Pela gramática da língua portuguesa, o correto seria afirmar que "orgulho" é substantivo singular. Pela licença poética, afirmamos: é plural. Na definição do dicionário Michaelis, ele é o "sentimento de prazer ou satisfação que uma pessoa sente em relação a algo que ela própria ou alguém a ela relacionado realiza bem" ou ainda "sentimento de respeito que alguém sente por si mesmo". Há 50 anos, em 28 de junho de 1969, a revolta de Stonewall deu novo significado ao termo, que foi ao longo desse tempo se construindo e reconstruindo a partir da singularidade das vivências - pensando neste sentido, podemos afirmar também que orgulho é substantivo poeticamente singular. Stonewall, enfim, consistiu em uma série de manifestações da comunidade LGBTQI contra a violência policial discriminatória em Nova York, marcando o estopim de um contínuo movimento de luta por direitos e, também, da noção de orgulho LGBTQI até hoje celebrada ao longo do mês de junho. Na revolta, foram cruciais as participações de pessoas trans, drag queens, não-binárias, queer, negras e negros, latinas e latinos. Com isso em mente, o Vida&Arte celebra três iniciativas do Estado construídas por corpos dissidentes e, acima de tudo, orgulhosos. No plural.