivos de transição energética e comungar com os objetivos sustentáveis.
"A Fieb vê a montadora como um elemento-chave no resgate da indústria automotiva baiana, que poderá se expandir com a atração de outros fabricantes e/ou fornecedores de componentes para veículos elétricos e híbridos. Para fortalecer ainda mais esse setor, a Bahia precisa promover maior integração entre a indústria automotiva, o setor de tecnologia, software e da bioeconomia", atesta Kawabe.
Na linha de frente desse trabalho, Guimarães conta que a boa reputação do Estado já é conhecida pelos investidores estrangeiros e a perspectiva é de mais e melhores negócios fechados.
"Hoje, o Brasil, o Nordeste e a Bahia têm conseguido demonstrar que esse potencial (sustentável) também está associado a um ambiente de negócio seguro. Vemos isso com a BYD, o que chamamos de transferência de credibilidade. Essas grandes empresas informam para outras que somos lugares sérios para se investir", conta Guimarães sobre as tratativas para atração de novos investidores ao Estado.
Perguntado sobre os desafios que podem ameaçar esses planos, o presidente da Bahia Investe admite que é preciso investir mais em infraestrutura e diz dedicar uma atenção especial para as ferrovias - no caso do Estado, as ferrovias Oeste-Leste e a Centro-Atlântica -, portos e transmissão de energia.
Rio Grande do Norte quer evolução energética com indústria como protagonista
Com 99,03% da potência outorgada de energia elétrica oriunda de fontes renováveis, o Rio Grande do Norte diz já ter alcançado a transição energética e se projeta numa nova fase da economia sustentável, na qual se busca a "evolução energética" com a indústria como protagonista.
O objetivo, diz Hugo Fonseca, coordenador de Desenvolvimento Energético do Estado do Rio Grande do Norte, é "tornar verde" todos os processos de produção do Estado, fazendo com que a sustentabilidade industrial seja tão plena quanto é a geração de energia elétrica.
"Podemos dizer que praticamente 100% de todos os 25 gigawatts que produzimos são verdes. Para se ter uma ideia, consumimos basicamente menos de 1 gigawatt. O Rio Grande do Norte já atingiu a autossuficiência energética, exportamos energia, temos quatro das principais fontes de geração do mercado nacional e estamos indo para a evolução energética", ressalta.
Este processo, diz, envolve ainda hidrogênio verde e eólica offshore. No caso do combustível, o coordenador conta que o Estado resolveu redimensionar os projetos para atender a demanda local e controlar a expansão, atendendo interessados a partir da evolução da tecnologia.
Nesta estratégia conduz dois projetos. Um é em parceria com a Cimento Mizu para substituir o coque de petróleo por H2V. O investimento é de R$ 170 milhões para plantas de eletrólise modulares de até 2,5 megawatts e está na fase de obtenção da licença de instalação.
O outro tem a Petrobras encabeçando um projeto-piloto de substituição gradual de combustível da usina Termoaçu, térmica movida a gás natural. Neste caso, são R$ 90 milhões para uma planta de H2V a partir de geração fotovoltaica e eletrolisadores de 2 megawatts.
Para a geração de eólica offshore, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) lidera o projeto de instalação a 8 metros de profundidade de duas torres a cerca de 4,5 quilômetros do Porto-Ilha de Areia Branca, como detalha Roberto Serquiz, presidente da Fiern.
"Uma vez instalados, esses dois aerogeradores serão o ponto de partida do Brasil na geração offshore", destaca, sobre o projeto-piloto que recebeu a primeira licença do País para o tipo de geração emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente.
De posse de tanta energia excedente, o coordenador de Desenvolvimento Energético avalia que a mineração será o próximo segmento a se destacar no Estado com a descarbonização privilegiada a partir da geração de energia.
Alvos do interesse de empresas canadenses, americanas e chinesas, as terras do Rio Grande do Norte devem ser escavadas para a extração e beneficiamento de minério de ferro, ouro e terras raras, principalmente. Hoje, destaca, 35 mineradoras já estão em atividade no Estado, com projeção de investimento de R$ 6 bilhões e que pedem por melhor infraestrutura para atender a demanda de produção.
Para dar sustentabilidade aos investimentos e objetivos mencionados por Fonseca, o presidente da Fiern aponta a política industrial entregue pela entidade ao governo como essencial no trabalho de "nortear isso, em função de que nós vamos ter com a reforma tributária um fundo de desenvolvimento que é focado na inovação, na tecnologia e na infraestrutura."
Com a medida, Serquiz acredita que a indústria do Estado possa continuar com as âncoras na pesca, fruticultura, sal, energia renovável e petróleo - principais ativos do PIB -, mas atuar ativamente no processo de neoindustrialização entendido como necessário para o Brasil e no qual o Rio Grande do Norte apresenta potencial para liderar algumas frentes.
"A perspectiva nossa é exatamente atuar nessa mesma linha, para, de um lado, ter exatamente esse potencial natural, mas, de outro, retomar a indústria de transformação. A rota atual exige que a gente mude o foco e o foco é a agregação de valor", afirma.
No futuro da indústria do Rio Grande do Norte ainda existe o Porto de Caiçara do Norte, onde o investimento de R$ 6 bilhões será feito a partir de uma licitação conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que conta com a participação de interessados americanos, chineses, europeus e também árabes.
"O Rio Grande do Norte, hoje, tem projeto, tem visão futura e política de longo prazo para atingir os objetivos", arremata Fonseca.